O Pulsar do Campeonato – 19ª Jornada
2 Março, 2025 at 11:00 am Deixe um comentário

(“O Templário”, 27.02.2025)
Com o triunfo das três equipas da frente, voltou a ampliar-se a distância face ao grupo “perseguidor”, salientando-se a particularidade de, entre os clubes anteriormente classificados entre o 4.º e o 15.º lugar, só o Cartaxo ter também vencido na 19.ª ronda – num desfecho, aliás, imprevisto, alcançado no terreno do 4.º classificado (Alcanenense); enquanto o 5.º e o 6.º (Torres Novas e Coruchense), tal como o 7.º e o 8.º (Abrantes e Benfica e Mação), empataram entre si.
Destaques – A grande “novidade” veio de Salvaterra de Magos, do “derby” municipal, onde a equipa da Glória do Ribatejo conseguiu, enfim, regressar às vitórias, de que se encontrava arredada há já mais de quatro meses, voltando a ganhar, uma volta inteira decorrida da prova – depois de um terrível ciclo em que somou treze derrotas e um único empate –, outra vez frente ao rival, Salvaterrense, adversário frente ao qual obteve os seus únicos triunfos neste campeonato: depois do 2-1 em casa, 3-2 no reduto contrário, no passado domingo.
Os visitantes começaram por inaugurar o marcador, logo no quarto de hora inicial, tendo, contudo, consentido o empate ainda antes da meia hora de jogo. Já em período de compensação do primeiro tempo, mais dois golos, um para cada lado, com a Glória a recolocar-se em vantagem, e o Salvaterrense a igualar de imediato. Na segunda metade, os forasteiros colocar-se-iam, pela terceira vez (desta feita definitiva) em superioridade no marcador.
Um êxito que é tão mais importante atendendo a que estes dois grupos partilhavam a condição de “lanterna vermelha”, tendo a turma da Glória do Ribatejo obtido notável impulso anímico, vendo reduzir-se para apenas um ponto a desvantagem face à “linha de água” (Entroncamento AC).
Outra nota a destacar, pelo inusitado desfecho, é a do empate (4-4) na recepção do Águias de Alpiarça ao At. Ouriense, numa partida empolgante, com as duas equipas – ambas ainda em situação não tranquila a nível pontual – a “dar o litro” em prol do melhor resultado possível.
Os alpiarcenses cedo chegaram a dispor de vantagem de dois golos, tentos apontados ainda no quarto de hora inicial, tendo, depois, chegado ainda ao 3-1, à passagem da meia hora. Porém, o grupo de Ourém, não desarmando, operou sensacional reviravolta, para 3-4, tendo marcado aos 40, 60 e 75 minutos. Já na fase derradeira, o Águias estabeleceria a igualdade final, a quatro bolas.
No que respeita ao topo da tabela, o comandante, Ferreira do Zêzere, cujo desafio nos Amiais fora antecipado para a passada quinta-feira, deparou-se com um “osso duro de roer”, tendo o nulo no marcador subsistido até cerca dos 70 minutos. A resistência dos donos da casa apenas então foi quebrada, com dois golos dos ferreirenses em menos de dez minutos, sendo que o Amiense viria a chegar ainda ao ponto de honra (1-2), já em tempo de compensação. Depois de uma série de dez vitórias nas dez primeiras rondas, o guia segue, agora, com oito triunfos sucessivos!
Mais tranquila foi a missão do vice-líder, Samora Correia, que não teve grandes dificuldades para levar de vencida, também em terreno alheio, a equipa do Entroncamento AC, impondo-se por convincente 3-0, com tentos apontados aos 20, 50 e 90 minutos), repondo, pois, o diferencial para o 1.º lugar em sete pontos (chegara a ser de dez pontos, entre quinta-feira e domingo…).
Surpresa – O Cartaxo volta a marcar presença neste segmento da “surpresa da jornada”, mas, desta vez, pela positiva, tendo ido vencer ao reduto do Alcanenense por 2-1; sendo que dispôs, aliás, de vantagem de dois golos (marcados aos quatro e aos quarenta minutos) durante toda a segunda parte, com a formação de Alcanena a reduzir já depois dos noventa. Foi assim quebrado o ciclo de três vitórias do Alcanenense, no imediato com implicações no dilatar do atraso face ao 3.º lugar (ocupado pelo Fazendense, agora a cinco pontos), minoradas dado os quatro concorrentes seguintes na pauta classificativa terem empatado, nos encontros entre eles disputados.
