O Pulsar do Campeonato – 30ª Jornada

31 Maio, 2025 at 11:00 am Deixe um comentário

(“O Templário”, 29.05.2025)

Esta é a questão que, concluída a derradeira ronda do campeonato distrital da I Divisão da Associação de Futebol de Santarém, subsiste pendente, por esclarecer. Tendo sido interrompida, a escassos minutos do final, a partida da antepenúltima ronda, disputada a 11 de Maio, entre Águias de Alpiarça e Cartaxo (numa altura em que os visitantes tinham vantagem de 1-0 no marcador), é dificilmente compreensível que – mesmo atendendo às condicionantes de prazos – não tivesse havido, em tempo útil, a necessária deliberação do órgão responsável da “A.F.S.”.

Agora – e não tendo já o clube de Alpiarça interesse relevante no desfecho desse desafio –, para além do Cartaxo, tal terá implicações determinantes para a equipa da Glória do Ribatejo: caso os três pontos daquele jogo venham a ser creditados aos cartaxeiros, tal ditará a despromoção da equipa da Glória à divisão secundária; qualquer outra decisão implicaria a descida do Cartaxo.

Dentro de campo, o Ferreira do Zêzere culminou um brilhante campeonato, fixando novo “record” de pontuação em toda a história do Distrital da I Divisão, somando 28 vitórias, 1 empate e 1 derrota, totalizando 85 pontos – um desempenho que apenas tem paralelo (a nível de rendimento percentual) nas 27 vitórias e 3 empates do Samora Correia, na época de 1982-83; e nas 24 vitórias e 2 empates do Fátima (em 26 jogos), na temporada de 2015-16, mas que, em termos absolutos, confere aos ferreirenses a liderança no total de pontos averbados numa só edição da prova.

As coisas são o que são: em contraponto, o U. Tomar, acabando por cair, na derradeira jornada – devido a uma desfavorável conjugação de resultados –, para a 13.ª posição, registou a sua pior classificação de sempre (sendo que, em 2004-05, tendo terminado também no 13.º posto, pese embora com mais dois pontos do que agora, se vira, então, relegado para a II Divisão Distrital).

Em 43 presenças no principal escalão do futebol distrital, e para além de seis títulos de Campeão, o União foi ainda seis vezes vice-campeão; tendo terminado quatro vezes em 3.º; duas vezes em 4.º; três vezes em 5.º; quatro vezes em 6.º; uma vez em 7.º; seis vezes em 8.º; uma vez em 10.º; duas vezes em 12.º; e, agora, duas vezes no 13.º lugar – a que acrescem seis outras épocas em que o campeonato foi disputado em mais do que uma série: uma vez vencedor de série (“ex-aequo”); uma vez 3.º; duas vezes 4.º; uma vez 5.º; e uma vez 6.º classificado da sua série.

É indisfarçável, pois, o sentimento de frustração, de que comungo. Mas, como diz o ditado, só «Quem está no convento é que sabe o que lhe vai dentro». E esta foi uma época, mais do que repleta de dificuldades, com inúmeras contrariedades e adversidades (inclusivamente, e de forma trágica, de cariz pessoal – aqui deixo, publicamente, um abraço solidário ao Paulo Moura). Em hora de passagem de testemunho, expresso também o meu agradecimento a todos os que, tantas vezes com sacrifício pessoal, dedicaram o seu tempo e empenho ao U. Tomar, o que personalizo no Presidente da Direcção, responsável pela gestão do clube há quase duas décadas, Abel Bento.

Na essência, o objectivo fundamental desta temporada (manutenção) foi alcançado – e de forma relativamente tranquila –, mercê de uma grande eficácia nos jogos ante os sete últimos classificados, face aos quais o União fez o pleno de vitórias em casa (ganhando, pois, todos os seis jogos disputados ante tais adversários), para além de ter ido vencer também a Alpiarça.

Realçando-se, ainda, por outro lado, uma bastante meritória participação do clube na Taça do Ribatejo, na qual atingiu – apenas pela 5.ª vez no seu historial (das quais, quatro nos últimos oito anos) – as meias-finais, tendo “batido o pé” a dois dos emblemas que ocuparam o pódio do campeonato, eliminando mesmo o Fazendense, e oferecendo forte resistência ao Samora Correia.

Destaques – Feito este longo intróito (também a título de balanço), da 30.ª jornada começa por realçar-se, uma vez mais, a vitória do Entroncamento AC (à entrada para este jogo ainda sem a manutenção confirmada), batendo o Cartaxo por categórico 3-0, completando um extraordinário ciclo de seis vitórias consecutivas, nas seis últimas jornadas (a somar a duas no resto da prova).

