Archive for Março, 2025
Liga dos Campeões – 1/8 de final – Barcelona – Benfica
Barcelona – Wojciech Szczęsny, Jules Koundé, Ronald Araújo, Iñigo Martínez (87m – Eric García), Alejandro Balde, Frenkie de Jong (81m – Marc Casadó), Daniel “Dani” Olmo (70m – Pablo Gavira “Gavi”), Pedro “Pedri” González, Lamine Yamal (81m – Fermín López), Raphael “Raphinha” Belloli e Robert Lewandowski (70m – Ferran Torres)
Benfica – Anatoliy Trubin, Tomás Araújo (84m – João Rego), António Silva, Nicolás Otamendi, Samuel Dahl, Fredrik Aursnes, Florentino Luís (70m – Leandro Barreiro), Orkun Kökçü (70m – Andrea Belotti), Kerem Aktürkoğlu (56m – Zeki Amdouni), Andreas Schjelderup (56m – Renato Sanches) e Evangelos “Vangelis” Pavlídis
1-0 – Raphael “Raphinha” Belloli – 11m
1-1 – Nicolás Otamendi – 13m
2-1 – Lamine Yamal – 27m
3-1 – Raphael “Raphinha” Belloli – 42m
Cartão amarelo – António Silva (48m)
Árbitro – François Letexier (França)
As perspectivas não eram boas, à partida para o desafio da 2.ª mão, atendendo à derrota sofrida pelo Benfica em casa. Mas a verdade é que, o que se viu esta noite, foi uma equipa do Barcelona claramente com outro andamento, que, em várias fases do jogo, como que fez “gato-sapato” do adversário.
Tendo Bruno Lage sido forçado a substituir Carreras (a cumprir castigo) por Dahl, este denotou sempre dificuldades em procurar travar Lamine Yamal. Mas, claro, a responsabilidade desta nova derrota não pode ser imputada ao sueco, uma vez que também o meio-campo não funcionou, tal a diferença de ritmo entre as duas equipas.
O guarda-redes benfiquista ainda ia procurando adiar o desnível do marcador (com duas intervenções logo nos dez minutos iniciais), tendo, porém, o Barcelona inaugurado o placard logo de seguida, mercê de uma combinação entre a dupla diabólica, formada por Yamal e Raphinha.
Isto, pese embora Otamendi ter ainda, prontamente, empatado, na sequência de um pontapé de canto, antecipando-se à defesa e cabeceando para o fundo das redes de Szczęsny.
Mas seria “sol de pouca dura”: menos de um quarto de hora volvido, Yamal voltou a ultrapassar a defesa benfiquista (desta feita, Tomás Araújo), internando-se a partir da direita, rematando em arco, sem hipótese para Trubin.
Não haveria já dúvidas sobre o desfecho da eliminatória, mas, outros quinze minutos depois – e logo depois de Trubin ter negado o golo a Lewandowski – a turma catalã chegaria ao terceiro tento, fixando o que seria o resultado final, ainda antes do intervalo, outra vez com Raphinha a ser o “carrasco”, depois de uma cavalgada de Alejandro Balde.
Na segunda parte, a toada do jogo não se alterou de forma substancial, mesmo que a intensidade tenha, naturalmente, baixado.
O Barcelona continuou a não dar possibilidade ao adversário de ter bola e de desenvolver lances estruturados de ataque, dispondo, por seu lado, de oportunidades para poder ter ampliado a contagem (começou por ter, ainda nos minutos iniciais do segundo tempo, um remate ao poste), mas, de facto, tal não seria já determinante para a história do jogo ou da eliminatória.
Acabou por ser uma partida em que o Benfica, por mais esforçado que possa ter sido, não conseguiu ir muito além de um ou outro remate à figura, tendo tido como lance de maior perigo, a cinco minutos do fim, um cabeceamento de Amdouni, detido pelo guardião.
A equipa portuguesa acabou por deixar uma imagem quase como que de “falta de comparência” em Barcelona, despedindo-se desta edição da “Champions” bastante longe do que, a espaços, tinha chegado a alcançar nesta temporada.