Confirmações – As confirmações advêm, nesta semana, do equilíbrio entre as turmas que, em confronto directo, disputavam o 5.º e 6.º lugares (Coruchense e Torres Novas), assim como a 7.ª e 8.ª posições (Abrantes e Benfica e Mação).
Em Coruche, foram os torrejanos a marcar primeiro, tendo o grupo do Sorraia fixado o empate (1-1) já na compensação. Em Abrantes, o nulo manteve-se até final, o que, por ora, não possibilita, quer a Abrantes e Benfica, quer a Mação, ascender na classificação. Por curiosidade, também o Torres Novas, assim como o emblema de Abrantes, viram igualmente interrompidas séries de três triunfos (tal como sucedeu com o Alcanenense); ao invés, o Coruchense avançou para o terceiro jogo sem ganhar, depois dos expressivos desaires sofridos ante os dois primeiros classificados.
São agora sete os pontos que separam o 4.º (Alcanenense – 37) do 8.º classificado (Mação – 30), distando o Torres Novas (5.º) um ponto do conjunto de Alcanena, com o Coruchense (6.º) outro ponto mais abaixo, enquanto o Abrantes e Benfica (7.º) passou a contar 33. Por seu lado, continua a ser de dez pontos o fosso entre o 8.º e o 9.º posto (agora partilhado entre At. Ouriense e Cartaxo).
Resta a ingrata missão de abordar a campanha do U. Tomar neste campeonato, outra vez goleado (5-0), nas Fazendas de Almeirim – tendo encaixado nada menos de trinta golos (!), nos oito jogos que leva sem conseguir ganhar (desde a goleada aplicada à Glória do Ribatejo, em meados de Dezembro), nos quais acumulou seis derrotas, continuando estacionado nos 17 pontos, o que não lhe permitirá ainda descansar quanto ao objectivo primordial da continuidade no escalão principal.
O União até teve boa entrada em jogo, assumindo a iniciativa no quarto de hora inicial, mas, a partir do primeiro golo sofrido (próximo da meia hora) não mais conseguiria reagir, assistindo ao implacável avolumar do “placard”, com outros quatro golos, aos 38, 52, 55 e 87 minutos, anotando-se a singularidade de o Fazendense ter sido o único visitado a ganhar nesta ronda.
II Divisão Distrital – O Porto Alto, ganhando por tangencial 1-0 em Almeirim, beneficiou do desaire do Pontével (0-3, na Moçarria), dispondo agora de um já confortável avanço de oito pontos sobre o duo de perseguidores (Forense e Pontével) – sendo que Marinhais, Moçarriense e Benavente poderão ainda acalentar a aspiração de vir eventualmente a chegar ao 2.º lugar.
A Norte, o líder, Tramagal, folgou, vendo reduzir-se para cinco pontos a vantagem sobre o Vasco da Gama (triunfo por 4-2, ante o At. Pernes), destacando-se a soberba goleada (8-1!) imposta pelo Vilarense (agora, outra vez, na 3.ª posição) ao anterior 3.º classificado, Espinheirense.
Liga 3 – O jogo que o U. Santarém deveria ter disputado nos Açores, ante o Lusitânia, foi adiado. Em função dos (outros) resultados da 2.ª ronda, os escalabitanos caíram até ao 4.º lugar, somente com três pontos mais que o Oliveira do Hospital, primeira equipa em zona de despromoção.
Campeonato de Portugal – O Fátima, recebendo o Sertanense, foi penalizado pelo facto de, muito cedo (vinte minutos), se ter visto em inferioridade numérica, tendo, ainda assim, resistido, e conseguido pontuar, por via do empate a um golo, do que decorreu, todavia, a baixa à 3.ª posição.
Antevisão – Os campeonatos distritais sofrem uma pausa, para disputa da 1.ª mão das meias-finais da Taça do Ribatejo, com U. Tomar e Samora Correia a “retomarem” uma contenda que, há exactos cinco anos, ficara abruptamente interrompida pela pandemia, nesta mesma eliminatória, de apuramento de finalista (então, depois de os tomarenses terem vencido em Samora). O Ferreira do Zêzere desloca-se a Abrantes, para o primeiro de dois embates sucessivos entre ambos.
Na Liga 3, o U. Santarém enfrenta outro desafio crucial, tendo a visita, precisamente, do Oliveira do Hospital. No Campeonato de Portugal, o Fátima desloca-se a Alverca, para defrontar a equipa “B” do clube local, esta temporada menos exuberante que no ano anterior, ocupando o 6.º posto.
(Artigo publicado no jornal “O Templário”, de 27 de Fevereiro de 2025)
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