Archive for 31 Maio, 2025
Liga dos Campeões – Final – Paris Saint-Germain – Inter
Paris St.-Germain – Gianluigi Donnarumma, Achraf Hakimi, Marcos Corrêa “Marquinhos”, Willian Pacho, Nuno Mendes (78m – Lucas Hernández), João Neves (84m – Warren Zaïre-Emery), Vítor Ferreira “Vitinha”, Fabián Ruiz (84m – Senny Mayulu), Désiré Doué (66m – Bradley Barcola), Ousmane Dembélé e Khvicha Kvaratskhelia (84m – Gonçalo Ramos)
Inter – Yann Sommer, Benjamin Pavard (53m – Yann Bisseck) (62m – Matteo Darmian), Francesco Acerbi, Alessandro Bastoni, Denzel Dumfries, Nicolò Barella, Hakan Çalhanoğlu (70m – Kristjan Asllani), Henrikh Mkhitaryan (62m – Carlos Augusto), Federico Dimarco (53m – Nicola Zalewski), Marcus Thuram e Lautaro Martínez
1-0 – Achraf Hakimi – 12m
2-0 – Désiré Doué – 20m
3-0 – Désiré Doué – 63m
4-0 – Khvicha Kvaratskhelia – 73m
5-0 – Senny Mayulu – 86m
Cartões amarelos – Désiré Doué (65m) e Achraf Hakimi (90m); Nicola Zalewski (56m), Simone Inzaghi (Treinador – 58m), Marcus Thuram (69m) e Francesco Acerbi (71m)
Árbitro – István Kovács (Roménia)
Allianz Arena, Munique – Alemanha
Foi um jogo praticamente “sem história” – na Final com o resultado mais desnivelado de sempre –, tal a supremacia manifestada pelo Paris Saint-Germain, que dominou de princípio a fim, não dando hipótese de resposta ao Inter.
Cedo se tendo colocado em vantagem, o 2-0, à passagem dos vinte minutos, sentenciou o desfecho da partida, com a equipa construída por Luis Enrique a evidenciar um notável sentido de colectivo, qual orquestra perfeitamente afinada, sob a batuta, dentro de campo, do “maestro” Vitinha, a jogar e a fazer jogar (fica na retina a sua magistral intervenção no terceiro golo, a iniciar o lance, ainda no seu meio-campo, para, mais à frente, fazer um passe “açucarado”, para o jovem talento Doué “encostar” para o golo).
Uma equipa com um relevante contingente português: desde logo, a nível directivo, Luís Campos, mas, também, no “onze inicial” de titulares, com Nuno Mendes, João Neves e Vitinha; tendo ainda Gonçalo Ramos sido o “quarto mosqueteiro”, dispondo de alguns minutos de jogo para saborear também a vitória.
O Inter terá, necessariamente, estado abaixo do seu potencial, mas, em qualquer caso, teria sempre dificuldades para poder contrariar a forte dinâmica vitoriosa da equipa francesa, que, tendo arrancado muito mal na fase de “Liga” (derrotas com o Arsenal, At. Madrid e Bayern, para além de empate caseiro com o PSV, entre a 2.ª e a 5.ª jornadas), arrancou para uma demolidora fase a eliminar (já depois de derrotar o Manchester City na penúltima ronda), afastando, sucessivamente, o Brest (com um agregado de 10-0!), e, depois, num encadeamento extraordinário, o Liverpool, Aston Villa e… Arsenal.
Há 63 anos (desde os 5-3 do Benfica ao Real Madrid, em 1962) que uma equipa não marcava cinco golos na Final da prova; nunca antes o Campeão Europeu ganhara por mais de quatro golos (4-0 no AC Milan-Barcelona, em 1994; no AC Milan-Steaua, em 1989; e no Bayern-At. Madrid, no desempate de 1974; e 7-3 no Real Madrid-Eintracht Frankfurt, de 1960)!
A lista de vencedores, nas 70 edições já disputadas da competição (sob as designações de Taça dos Campeões Europeus e, desde 1992-93, Liga dos Campeões), passou a ser assim ordenada:
- Real Madrid – 15 (1955-56, 1956-57, 1957-58, 1958-59, 1959-60, 1965-66, 1997-98, 1999-00, 2001-02, 2013-14, 2015-16, 2016-17, 2017-18, 2021-22 e 2023-24)
- AC Milan – 7 (1962-63, 1968-69, 1988-89, 1989-90, 1993-94, 2002-03 e 2006-07)
- Liverpool – 6 (1976-77, 1977-78, 1980-81, 1983-84, 2004-05 e 2018-19)
- Bayern München – 6 (1973-74, 1974-75, 1975-76, 2000-01, 2012-13 e 2019-20)
- Barcelona – 5 (1991-92, 2005-06, 2008-09, 2010-11 e 2014-15)
- Ajax – 4 (1970-71, 1971-72, 1972-73 e 1994-95)
- Inter – 3 (1963-64, 1964-65 e 2009-10)
- Manchester United – 3 (1967-68, 1998-99 e 2007-08)
- Benfica – 2 (1960-61 e 1961-62)
- Nottingham Forest – 2 (1978-79 e 1979-80)
- Juventus – 2 (1984-85 e 1995-96)
- FC Porto – 2 (1986-87 e 2003-04)
- Chelsea – 2 (2011-12 e 2020-21)
- Celtic (1966-67); Feyenoord (1969-70); Aston Villa (1981-82); Hamburg (1982-83); Steaua București (1985-86); PSV Eindhoven (1987-88); Crvena Zvezda (1990-91); Marseille (1992-93); Borussia Dortmund (1996-97); Manchester City (2022-23); e Paris Saint-Germain (2024-25).