O Pulsar do Campeonato – Taça do Ribatejo – 1/2 finais

(“O Templário”, 06.03.2025)
O U. Tomar prossegue a sua boa campanha na Taça do Ribatejo: depois de ter afastado o Fazendense, voltou a surpreender pela positiva, empatando, no jogo da 1.ª mão das meias-finais, com o vice-líder do campeonato, Samora Correia – equipa que, nos últimos 17 jogos disputados, ganhou quinze! E o resultado da partida do passado domingo até poderia ter sido de maior sensação, dado que só a dez minutos do final os nabantinos deixaram escapar a vitória.
Implacável continua o Ferreira do Zêzere, comandante incontestado do Distrital, actual detentor da Taça do Ribatejo, e que tem já “pé e meio” no que será a sua segunda final consecutiva na competição, terceira no historial do clube, tendo ido ganhar categoricamente a Abrantes, por diferencial que não deverá possibilitar recuperação aos abrantinos.
Destaques – Por curiosidade, U. Tomar e Samora Correia como que reataram uma disputa que, pese embora num contexto distinto, havia sido bruscamente coarctada há cinco anos, também nas meias-finais da Taça do Ribatejo, então suspensas, devido à pandemia, depois de os tomarenses terem ido vencer a Samora por 1-0, no final de Fevereiro de 2020 – não tendo as duas equipas voltado a cruzar-se nesta prova, desde essa altura.
Outra vez com entrada afirmativa em campo, à semelhança do que sucedera na semana anterior, nas Fazendas de Almeirim, o União cedo inaugurou o marcador, desta feita, colocando-se em vantagem ainda antes de decorridos os dez minutos iniciais, na sequência de um pontapé de canto, com o defesa, Renato Cruz, recente reforço do clube, a rematar para o fundo da baliza.
E, perante uma algo entorpecida equipa samorense, os unionistas criariam ainda outras situações de perigo, por via de sucessivos lançamentos em profundidade, destacando-se o remate à trave, por Miguel Abreu, cerca dos 40 minutos, que poderia ter originado um muito inesperado 2-0.
Na segunda parte, a fisionomia do jogo alterou-se, como seria expectável, com o Samora Correia a assumir decididamente o controlo, forçando o oponente a recuar no terreno, também face às dificuldades físicas dos seus elementos, mesmo que não tenham sido muitas as ocasiões soberanas para marcar, apenas tendo evitado o desaire já na parte final, fixando o resultado em 1-1.
Pelo que, em suma, mantendo-se claro favoritismo dos samorenses na eliminatória, os nabantinos podem continuar ainda a sonhar com o que, a ocorrer, se constituiria numa grande surpresa.
Em encontro antecipado para Sábado, 1 de Março, o Ferreira do Zêzere deslocou-se a Abrantes, tendo, por coincidência, repetido exactamente o resultado que ali obtivera, em circunstâncias análogas (1.ª mão das meias-finais da Taça do Ribatejo), no ano anterior (no final de Março de 2024), voltando a derrotar a formação do Abrantes e Benfica por 3-0!
Os ferreirenses colocaram-se em vantagem pouco depois do primeiro quarto de hora, praticamente sentenciando o desfecho da eliminatória com mais dois tentos, obtidos num curto intervalo de três minutos, logo no reatamento da partida, aos 52 e 55 minutos, não tendo concedido hipótese de reagir aos donos da casa, os quais, não se “entregando”, estarão já decerto algo conformados.
Numa breve retrospectiva do historial dos quatro semi-finalistas na Taça, Samora Correia e Ferreira do Zêzere contam dois troféus conquistados, cada (1983 e 1994, pelos samorenses; 1990 e 2024, pelos ferreirenses); face a um título do U. Tomar (2018), enquanto o Abrantes e Benfica não conseguiu melhor que uma presença na Final (2022), não obstante ter atingido as meias-finais pela quarta época sucessiva (depois de ter alcançado a mesma fase já no ano de 2019).