O novo Campeão, Ferreira do Zêzere, fez questão de não deixar os seus créditos por mãos alheias, e foi ganhar ao reduto do 3.º classificado (que jogava ainda pela possibilidade de chegar à vice-liderança), Fazendense, mercê de um solitário tento, apontado a meio da primeira parte.

Não pretendendo ficar dependente do resultado desse jogo, o Samora Correia cumpriu também a sua missão, indo ganhar a Tomar, por disputado 3-2: os unionistas marcaram primeiro, ainda dentro dos primeiros dez minutos (89.º golo de Wemerson Silva, que se queda somente a um golo do 2.º melhor goleador da história do clube, Bolota, numa peleja liderada, de forma destacada, por Ferreira, único a atingir a marca centenária ao serviço do União, tendo apontado um total de 104 golos, entre Nacionais da II e da III Divisão, Taça de Portugal e Distrital), mas os samorenses operaram a reviravolta apenas em nove minutos.

Não baixando os braços, os nabantinos ainda conseguiriam restabelecer a igualdade (2-2) antes do intervalo, mas, na etapa complementar, não evitariam que os forasteiros, com superiores argumentos, chegassem ao triunfo, confirmando-se como a segunda melhor equipa do campeonato, que marcará igualmente presença na Final da Taça do Ribatejo e na Supertaça.

Para além do Entroncamento AC, também o Águias de Alpiarça obteve resultado “desvantajoso” para as contas do U. Tomar, batendo, de forma algo inesperada, o Mação, por 3-2, mesmo após ter chegado a estar em desvantagem de dois golos, logo ao quarto de hora do desafio.

Surpresa – A (meia-)surpresa da última ronda veio dos Amiais, onde o “lanterna vermelha”, Salvaterrense esteve a ganhar por 2-0 até ao minuto 89, vindo a consentir o empate (2-2) por parte do Amiense nos dois últimos minutos da partida.

Confirmações – Coruchense (ganhando “in extremis”, ainda por 3-2, à Glória do Ribatejo: depois de ter consentido o empate aos 90+2 minutos, chegaria à vitória aos 90+5 minutos – sendo que mesmo a igualdade não serviria às aspirações da Glória) e Torres Novas (vitorioso, por 2-1, em Ourém, mercê de tentos apontados aos 85 e 87 minutos, com Miguel Miguel, com um total de 27 golos, a sagrar-se de novo melhor marcador, repetindo o feito de 2021-22, e depois de, em 2023-24, apenas ter sido suplantado por Cristiano Aniceto “Ganso”) confirmaram, respectivamente, o 4.º e o 5.º lugar na tabela, numa contenda que subsistiu em aberto até ao derradeiro suspiro.

O Alcanenense, recuperando de uma fase negativa, encerrou o campeonato com um triunfo ante o Abrantes e Benfica, por tangencial 1-0, tendo os abrantinos beneficiado do desaire do Mação em Alpiarça para preservar a 6.ª posição, numa temporada caracterizada por certa irregularidade.

II Divisão Distrital – Com os dois primeiros lugares a Sul já definidos (Porto Alto e Pontével), destaca-se a goleada (8-3) aplicada pelo Forense (4.º classificado) no terreno do Benfica do Ribatejo. A Norte, o Riachense confirmou a 2.ª posição e consequente apuramento para o “playoff” de subida, ganhando por seguro 3-0 ao Pego, sendo que o rival, Vasco da Gama, foi inclusivamente derrotado, em casa, pela U. Atalaiense, por 2-1.

Campeonato de Portugal – O Fátima perdeu em Elvas (2-1), com o tento decisivo a ser marcado ao cair do pano, já com oito minutos para lá dos noventa. Mantém ainda, não obstante, a esperança de poder ascender à Liga 3, em caso de conjunção favorável de resultados no último dia.

Antevisão – Este Sábado é dia de festa da Taça, com a Final, entre Ferreira do Zêzere e Samora Correia, em Santarém (14 horas, no “Canal 11”). No Domingo, Porto Alto e Tramagal disputam a 1.ª mão da Final da II Divisão; enquanto Riachense e Pontével jogam pela subida. O Fátima, recebendo o Amora, necessitará triunfar e esperar que O Elvas não ganhe em Évora, ao Lusitano (que venceu todos os cinco jogos desta fase final), para alcançar uma notável promoção à Liga 3.

(Artigo publicado no jornal “O Templário”, de 29 de Maio de 2025)

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