Archive for Fevereiro, 2025
O Pulsar do Campeonato – 18ª Jornada

(“O Templário”, 20.02.2025)
Com 60% da prova disputada, o campeonato da presente época apresenta uma configuração algo inusual, com notória partição da pauta classificativa em duas metades iguais, com o 8.º e o 9.º classificado separados por dez pontos! A 18.ª ronda foi, aliás, bem paradigmática a este respeito: dos oito primeiros, sete saíram vencedores (só o Coruchense perdeu); dos oitos últimos, nenhum logrou vencer e só Cartaxo e Salvaterrense não perderam … dado terem jogado entre si.
Destaques – Foi, pois, uma jornada sem grandes surpresas, em que os clubes teoricamente mais apetrechados confirmaram o seu favoritismo. Começando pela forma natural como o líder, Ferreira do Zêzere arrumou a contenda a seu favor, na recepção ao Entroncamento AC, aplicando uma goleada por 5-0, rapidamente tendo despachado o seu trabalho, com o 3-0 que se registava já ao intervalo, no que constitui o 7.º triunfo consecutivo no campeonato (ou, de modo ainda mais ilustrativo da superioridade que vem patenteando, o 17.º, nos 18 jogos até à data realizados).
Categórica foi também a vitória averbada pelo Samora Correia, que bateu o Coruchense por 3-0 (hat-trick do nigeriano Mathew Okoro), com a turma do Sorraia a encaixar, em apenas oito dias, nada menos de sete golos sem resposta (praticamente metade dos que sofrera em toda a primeira volta – quinze), nas deslocações aos terrenos dos dois primeiros classificados, o que, para já, lhe custou descer da 4.ª à 6.ª posição (e, agora, apenas com dois pontos sobre o 7.º classificado).
O Fazendense superou um mini-ciclo de três jogos sem ganhar, impondo-se, não sem experimentar dificuldades, na visita a Ourém, onde ganhou ao At. Ouriense por tangencial 1-0, golo apontado à passagem da meia hora de jogo, preservando assim o último lugar do pódio.
Em Tomar, o União voltou a entrar a perder – tal como sucedera em Mação e em Torres Novas – , sofrendo o primeiro golo do Alcanenense somente com um minuto decorrido, ou seja, mais cedo ainda do que sucedera nesses dois desaires. Todavia, este foi um encontro com cariz bem distinto, com os tomarenses a dar muito boa réplica, empatando a meio do primeiro tempo… para se verem de novo em desvantagem pouco depois da meia hora, e, outra vez, restabelecer a igualdade (2-2) apenas três minutos volvidos. Só que a formação de Alcanena, muito oportuna a explorar as falhas contrárias, chegaria ao 3-2, logo outros quatro minutos depois, isto é, ainda antes dos quarenta!
Em qualquer caso, numa partida que, pela toada de “parada e resposta” no marcador, terá tido mais similitudes com o jogo da Taça, ante o Fazendense, os unionistas só acabariam por sair derrotados (2-3) devido a um lapso de apreciação do lance em que fariam o 3-3, já próximo do final do tempo regulamentar – no qual, conforme reconhecido pela generalidade dos intervenientes (incluindo o responsável pelo emblema de Alcanena, José Torcato) e observadores diversos, terá havido um equívoco grosseiro, ao ser sancionado um “fora-de-jogo” inexistente.
Assinala-se ainda o desfecho do desafio entre Torres Novas e Águias de Alpiarça, em que os torrejanos, beneficiando de grande eficácia – pese embora defrontando um adversário que tem evidenciado alguma subida de rendimento –, chegaram a estar a golear por 4-0 (!), acabando o “placard” final (4-2) por, de alguma forma, ficar amenizado, por via dos dois tentos apontados pelos alpiarcenses na parte derradeira do jogo, aos 85 minutos e já em tempo de compensação.
Perfilando-se os três emblemas do pódio com relativamente significativo diferencial pontual (sete pontos entre 1.º e 2.º classificados, sendo de doze pontos o atraso do Fazendense), houve como que um reagrupamento nas posições imediatamente a seguir: o Alcanenense (4.º) está apenas a dois pontos do conjunto das Fazendas; o Torres Novas, outros dois pontos mais abaixo, sendo seguido de perto (somente a um ponto) pelo Coruchense; com o Abrantes (7.º) também próximo.
