O Pulsar do Campeonato – 28ª Jornada

17 Maio, 2025 at 11:00 am Deixe um comentário

(“O Templário”, 15.05.2025)

Vitória frente ao Coruchense (5.º), vitória sobre o Alcanenense (8.º), vitória ante o Amiense (10.º) e vitória face ao Abrantes e Benfica (7.º), eis o incrível registo do Entroncamento AC nas últimas quatro jornadas – isto depois de ter superado uma deveras negativa série de oito derrotas consecutivas (entre a 17.ª e a 24.ª ronda) –, somando, só nesses quatro desafios, doze pontos (a acrescer aos dez que obtivera… nos outros 24 jogos), no que, conceda-se-me a ligeireza, se afigura como que um “fenómeno do Entroncamento”, proporcionando ao ainda recente clube da cidade ferroviária saltar acima da “linha de água”, em que se vira submergido há dois meses.

Faltando disputar apenas duas jornadas, são ainda quatro os clubes sob ameaça de poder vir a cair no penúltimo lugar, o que se traduzirá na descida ao segundo escalão, acompanhando o já matematicamente despromovido Salvaterrense: em rigor, no que respeita ao Águias de Alpiarça, só uma “calamidade” poderia ainda sentenciar-lhe tal desdita, atendendo a que dispõe de margem de seis pontos de vantagem sobre a Glória do Ribatejo, e tendo goleado esse rival, na primeira volta, por 5-1; menos tranquilos estarão o Cartaxo (pese embora tenha dado passo crucial) e o próprio Entroncamento AC, respectivamente quatro e dois pontos acima do emblema da Glória.

Destaques – O principal realce em relação aos desafios da 28.ª (antepenúltima) ronda vai, pois, para o notável desempenho do Entroncamento AC, recebendo e batendo (2-1) o grupo do Abrantes e Benfica. Mais, os visitados tiveram a força anímica para inverter o rumo de um jogo em que, praticamente, entraram a perder, sofrendo o golo logo aos três minutos; empatariam por volta da meia hora, consumando a reviravolta no minuto inicial do segundo tempo. Este foi, em paralelo, o terceiro desaire dos abrantinos nos últimos quatro encontros, tendo baixado à 7.ª posição, ainda que em igualdade pontual com o Mação, mas já a intransponíveis seis pontos do Coruchense.

Em evidência – pela positiva, enfim – esteve também o Cartaxo, que, em confronto com um rival directo, e na condição de visitante, foi a Alpiarça ganhar por tangencial 1-0, colocando termo a uma sucessão de sete derrotas, num desfecho que poderá ser determinante para as suas pretensões. Ressalvando-se que todos os considerandos anteriores partem do pressuposto que, de facto, a vitória venha a ser creditada aos cartaxeiros, uma vez que, lamentavelmente, esta partida não chegou ao termo, devido a distúrbios envolvendo espectadores e elementos do banco forasteiro.

O Amiense é que, por mérito próprio, dos comandados de Marco Marques, deixou de fazer parte destas contas da luta pela permanência, uma vez que ganhou (terceiro triunfo, em quatro jornadas), por categórico 3-0, ao Alcanenense, confirmando e reforçando um raro ascendente em confronto directo, perante este rival, no seu reduto: tratou-se da quinta vitória seguida do conjunto dos Amiais, em todos os embates ali disputados entre os dois clubes desde 2018, sem que a formação de Alcanena tivesse, sequer, marcado um golo (agregado de 11-0 a favor do Amiense)!

Os anfitriões, passando a somar 28 pontos (com vantagem de oito pontos sobre a zona de descida), ascenderam inclusivamente ao 10.º posto, acima do U. Tomar. Ao invés, um irreconhecível Alcanenense sofreu sexta derrota em sete jogos, ou, pior, o oitavo desaire nas últimas dez rondas.

O Samora Correia, tendo de aceitar a abdicação da disputa pelo título, mostrou-se, ainda assim, empenhado na contenda pela vice-liderança, tendo ido vencer a Torres Novas por 2-0 – afinal, num confronto entre o 4.º e o 3.º classificado, porém, agora separados por um fosso de quinze pontos –, com golos apontados, sensivelmente, a meio de cada parte, subsistindo igualado em pontos com o Fazendense. Por seu turno, esta foi a terceira derrota dos torrejanos nos quatro últimos compromissos, possibilitando ao Coruchense “encostar” novamente, agora só a um ponto.

Confirmações – Num fim-de-semana em que o resultado mais surpreendente terá sido – a ser homologado – o que se registou em Alpiarça, com a tal derrota dos locais ante o Cartaxo, os restantes quatro encontros tiveram resultados que confirmaram o favoritismo dos ganhadores.

Desde logo, o novo Campeão, Ferreira do Zêzere, a atestar que não irá repousar sobre os louros, indo vencer a Ourém, face ao At. Ouriense, por 3-1, tendo chegado ao intervalo já em vantagem de 2-0, num desafio sem maiores implicações a nível da pauta classificativa final.

