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O Pulsar do Campeonato – 17ª Jornada

(“O Templário”, 13.02.2025)
Recebendo um adversário em bom momento de forma – que consigo partilhava a melhor série de vitórias então em curso (cinco) –, o Ferreira do Zêzere desembaraçou-se de forma categórica do Coruchense, impondo-lhe uma inapelável goleada. Qual “rolo compressor”, com 16 vitórias em 17 jornadas (a deixar transparecer que terá sido de alguma forma incidental o desaire caseiro ante o Samora Correia), o emblema ferreirense parece lançado na senda de um inédito título.
É que, em conjugação com um desempenho muito afirmativo do comandante, os seus mais imediatos perseguidores dão indícios de claudicar, numa ronda em que as equipas que se posicionavam no 2.º, 3.º e 4.º lugares foram, todas elas, derrotadas! No caso do Fazendense (3.º), o atraso, agora de doze pontos, será já irremediável; por seu turno, o surpreendente desaire do vice-líder, Samora Correia, tem como implicação directa ter passado a distar sete pontos do guia.
Como bem evidencia o sucedido com o grupo das Fazendas – oito pontos perdidos nos três últimos jogos (!) – ninguém poderá estar imune a fases menos produtivas, mas o Ferreira só perderia este campeonato se tivesse, pelo menos, três dias maus, nas 13 partidas restantes.
Depois de, há menos de dois meses, ter atingido a histórica marca de 1.000 vitórias em jogos oficiais, o União de Tomar chegou, no passado fim-de-semana, aos 500 empates. Regista, nesta altura, um total de 1.000 vitórias, 500 empates e 885 derrotas, em 2.385 desafios disputados.
A propósito de estatísticas, aqui fica ainda uma outra, de cariz mais pessoal, sendo este o 400.º artigo sobre “O Pulsar do Campeonato”, publicado em “O Templário”, desde há doze anos e meio.
Destaques – A primeira nota de realce vai para a forma como o Ferreira do Zêzere bateu o Coruchense, grupo de muito bom potencial, mas impotente para travar a cavalgada do líder, que, com dois tentos apontados antes dos vinte minutos, praticamente sentenciou o desfecho a seu favor. Tal seria confirmado em cima do intervalo, quando a turma do Sorraia ficou, primeiro, reduzida a dez unidades, e, logo de seguida, consentindo o terceiro golo. Na etapa complementar, os ferreirenses limitaram-se a gerir, tendo fixado a contagem (um robusto 4-0) aos 70 minutos.
Em destaque esteve também o Torres Novas, embalado com a goleada aplicada ao U. Tomar, tendo, desta feita, ido ganhar às Fazendas de Almeirim, por 2-1, depois de ter chegado ao intervalo já em vantagem (1-0), que recuperaria próximo do final. Não obstante mantenham, por ora, o 6.º posto, os torrejanos têm agora o duo que reparte o 4.ª lugar (Alcanenense e Coruchense) só dois pontos acima, reduzindo-se para quatro pontos o diferencial face ao seu adversário, na 3.ª posição.
Não foi um desfecho que não pudesse ser expectável, mas, indo ao Entroncamento golear por 4-1, o Mação pode, por fim, ter sacudido a má fase que vinha atravessando (tendo acumulado sete derrotas nas nove jornadas precedentes), firmando-se na primeira metade da pauta classificativa (8.º classificado), e onde só poderá olhar para cima, dado dispor de sete pontos de avanço sobre o At. Ouriense. O conjunto da cidade ferroviária, a necessitar de pontos, ainda começou por se colocar em vantagem, logo à passagem dos dez minutos, mas os maçaenses, depois de empatarem perto da meia hora, arrancaram para a vitória, com mais três golos entre os 59 e os 78 minutos.
Surpresa – Afigura-se como bastante imprevisto o desaire sofrido pelo Samora Correia em Alpiarça, derrotado por 2-0 pelo Águias, que soma assim preciosos pontos para se afastar da zona de despromoção; com três triunfos nas seis rondas mais recentes, o grupo alpiarcense (13.º na tabela) dispõe agora de margem de segurança de sete pontos em relação à “linha de água”.