O Pulsar do Campeonato – 30ª Jornada

(“O Templário”, 29.05.2025)
Esta é a questão que, concluída a derradeira ronda do campeonato distrital da I Divisão da Associação de Futebol de Santarém, subsiste pendente, por esclarecer. Tendo sido interrompida, a escassos minutos do final, a partida da antepenúltima ronda, disputada a 11 de Maio, entre Águias de Alpiarça e Cartaxo (numa altura em que os visitantes tinham vantagem de 1-0 no marcador), é dificilmente compreensível que – mesmo atendendo às condicionantes de prazos – não tivesse havido, em tempo útil, a necessária deliberação do órgão responsável da “A.F.S.”.
Agora – e não tendo já o clube de Alpiarça interesse relevante no desfecho desse desafio –, para além do Cartaxo, tal terá implicações determinantes para a equipa da Glória do Ribatejo: caso os três pontos daquele jogo venham a ser creditados aos cartaxeiros, tal ditará a despromoção da equipa da Glória à divisão secundária; qualquer outra decisão implicaria a descida do Cartaxo.
Dentro de campo, o Ferreira do Zêzere culminou um brilhante campeonato, fixando novo “record” de pontuação em toda a história do Distrital da I Divisão, somando 28 vitórias, 1 empate e 1 derrota, totalizando 85 pontos – um desempenho que apenas tem paralelo (a nível de rendimento percentual) nas 27 vitórias e 3 empates do Samora Correia, na época de 1982-83; e nas 24 vitórias e 2 empates do Fátima (em 26 jogos), na temporada de 2015-16, mas que, em termos absolutos, confere aos ferreirenses a liderança no total de pontos averbados numa só edição da prova.
As coisas são o que são: em contraponto, o U. Tomar, acabando por cair, na derradeira jornada – devido a uma desfavorável conjugação de resultados –, para a 13.ª posição, registou a sua pior classificação de sempre (sendo que, em 2004-05, tendo terminado também no 13.º posto, pese embora com mais dois pontos do que agora, se vira, então, relegado para a II Divisão Distrital).
Em 43 presenças no principal escalão do futebol distrital, e para além de seis títulos de Campeão, o União foi ainda seis vezes vice-campeão; tendo terminado quatro vezes em 3.º; duas vezes em 4.º; três vezes em 5.º; quatro vezes em 6.º; uma vez em 7.º; seis vezes em 8.º; uma vez em 10.º; duas vezes em 12.º; e, agora, duas vezes no 13.º lugar – a que acrescem seis outras épocas em que o campeonato foi disputado em mais do que uma série: uma vez vencedor de série (“ex-aequo”); uma vez 3.º; duas vezes 4.º; uma vez 5.º; e uma vez 6.º classificado da sua série.
É indisfarçável, pois, o sentimento de frustração, de que comungo. Mas, como diz o ditado, só «Quem está no convento é que sabe o que lhe vai dentro». E esta foi uma época, mais do que repleta de dificuldades, com inúmeras contrariedades e adversidades (inclusivamente, e de forma trágica, de cariz pessoal – aqui deixo, publicamente, um abraço solidário ao Paulo Moura). Em hora de passagem de testemunho, expresso também o meu agradecimento a todos os que, tantas vezes com sacrifício pessoal, dedicaram o seu tempo e empenho ao U. Tomar, o que personalizo no Presidente da Direcção, responsável pela gestão do clube há quase duas décadas, Abel Bento.
Na essência, o objectivo fundamental desta temporada (manutenção) foi alcançado – e de forma relativamente tranquila –, mercê de uma grande eficácia nos jogos ante os sete últimos classificados, face aos quais o União fez o pleno de vitórias em casa (ganhando, pois, todos os seis jogos disputados ante tais adversários), para além de ter ido vencer também a Alpiarça.
Realçando-se, ainda, por outro lado, uma bastante meritória participação do clube na Taça do Ribatejo, na qual atingiu – apenas pela 5.ª vez no seu historial (das quais, quatro nos últimos oito anos) – as meias-finais, tendo “batido o pé” a dois dos emblemas que ocuparam o pódio do campeonato, eliminando mesmo o Fazendense, e oferecendo forte resistência ao Samora Correia.