Por seu lado, esta é a oitava presença dos samorenses nas meias-finais, fase que os ferreirenses atingem pela sexta vez, tendo o U. Tomar chegado a esta fase em cinco ocasiões, quatro delas nas últimas oito épocas (2018, 2020, 2021 e 2025), depois da estreia, em 2003.
Liga 3 – O U. Santarém realizou o seu segundo jogo na fase de disputa de manutenção da Liga 3, tendo, num embate crucial, ante o Oliveira do Hospital, averbado muito importante triunfo, para mais, por boa margem, de 2-0 (golos obtidos na parte final de cada uma das partes).
Após a 3.ª das dez rondas – registando, todavia, um jogo a menos (adiado para 22 de Março, nos Açores) –, os escalabitanos, somando onze pontos, ocupam a 3.ª posição, a um do Caldas e a dois do líder, Académica (vencedor, ante o Sp. Covilhã), mas, mais importante, tendo ampliado para seis pontos o diferencial face ao adversário que defrontaram no passado domingo, que é, nesta altura, a primeira equipa em zona de despromoção ao Campeonato de Portugal; mantendo-se o Lusitânia (derrotado nas Caldas) no último lugar da classificação, somente com dois pontos.
Campeonato de Portugal – Melhor continua a ser a trajectória do Fátima no Campeonato de Portugal, tendo averbado mais um triunfo, em Alverca, frente à equipa “B” do emblema local, por 1-0, subsistindo os fatimenses nos lugares do pódio, dois pontos atrás do vice-líder, Arronches e Benfica – com o comandante, O Elvas, a garantir praticamente o apuramento para a fase final, dado dispor de mais dez pontos que o Fátima, a cinco jornadas do termo da fase regular.
Por seu turno, o Fátima, com um invejável total de 40 pontos, tem virtualmente assegurada, no mínimo, a manutenção neste escalão, dispondo de 14 pontos de vantagem face à “linha de água”.
Antevisão – No regresso da I Divisão Distrital, realce para o reencontro, de imediato, agora em Ferreira, entre o Ferreira do Zêzere e o Abrantes e Benfica, com os abrantinos a procurarem alguma “desforra”; quanto ao Samora Correia, é claro favorito na recepção ao Amiense.
Também de interesse serão as partidas entre Fazendense e Alcanenense, respectivamente 3.º e 4.º classificados, separados por cinco pontos, jogando a turma de Alcanena importante cartada no âmbito das suas eventuais esperanças de alcançar ainda um lugar no pódio; assim como, noutro plano, da busca da tranquilidade, o U. Tomar-Águias de Alpiarça, em que se espera que os unionistas possam confirmar, de forma mais consistente, os sinais positivos que vêm transmitindo.
No escalão secundário, o líder da Série A, Porto Alto, deverá somar mais três pontos, recebendo a visita da agremiação de Rio Maior, destacando-se o confronto entre Pontével e Benavente. A Norte, o comandante, Tramagal tem uma difícil saída, ao terreno do Espinheirense, anotando-se ainda o U. Atalaiense-Vilarense, com os visitantes a não poder desperdiçar pontos.
Na Liga 3, o U. Santarém viaja até à Serra da Estrela, para defrontar o Sp. Covilhã, equipa que se lhe segue, de imediato, na pauta classificativa (4.ª), com dois pontos de diferença.
No Campeonato de Portugal, o Fátima, recebendo o “lanterna vermelha”, Pêro Pinheiro, terá todas as condições para garantir definitivamente a tranquilidade, e poder aspirar ainda a mais altos voos.
