O Pulsar do Campeonato – 16ª Jornada
9 Fevereiro, 2025 at 11:00 am Deixe um comentário

(“O Templário”, 06.02.2025)
Mais adiante se poderá aquilatar de forma cabal sobre o impacto do desfecho do embate entre Samora Correia e Fazendense (0-0), do que decorreu, por ora, o ampliar da distância destas duas equipas face ao comandante, com os ferreirenses a disporem, nesta altura, de avanço de quatro pontos sobre os samorenses, e já de nove pontos em relação ao conjunto das Fazendas.
Tal terá comprometido definitivamente as aspirações do Fazendense, ao mesmo tempo que poderá ter proporcionado importante folga para a “gestão” do resto do campeonato por parte do guia.
Destaques – No “jogo-grande” da ronda de arranque da segunda volta da prova, as equipas do Samora Correia e do Fazendense neutralizaram-se, não tendo desfeito o nulo, no que se afigura, pois, um resultado penalizador para ambos os emblemas, que não pode ter deixado nenhum deles satisfeito. Acresce que, no caso dos samorenses, para além do efeito aritmético directo (dois pontos perdidos) também em termos anímicos poderá fazer alguma mossa terem visto (por fim) interrompida uma fantástica senda triunfal, que registavam há 14 encontros (Taça incluída), tendo vencido todos os desafios disputados nos meses de Outubro, Novembro, Dezembro e Janeiro!
Assim, o maior ciclo de vitórias presentemente em curso no campeonato passou agora a pertencer – e para além do Ferreira do Zêzere – ao Coruchense, ambos vencedores nas últimas cinco rondas.
A formação do Sorraia deslocou-se a Mação, impondo-se por 4-3, numa partida repleta de cambiantes: depois de os maçaenses terem chegado a dispor de vantagem de dois golos, os visitantes, com uma sequência de três golos, inverteram tal situação; os donos da casa ainda empataram, mas, já na parte final, os forasteiros apontariam o tento decisivo. Posicionado no 4.º lugar, agora a escassos dois pontos do Fazendense, mas com um atraso de onze pontos em relação ao líder, o (notável) desempenho do Coruchense não lhe permitirá, contudo, aspirar a chegar ao topo, face ao muito negativo começo de época, somando três desaires nos quatro jogos iniciais.
De realçar ainda o triunfo do Alcanenense, em Ourém, ante o Atlético local, por 3-2: o conjunto de Alcanena chegou, de modo imprevisto, a uma vantagem de três golos, logo a abrir a segunda metade da partida, não tendo os anfitriões conseguido melhor do que minorar o impacto da derrota, com dois tentos, apontados já no derradeiro quarto de hora (o segundo deles, a quatro minutos do final), demasiado tarde para completar a recuperação.
Numa jornada, outra vez, com muitos golos (total de 32, à média de 4 por jogo), desfecho idêntico se registou também no Salvaterrense-Abrantes e Benfica. As similitudes com o jogo anterior não se ficaram por aí: os abrantinos, depois de cedo inaugurarem o marcador, também estiveram a vencer por 3-1 – após o conjunto de Salvaterra ter ainda chegado ao empate – e vindo o “placard” a ser fixado também ao minuto 86. Depois de dois resultados positivos, este foi, de certa maneira, um “passo atrás” por parte do Salvaterrense, outra vez “lanterna vermelha” isolado.
Confirmações – Nos outros quatro encontros da 16.ª jornada, os resultados confirmaram o que se poderia antever, mesmo que, em alguns casos, por números acima do expectável.
Tal aplica-se com toda a propriedade à goleada (4-0) imposta pelo Torres Novas ao U. Tomar, que, numa reversão do que de bom vinha mostrando nos dois últimos jogos, acumulou quarta derrota sucessiva no campeonato. E, como sucedera em Mação, outra vez com uma péssima entrada em campo, difícil de compreender: ainda antes do quarto de hora, o jogo estava, de novo, perdido, com três golos dos torrejanos, apontados aos dois, seis e 14 minutos!
A partir da meia hora, e, principalmente, na segunda parte, os tomarenses deram imagem bem diferente, chegando inclusivamente a assumir maior iniciativa de jogo, perante um adversário que, então, se concentrava, sobretudo, em impedir que o adversário pudesse marcar um golo, e sonhar com a “reentrada” no jogo, numa estratégia deliberada de gestão, e de limitação de riscos.