Destaques – Feito este longo intróito (também a título de balanço), da 30.ª jornada começa por realçar-se, uma vez mais, a vitória do Entroncamento AC (à entrada para este jogo ainda sem a manutenção confirmada), batendo o Cartaxo por categórico 3-0, completando um extraordinário ciclo de seis vitórias consecutivas, nas seis últimas jornadas (a somar a duas no resto da prova).
O novo Campeão, Ferreira do Zêzere, fez questão de não deixar os seus créditos por mãos alheias, e foi ganhar ao reduto do 3.º classificado (que jogava ainda pela possibilidade de chegar à vice-liderança), Fazendense, mercê de um solitário tento, apontado a meio da primeira parte.
Não pretendendo ficar dependente do resultado desse jogo, o Samora Correia cumpriu também a sua missão, indo ganhar a Tomar, por disputado 3-2: os unionistas marcaram primeiro, ainda dentro dos primeiros dez minutos (89.º golo de Wemerson Silva, que se queda somente a um golo do 2.º melhor goleador da história do clube, Bolota, numa peleja liderada, de forma destacada, por Ferreira, único a atingir a marca centenária ao serviço do União, tendo apontado um total de 104 golos, entre Nacionais da II e da III Divisão, Taça de Portugal e Distrital), mas os samorenses operaram a reviravolta apenas em nove minutos.
Não baixando os braços, os nabantinos ainda conseguiriam restabelecer a igualdade (2-2) antes do intervalo, mas, na etapa complementar, não evitariam que os forasteiros, com superiores argumentos, chegassem ao triunfo, confirmando-se como a segunda melhor equipa do campeonato, que marcará igualmente presença na Final da Taça do Ribatejo e na Supertaça.
Para além do Entroncamento AC, também o Águias de Alpiarça obteve resultado “desvantajoso” para as contas do U. Tomar, batendo, de forma algo inesperada, o Mação, por 3-2, mesmo após ter chegado a estar em desvantagem de dois golos, logo ao quarto de hora do desafio.
Surpresa – A (meia-)surpresa da última ronda veio dos Amiais, onde o “lanterna vermelha”, Salvaterrense esteve a ganhar por 2-0 até ao minuto 89, vindo a consentir o empate (2-2) por parte do Amiense nos dois últimos minutos da partida.
Confirmações – Coruchense (ganhando “in extremis”, ainda por 3-2, à Glória do Ribatejo: depois de ter consentido o empate aos 90+2 minutos, chegaria à vitória aos 90+5 minutos – sendo que mesmo a igualdade não serviria às aspirações da Glória) e Torres Novas (vitorioso, por 2-1, em Ourém, mercê de tentos apontados aos 85 e 87 minutos, com Miguel Miguel, com um total de 27 golos, a sagrar-se de novo melhor marcador, repetindo o feito de 2021-22, e depois de, em 2023-24, apenas ter sido suplantado por Cristiano Aniceto “Ganso”) confirmaram, respectivamente, o 4.º e o 5.º lugar na tabela, numa contenda que subsistiu em aberto até ao derradeiro suspiro.
O Alcanenense, recuperando de uma fase negativa, encerrou o campeonato com um triunfo ante o Abrantes e Benfica, por tangencial 1-0, tendo os abrantinos beneficiado do desaire do Mação em Alpiarça para preservar a 6.ª posição, numa temporada caracterizada por certa irregularidade.
II Divisão Distrital – Com os dois primeiros lugares a Sul já definidos (Porto Alto e Pontével), destaca-se a goleada (8-3) aplicada pelo Forense (4.º classificado) no terreno do Benfica do Ribatejo. A Norte, o Riachense confirmou a 2.ª posição e consequente apuramento para o “playoff” de subida, ganhando por seguro 3-0 ao Pego, sendo que o rival, Vasco da Gama, foi inclusivamente derrotado, em casa, pela U. Atalaiense, por 2-1.
Campeonato de Portugal – O Fátima perdeu em Elvas (2-1), com o tento decisivo a ser marcado ao cair do pano, já com oito minutos para lá dos noventa. Mantém ainda, não obstante, a esperança de poder ascender à Liga 3, em caso de conjunção favorável de resultados no último dia.
Antevisão – Este Sábado é dia de festa da Taça, com a Final, entre Ferreira do Zêzere e Samora Correia, em Santarém (14 horas, no “Canal 11”). No Domingo, Porto Alto e Tramagal disputam a 1.ª mão da Final da II Divisão; enquanto Riachense e Pontével jogam pela subida. O Fátima, recebendo o Amora, necessitará triunfar e esperar que O Elvas não ganhe em Évora, ao Lusitano (que venceu todos os cinco jogos desta fase final), para alcançar uma notável promoção à Liga 3.
(Artigo publicado no jornal “O Templário”, de 29 de Maio de 2025)