(Artigo publicado no jornal “O Templário”, de 6 de Março de 2025)
Liga Conferência – 1/8 de final (1.ª mão)
06.03.2025 - Betis - V. Guimarães 2-2 06.03.2025 - Jagiellonia Białystok - Cercle Brugge 3-0 06.03.2025 - Celje - Lugano 1-0 06.03.2025 - Panathinaikos - Fiorentina 3-2 06.03.2025 - FC København - Chelsea 1-2 06.03.2025 - Molde - Legia Warsaw 3-2 06.03.2025 - Pafos - Djurgården 1-0 06.03.2025 - Borac Banja Luka - Rapid Wien 1-1
Liga Europa – 1/8 de final (1.ª mão)
06.03.2025 - Viktoria Plzeň - Lazio 1-2 06.03.2025 - Bodø/Glimt - Olympiacos 3-0 06.03.2025 - Ajax - Eintracht Frankfurt 1-2 06.03.2025 - AZ Alkmaar - Tottenham 1-0 06.03.2025 - AS Roma - Athletic Bilbao 2-1 06.03.2025 - Fenerbahçe - Rangers 1-3 06.03.2025 - FCSB - Ol. Lyonnais 1-3 06.03.2025 - Real Sociedad - Manchester United 1-1
Liga dos Campeões – 1/8 de final (1.ª mão)
05.03.2025 - Paris Saint-Germain - Liverpool 0-1 04.03.2025 - Club Brugge - Aston Villa 1-3 04.03.2025 - Real Madrid - At. Madrid 2-1 04.03.2025 - PSV Eindhoven - Arsenal 1-7 05.03.2025 - Benfica - Barcelona 0-1 04.03.2025 - Borussia Dortmund - Lille 1-1 05.03.2025 - Bayern München - Bayer Leverkusen 3-0 05.03.2025 - Feyenoord - Inter 0-2
Liga dos Campeões – 1/8 de final – Benfica – Barcelona
Benfica – Anatoliy Trubin, Tomás Araújo (57m – Samuel Dahl), António Silva, Nicolás Otamendi, Álvaro Carreras, Fredrik Aursnes, Leandro Barreiro (70m – Andrea Belotti), Orkun Kökçü (84m – Renato Sanches), Kerem Aktürkoğlu, Andreas Schjelderup (70m – João Rego) e Evangelos “Vangelis” Pavlídis (84m – Arthur Cabral)
Barcelona – Wojciech Szczęsny, Jules Koundé, Pau Cubarsí, Iñigo Martínez, Alejandro Balde, Daniel “Dani” Olmo (28m – Ronald Araújo), Frenkie de Jong (79m – Marc Casadó), Pedro “Pedri” González, Lamine Yamal (56m – Ferran Torres), Raphael “Raphinha” Belloli e Robert Lewandowski (79m – Gerard Martín)
0-1 – Raphael “Raphinha” Belloli – 61m
Cartões amarelos – Leandro Barreiro (45m), António Silva (45m), Álvaro Carreras (73m) e João Rego (90m); Iñigo Martínez (45m)
Cartão vermelho – Pau Cubarsí (22m)
Árbitro – Felix Zwayer (Alemanha)
Imperou a velha máxima de que “não há dois jogos iguais”: depois da catadupa de (nove!) golos de há um mês e meio, um solitário golo desta vez. Porém, o desfecho foi o mesmo: nova vitória do Barcelona… e, tal como na partida anterior, o Benfica ficou a dever a si próprio não ter logrado triunfar.
O arranque parecia similar ao do jogo de Turim, com a Juventus, com as duas equipas lançadas em vertigem, tendo nomeadamente o Benfica, logo nos minutos iniciais, criado muito perigo, por intermédio de Aktürkoğlu e de Leandro Barreiro, com o adversário também a ripostar de pronto.
E, pouco depois, à passagem dos doze minutos, seria mesmo o Barcelona a, de forma incrível, desaproveitar tripla ocasião de marcar (por Frenkie de Jong, Lewandowski e Lamine Yamal), graças a uma fantástica sequência de três defesas no mesmo lance, por instinto, de Trubin.
A equipa catalã mantinha a sua característica de alto risco, o que o Benfica aproveitou para, num lançamento em profundidade, a solicitar a desmarcação de Pavlídis, este, isolando-se frente a Szczęsny, ser travado “in extremis” por Cubarsí, a cometer falta sobre a linha delimitadora da grande área, que lhe custou a expulsão.