O que é facto é que, não só o União não marcaria, como, a três minutos do termo do tempo regulamentar, o Torres Novas viria mesmo a chegar ao 4-0, outra pesada derrota dos nabantinos.
O Cartaxo, recebendo o Amiense, que vinha numa série de quatro empates, voltou a ganhar (averbando apenas a segunda vitória, nas onze jornadas mais recentes), por 2-0, igualando o U. Tomar no 10.º lugar, ambos com dois pontos à maior sobre o conjunto dos Amiais… e, tão somente, seis pontos acima de Águias de Alpiarça e Entroncamento AC.
Num confronto que assumia cariz determinante, entre os então 14. º e 16.º classificados, apartados por quatro pontos, a equipa da Glória do Ribatejo não conseguiu ser bem-sucedida na recepção à turma da cidade ferroviária, deixando também escapar vantagem de dois tentos, permitindo a reviravolta ao Entroncamento, para, num jogo muito renhido, acabar por vir ainda a restabelecer a igualdade final, a três golos, subsistindo inalterada tal diferença pontual, a separar a zona de manutenção dos (dois) clubes abaixo da “linha de água” – para além da Glória, o Salvaterrense.
Porque os últimos são, neste caso, os primeiros, não teve grande história a partida entre Ferreira do Zêzere e Águias de Alpiarça, com o líder a ganhar por natural 3-0, ante um dos 13.º classificados, resultado feito, aliás, ainda na primeira parte, com golos aos 3, 17 e 40 minutos.
II Divisão Distrital – A primeira nota vai para o peculiar desfecho do Forense-Benfica do Ribatejo, que os visitados ganharam por 9-3 (tendo chegado mesmo a 9-1!), continuando a partilhar a 2.ª posição com o Pontével (vencedor, por 2-0, no terreno do Rebocho), mantendo o líder avanço de seis pontos, após ter batido o Paço dos Negros, por 3-1. Algo inesperado terá sido o desaire caseiro do Marinhais (1-2) ante o Moçarriense, a atrasar-se de forma comprometedora.
A Norte, o Tramagal foi ganhar (2-1) ao reduto do Caxarias, beneficiando do deslize do seu mais directo perseguidor, Vilarense (derrotado por igual marca em Minde), para ampliar, para cinco pontos, o avanço de que dispõe sobre o 2.º classificado; passando a ser já oito os pontos de vantagem sobre o trio que reparte o 3.º lugar (Vasco da Gama, Riachense e Espinheirense), realçando-se o triunfo averbado pela formação do Espinheiro, fora de casa, ante o Vasco da Gama.
Campeonato de Portugal – De forma sensacional, o Fátima somou quarto triunfo consecutivo, tendo ido ganhar ao terreno do anterior vice-líder, Peniche, mercê de um solitário tento. Os fatimenses, mantendo o 4.º posto, distam agora somente dois pontos do 2.º lugar (de novo pertença do Arronches e Benfica), estando um único ponto atrás do rival do passado Domingo. A vantagem face à zona de despromoção, quando faltam disputar nove jornadas, é já de dez pontos!
Antevisão – Na I Divisão Distrital as atenções estarão focadas, principalmente, no Ferreira do Zêzere-Coruchense, opondo o 1.º e 4.º classificados, que seguem, cada qual, com as tais séries de cinco triunfos consecutivos. Por seu lado, o Samora Correia desloca-se a Alpiarça, enquanto o Fazendense recebe o Torres Novas. Em jogo importante, o U. Tomar terá a visita do At. Ouriense.
No segundo escalão, o realce vai para as seguintes partidas: Forense-Pontével, num aliciante duelo entre os vice-líderes da Série A; Pego-Riachense e U. Atalaiense-Vasco da Gama.
A Liga 3 é reatada este fim-de-semana, mas somente no que respeita ao apuramento de Campeão, com destaque para o clássico ocidental de Lisboa, com o Belenenses a receber o Atlético. A disputa da fase de manutenção, na qual se insere o U. Santarém, apenas se inicia a 16 de Fevereiro.
No Campeonato de Portugal, já na sua 18.ª ronda (de um total de 26), o Fátima recebe o Marinhense, equipa que se posiciona imediatamente após os fatimenses, só dois pontos abaixo.
(Artigo publicado no jornal “O Templário”, de 6 de Fevereiro de 2025)
Entry filed under: Tomar.




Trackback this post | Subscribe to the comments via RSS Feed