Confirmações – As restantes quatro partidas da 17.ª jornada tiveram resultados dentro da lógica, desde logo com os triunfos do Alcanenense (3-1, na recepção ao “lanterna vermelha”, Salvaterrense, tendo os donos da casa chegado a 2-0 ainda no quarto de hora inicial) e do Abrantes e Benfica (2-0, ante o Cartaxo, com os abrantinos a abrir o activo antes de completados os primeiros cinco minutos, confirmando a vitória, com o segundo tento, à beira do intervalo).
Bem mais dificuldades teve o Amiense para levar de vencida a turma da Glória do Ribatejo. Os forasteiros marcaram primeiro, a meio da primeira parte, e mantiveram-se em vantagem até aos derradeiros dez minutos, altura em que, com dois golos apontados, a formação dos Amiais conseguiria arrancar um ansiado êxito (2-1), no reencontro com as vitórias, cinco jornadas depois.
O Amiense partilha agora o 10.º posto com o U. Tomar, que, tendo a visita do At. Ouriense, repetiu, pelos mesmos números, o resultado do desafio da primeira volta (2-2 – por coincidência exactamente o desfecho averbado na véspera, pelas formações juniores dos dois emblemas).
Foi a quinta ronda sucessiva do campeonato sem ganhar – por parte de ambas as equipas –, mas, pelo menos, conseguiu travar-se um ciclo de quatro derrotas dos tomarenses. A turma unionista marcou primeiro, à passagem do quarto de hora, permitindo o restabelecimento da igualdade pouco tempo volvido, tendo o grupo de Ourém operado a reviravolta (1-2) próximo do intervalo.
Na etapa complementar o União assumiu a iniciativa do jogo, na procura de pontuar, vindo a fixar o empate à entrada do último quarto de hora, depois de ter já desperdiçado algumas outras ocasiões de golo. Perante um adversário que denotou fragilidades defensivas, os nabantinos ficaram a dever a si próprios não ter conseguido voltar aos triunfos.
II Divisão Distrital – A Série A teve uma jornada (12.ª, primeira da segunda volta) caracterizada pelas goleadas: 6-0 do líder, Porto Alto, frente à equipa “B” do U. Santarém; 7-0, do Benavente, no terreno do Benfica do Ribatejo; e, sobretudo, pelo inusitado da situação, o 7-1 com que o Forense “despachou” o Pontével, com o qual repartia a 2.ª posição da tabela classificativa!
A turma do Porto Alto tem agora seis pontos de vantagem sobre o Forense, e já nove pontos de avanço em relação ao Pontével (que baixou ao 3.º lugar, dois pontos acima do Marinhais).
Na Série B, o Tramagal, vencedor do Mindense por 4-2, dispõe já – neste caso, no final da primeira volta da prova (13.ª ronda) – de vantagem de oito pontos face a Vasco da Gama (vitória por 4-1 na Atalaia) e Vilarense (que folgou). Realce ainda para a imprevista derrota do Riachense no Pego.
Porto Alto e Tramagal parecem, pois, bem encaminhados para o regresso à divisão maior, bastantes anos depois das respectivas últimas participações nesse escalão.
Campeonato de Portugal – O Fátima “soma e segue”: quinta vitória (1-0) sucessiva, na recepção ao Marinhense, numa jornada (18.ª) com a singular particularidade de todos os restantes (seis) encontros terem terminado empatados!
Os fatimenses partilham agora a 2.ª posição com o Arronches e Benfica, com uma margem de doze pontos face à zona de despromoção, parecendo já seguro poder tirar-se a ilação de que serão apenas dois os clubes a despromover da I à II Divisão Distrital no final desta temporada.
Antevisão – No primeiro escalão destaca-se o embate entre Samora Correia e Coruchense, duas formações a “lamber as feridas” dos desaires do último Domingo. O guia, Ferreira do Zêzere, recebe o Entroncamento AC. O U. Tomar, jogando de novo em casa, tem a visita do Alcanenense. Na segunda divisão joga-se apenas na Série B, realçando-se o confronto Tramagal-Vilarense.
No arranque da fase de manutenção da Liga 3, o U. Santarém (que parte na 2.ª posição, entre os seis concorrentes da Série 2, apenas atrás da Académica – sendo que serão despromovidos os dois últimos classificados de cada série), começa por receber, precisamente, a turma coimbrã.
No Campeonato de Portugal, o Fátima defronta também (fora de casa) uma equipa conimbricense, o União 1919, que se encontra em zona de despromoção (actual antepenúltimo classificado).
(Artigo publicado no jornal “O Templário”, de 13 de Fevereiro de 2025)