A partir daí a configuração do jogo alterou-se: o Barcelona – que, até então, registava elevada percentagem de “posse de bola”, como que passava a “oferecer” deliberadamente a iniciativa. O Benfica tentava sucessivas investidas, mas esbarrava na muralha defensiva contrária, perante um intransponível Szczęsny. Ao contrário, eram os catalães a passar a ameaçar em rápidas transições.
Já próximo do intervalo, a turma benfiquista teve outras duas boas ocasiões, primeiro com um remate de Pavlídis a esbarrar no corpo de Koundé, e, de seguida, com Aktürkoğlu a cabecear, com Szczęsny a negar o golo, com grande intervenção.
No recomeço, num curto intervalo de tempo, Pavlídis, por duas vezes, e Aursnes, desperdiçaram outras oportunidades de poder marcar.
Porém, bastou um momento de desconcentração, com António Silva a fazer um passe transviado, que Raphinha não perdoou, com um remate seco, sesgado ao canto da baliza, não dando hipóteses a Trubin. “Contra a corrente”, estava inaugurado o marcador, a favor do Barcelona.
Bruno Lage arriscaria mais, fazendo entrar Belotti e o jovem João Rego, para os últimos vinte minutos, procurando intensificar a pressão ofensiva. E a equipa do Barcelona teria, então, de se mostrar solidária, com capacidade para sofrer, em prol da preservação da magra vantagem adquirida.
Já dentro do quarto de hora final seria de novo o guardião polaco a negar o golo a Aktürkoğlu. Para, poucos minutos volvidos, Belotti ser travado por Szczęsny, tendo o árbitro assinalado a marca de grande penalidade, lance que, contudo, seria invalidado pelo “VAR”, sancionando “milimétrica” posição de fora-de-jogo.
Em tempo de compensação, no último suspiro, com o adversário acantonado na sua área, o Benfica dispôs de quatro pontapés de canto sucessivos, tendo Renato Sanches proporcionado ainda sensação eminente de golo, com um potente remate de fora da área… uma vez mais travado pelo guarda-redes!
A equipa portuguesa terminaria o encontro revertendo a seu favor a maior percentagem de posse bola, e em clara superioridade noutros dados estatísticos, como o número de remates ou de cantos. Porém, faltou maior acutilância para poder materializar em golo qualquer das várias jogadas de ataque que realizou.
O Benfica realizou exibição positiva, personalizada, mas terá de enfrentar agora, na Catalunha, uma ingrata missão, de tentar surpreender a Europa do futebol, necessitando de alcançar o que seria um muito inesperado desfecho, o de recuperar, em Barcelona, da desvantagem caseira sofrida nesta 1.ª mão.
Óscares – 2025 – Vencedores
E os vencedores dos Óscares foram:
- Melhor filme – Anora
- Melhor realizador – Sean Baker (Anora)
- Melhor actor – Adrien Brody (“O Brutalista” – The Brutalist)
- Melhor actriz – Mikey Madison (Anora)
- Melhor actor secundário – Kieran Culkin (“A Verdadeira Dor” – A Real Pain)
- Melhor actriz secundária – Zoe Saldaña (Emilia Pérez)
Consultar a lista completa aqui.
O Pulsar do Campeonato – 19ª Jornada

(“O Templário”, 27.02.2025)
Com o triunfo das três equipas da frente, voltou a ampliar-se a distância face ao grupo “perseguidor”, salientando-se a particularidade de, entre os clubes anteriormente classificados entre o 4.º e o 15.º lugar, só o Cartaxo ter também vencido na 19.ª ronda – num desfecho, aliás, imprevisto, alcançado no terreno do 4.º classificado (Alcanenense); enquanto o 5.º e o 6.º (Torres Novas e Coruchense), tal como o 7.º e o 8.º (Abrantes e Benfica e Mação), empataram entre si.
Destaques – A grande “novidade” veio de Salvaterra de Magos, do “derby” municipal, onde a equipa da Glória do Ribatejo conseguiu, enfim, regressar às vitórias, de que se encontrava arredada há já mais de quatro meses, voltando a ganhar, uma volta inteira decorrida da prova – depois de um terrível ciclo em que somou treze derrotas e um único empate –, outra vez frente ao rival, Salvaterrense, adversário frente ao qual obteve os seus únicos triunfos neste campeonato: depois do 2-1 em casa, 3-2 no reduto contrário, no passado domingo.