O 2.º classificado, Fazendense, também não dá mostras de abrandar, tendo goleado o Glória do Ribatejo por inapelável 5-0, inaugurando o marcador logo no minuto inicial, tendo ampliado a contagem à passagem do quarto de hora, e, definido o prélio, com mais dois tentos, aos 30 e 38 minutos; na etapa complementar, registo para apenas mais um golo dos visitados. Este foi o sexto triunfo consecutivo dos homens das Fazendas, que seguem num impressionante registo de dez vitórias nos últimos onze jogos, numa cadência apenas acompanhada pelo comandante.

O Coruchense venceu igualmente por margem folgada (3-0), na recepção ao “lanterna vermelha”, Salvaterrense, quebrando um mini-ciclo de três derrotas, o que, como referido, lhe proporcionou colar-se ao Torres Novas, fixando, em paralelo, em seis pontos o avanço sobre os mais directos perseguidores (Mação e Abrantes e Benfica), quando restam em disputa… seis pontos.

O U. Tomar, recebendo o Mação, voltou a revelar-se impotente para contrariar os argumentos contrários, num jogo, outra vez, com contratempos de vária ordem: tendo começado por beneficiar das melhores oportunidades de golo, os tomarenses não tiveram a eficácia necessária, cedo se vendo em desvantagem (ainda antes do primeiro quarto de hora), devido a um “penalty” não isento de controvérsia; não baixando os braços, os unionistas tiveram ainda ocasiões para empatar, contudo não concretizadas; a situação pioraria substancialmente, quando, à beira do intervalo, ficaram reduzidos a dez elementos, eventualmente devido ao que teria sido uma inapropriada interpretação (falta de conhecimento do contexto, por parte do árbitro) de um “diálogo” entre os antigos colegas (ambos brasileiros) Henrique Matos e José Charles Mendes.

Na segunda metade, perante tantas adversidades, a equipa nabantina viria ainda a sofrer o segundo golo, num indefensável remate de fora da área. Continuando a porfiar, os anfitriões chegariam mesmo ao golo (87.º de Wemerson Silva ao serviço do clube, registo só superado pelos 104 golos de Ferreira e pelos 90 de Bolota), reduzindo para 1-2. Apesar da inferioridade numérica, animados por esse tento, tentariam, até final, restabelecer a igualdade, vindo, ao invés, a sofrer o 1-3, numa rápida transição, aproveitando o balanceamento atacante, cinco minutos para lá dos noventa.

Finalizando a prova com partidas frente às duas equipas que dominaram durante quase todo este campeonato, também apuradas para a Final da Taça (deslocando-se a Ferreira do Zêzere e, por último, tendo a visita do Samora Correia), o União corre o risco de poder vir ainda a baixar na tabela, uma vez que é escassa a margem de que dispõe face ao 12.º (somente um ponto, em relação ao Águias de Alpiarça) e ao 13.º classificado (três pontos a mais que o Cartaxo).

II Divisão Distrital – No frente-a-frente entre os dois primeiros, o Pontével levou a melhor sobre o Porto Alto, ganhando por 2-0, quebrando, à 20.ª jornada, a invencibilidade do líder, reduzindo o diferencial entre ambos para quatro pontos – o que, inevitavelmente, fará despertar a incerteza, mesmo que o Porto Alto, recebendo o Moçarriense e visitando o Paço dos Negros, continue a “ter a faca e o queijo na mão” para garantir a promoção. Ainda assim, no pior dos cenários para o Pontével, este assegurou já, no mínimo, o 2.º lugar, e consequente disputa do “playoff” de subida.

Mais a Norte, o já promovido Tramagal foi batido (2-0) pelo Vasco da Gama, que mantém intensa pressão sobre o 2.º classificado, Riachense (vencedor, por 3-1, ante o Espinheirense), somente a um ponto. O Vilarense, empatando a zero (Caxarias), ficou fora das contas da luta pela 2.ª posição.

Campeonato de Portugal – O Fátima perdeu, na Amora, por 2-0, um desfecho que poderá vir a revelar-se comprometedor, para maiores aspirações, terminando a primeira volta no 3.º lugar, a um ponto precisamente deste rival, com o Lusitano de Évora destacado, com o pleno de pontos.

Antevisão – A penúltima ronda do Distrital tem como principais pontos de interesse – para além de um sempre aliciante Ferreira do Zêzere-U. Tomar –, em especial, os embates em que estará em jogo a permanência: Glória do Ribatejo-Águias de Alpiarça e Salvaterrense-Entroncamento AC.

Na II Divisão destacam-se os desafios: Porto Alto-Moçarriense e Marinhais-Pontével, a Sul; e, a Norte, U. Atalaiense-Riachense e Espinheirense-Vasco da Gama. No Campeonato de Portugal o Fátima terá a visita do guia, Lusitano, que soma por vitórias os três jogos até agora realizados.

(Artigo publicado no jornal “O Templário”, de 15 de Maio de 2025)

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