Os visitantes começaram por inaugurar o marcador, logo no quarto de hora inicial, tendo, contudo, consentido o empate ainda antes da meia hora de jogo. Já em período de compensação do primeiro tempo, mais dois golos, um para cada lado, com a Glória a recolocar-se em vantagem, e o Salvaterrense a igualar de imediato. Na segunda metade, os forasteiros colocar-se-iam, pela terceira vez (desta feita definitiva) em superioridade no marcador.
Um êxito que é tão mais importante atendendo a que estes dois grupos partilhavam a condição de “lanterna vermelha”, tendo a turma da Glória do Ribatejo obtido notável impulso anímico, vendo reduzir-se para apenas um ponto a desvantagem face à “linha de água” (Entroncamento AC).
Outra nota a destacar, pelo inusitado desfecho, é a do empate (4-4) na recepção do Águias de Alpiarça ao At. Ouriense, numa partida empolgante, com as duas equipas – ambas ainda em situação não tranquila a nível pontual – a “dar o litro” em prol do melhor resultado possível.
Os alpiarcenses cedo chegaram a dispor de vantagem de dois golos, tentos apontados ainda no quarto de hora inicial, tendo, depois, chegado ainda ao 3-1, à passagem da meia hora. Porém, o grupo de Ourém, não desarmando, operou sensacional reviravolta, para 3-4, tendo marcado aos 40, 60 e 75 minutos. Já na fase derradeira, o Águias estabeleceria a igualdade final, a quatro bolas.
No que respeita ao topo da tabela, o comandante, Ferreira do Zêzere, cujo desafio nos Amiais fora antecipado para a passada quinta-feira, deparou-se com um “osso duro de roer”, tendo o nulo no marcador subsistido até cerca dos 70 minutos. A resistência dos donos da casa apenas então foi quebrada, com dois golos dos ferreirenses em menos de dez minutos, sendo que o Amiense viria a chegar ainda ao ponto de honra (1-2), já em tempo de compensação. Depois de uma série de dez vitórias nas dez primeiras rondas, o guia segue, agora, com oito triunfos sucessivos!
Mais tranquila foi a missão do vice-líder, Samora Correia, que não teve grandes dificuldades para levar de vencida, também em terreno alheio, a equipa do Entroncamento AC, impondo-se por convincente 3-0, com tentos apontados aos 20, 50 e 90 minutos), repondo, pois, o diferencial para o 1.º lugar em sete pontos (chegara a ser de dez pontos, entre quinta-feira e domingo…).
Surpresa – O Cartaxo volta a marcar presença neste segmento da “surpresa da jornada”, mas, desta vez, pela positiva, tendo ido vencer ao reduto do Alcanenense por 2-1; sendo que dispôs, aliás, de vantagem de dois golos (marcados aos quatro e aos quarenta minutos) durante toda a segunda parte, com a formação de Alcanena a reduzir já depois dos noventa. Foi assim quebrado o ciclo de três vitórias do Alcanenense, no imediato com implicações no dilatar do atraso face ao 3.º lugar (ocupado pelo Fazendense, agora a cinco pontos), minoradas dado os quatro concorrentes seguintes na pauta classificativa terem empatado, nos encontros entre eles disputados.
Confirmações – As confirmações advêm, nesta semana, do equilíbrio entre as turmas que, em confronto directo, disputavam o 5.º e 6.º lugares (Coruchense e Torres Novas), assim como a 7.ª e 8.ª posições (Abrantes e Benfica e Mação).
Em Coruche, foram os torrejanos a marcar primeiro, tendo o grupo do Sorraia fixado o empate (1-1) já na compensação. Em Abrantes, o nulo manteve-se até final, o que, por ora, não possibilita, quer a Abrantes e Benfica, quer a Mação, ascender na classificação. Por curiosidade, também o Torres Novas, assim como o emblema de Abrantes, viram igualmente interrompidas séries de três triunfos (tal como sucedeu com o Alcanenense); ao invés, o Coruchense avançou para o terceiro jogo sem ganhar, depois dos expressivos desaires sofridos ante os dois primeiros classificados.
São agora sete os pontos que separam o 4.º (Alcanenense – 37) do 8.º classificado (Mação – 30), distando o Torres Novas (5.º) um ponto do conjunto de Alcanena, com o Coruchense (6.º) outro ponto mais abaixo, enquanto o Abrantes e Benfica (7.º) passou a contar 33. Por seu lado, continua a ser de dez pontos o fosso entre o 8.º e o 9.º posto (agora partilhado entre At. Ouriense e Cartaxo).
Resta a ingrata missão de abordar a campanha do U. Tomar neste campeonato, outra vez goleado (5-0), nas Fazendas de Almeirim – tendo encaixado nada menos de trinta golos (!), nos oito jogos que leva sem conseguir ganhar (desde a goleada aplicada à Glória do Ribatejo, em meados de Dezembro), nos quais acumulou seis derrotas, continuando estacionado nos 17 pontos, o que não lhe permitirá ainda descansar quanto ao objectivo primordial da continuidade no escalão principal.
O União até teve boa entrada em jogo, assumindo a iniciativa no quarto de hora inicial, mas, a partir do primeiro golo sofrido (próximo da meia hora) não mais conseguiria reagir, assistindo ao implacável avolumar do “placard”, com outros quatro golos, aos 38, 52, 55 e 87 minutos, anotando-se a singularidade de o Fazendense ter sido o único visitado a ganhar nesta ronda.
II Divisão Distrital – O Porto Alto, ganhando por tangencial 1-0 em Almeirim, beneficiou do desaire do Pontével (0-3, na Moçarria), dispondo agora de um já confortável avanço de oito pontos sobre o duo de perseguidores (Forense e Pontével) – sendo que Marinhais, Moçarriense e Benavente poderão ainda acalentar a aspiração de vir eventualmente a chegar ao 2.º lugar.
A Norte, o líder, Tramagal, folgou, vendo reduzir-se para cinco pontos a vantagem sobre o Vasco da Gama (triunfo por 4-2, ante o At. Pernes), destacando-se a soberba goleada (8-1!) imposta pelo Vilarense (agora, outra vez, na 3.ª posição) ao anterior 3.º classificado, Espinheirense.
Liga 3 – O jogo que o U. Santarém deveria ter disputado nos Açores, ante o Lusitânia, foi adiado. Em função dos (outros) resultados da 2.ª ronda, os escalabitanos caíram até ao 4.º lugar, somente com três pontos mais que o Oliveira do Hospital, primeira equipa em zona de despromoção.
Campeonato de Portugal – O Fátima, recebendo o Sertanense, foi penalizado pelo facto de, muito cedo (vinte minutos), se ter visto em inferioridade numérica, tendo, ainda assim, resistido, e conseguido pontuar, por via do empate a um golo, do que decorreu, todavia, a baixa à 3.ª posição.
Antevisão – Os campeonatos distritais sofrem uma pausa, para disputa da 1.ª mão das meias-finais da Taça do Ribatejo, com U. Tomar e Samora Correia a “retomarem” uma contenda que, há exactos cinco anos, ficara abruptamente interrompida pela pandemia, nesta mesma eliminatória, de apuramento de finalista (então, depois de os tomarenses terem vencido em Samora). O Ferreira do Zêzere desloca-se a Abrantes, para o primeiro de dois embates sucessivos entre ambos.
Na Liga 3, o U. Santarém enfrenta outro desafio crucial, tendo a visita, precisamente, do Oliveira do Hospital. No Campeonato de Portugal, o Fátima desloca-se a Alverca, para defrontar a equipa “B” do clube local, esta temporada menos exuberante que no ano anterior, ocupando o 6.º posto.
(Artigo publicado no jornal “O Templário”, de 27 de Fevereiro de 2025)