Surpresa – Se surpresa (ainda que relativa) houve no passado Domingo, ela registou-se no Cartaxo, onde a turma local, a distância muito longínqua do que prometia no arranque da temporada, voltou a ter desempenho aquém do que seria expectável, não tendo conseguido desfazer o nulo, na recepção ao até então “lanterna vermelha”, Salvaterrense.
Confirmações – Para além dos casos relativos a outras partidas já antes mencionadas, também o Abrantes e Benfica (ganhando por 3-2 na Glória do Ribatejo) e o Mação (vitória por 2-0, na recepção ao Amiense) confirmaram cabalmente o favoritismo que lhes era conferido, com abrantinos e maçaenses, paulatinamente em recuperação, posicionados ainda no 7.º e 8.º lugares, respectivamente (separados por três pontos), mas tendo reduzido de forma significativa a desvantagem face aos clubes acima, com o Abrantes somente a dois pontos do 6.º classificado.
Por seu lado, o Amiense partilha com o Cartaxo e o U. Tomar, o 10.º posto, cada qual com 17 pontos, com margem de onze pontos face à “linha de água”, ainda sem poder repousar; subsistindo Salvaterrense e Glória do Ribatejo (agora igualados na cauda da tabela) em zona de despromoção.
II Divisão Distrital – Jogou-se, no último fim-de-semana, apenas na Série B (14.ª jornada, primeira da segunda volta), com o Tramagal a dar mais um importante passo rumo a um ansiado regresso ao principal escalão, tendo recebido e batido o Vilarense (então um dos vice-líderes) por convincente marca de 3-0.
Os tramagalenses dispõem de avanço de oito pontos sobre o Vasco da Gama (com difícil triunfo, por 2-1, no Pego), tendo o Espinheirense ascendido à 3.ª posição (após golear o Mindense por 6-0), mas já a dez pontos do guia. Riachense e Vilarense estão ainda mais atrasados (onze pontos).
Liga 3 – No arranque da fase de disputa da manutenção (com a realização da primeira de dez jornadas), o U. Santarém recebeu a Académica, tendo o 0-0 subsistido até final do prélio. Os escalabitanos foram alcançados na 2.ª posição pelo Sp. Covilhã, ambos dois pontos abaixo dos academistas, e, agora, com (ainda curta) vantagem de quatro pontos em relação à zona de descida.
Campeonato de Portugal – Começam a faltar adjectivos para qualificar a prestação do Fátima, que segue agora num magnífico ciclo de seis vitórias consecutivas, tendo ido vencer – por curiosidade, frente a outro emblema de Coimbra – ao terreno do União 1919, por 2-1, na 19.ª ronda da prova, continuando a repartir a vice-liderança com o Arronches e Benfica.
Perante um desempenho de muito bom nível, será hora de “olhar para cima” e já não para baixo, com a “linha de água” a distantes 14 pontos, a sete jogos do termo da fase regular do campeonato.
Antevisão – A 19.ª jornada do Distrital da I Divisão tem início agendado para esta quinta-feira, dia 20, com a visita do comandante, Ferreira do Zêzere, ao sempre difícil reduto dos Amiais de Baixo, não obstante os ferreirenses disponham de claro favoritismo. No Domingo, o Samora Correia viaja até ao Entroncamento, sendo também de interesse a disputa directa em jogo no Coruchense-Torres Novas. Por seu lado, o U. Tomar tem mais uma complicada saída, às Fazendas.
De sublinhar ainda o “derby” municipal entre o par que ocupa o último lugar, Salvaterrense-Glória do Ribatejo, em que uma eventual vitória poderá constituir importante suplemento de ânimo; mas, ao invés, uma derrota poderá significar o princípio do ditar da sentença de baixa de escalão.
Na Liga 3, o U. Santarém viaja até aos Açores, à cidade de Angra do Heroísmo, para defrontar o último (6.º) classificado, Lusitânia, sendo fulcral pontuar.
No Campeonato de Portugal, que avança já para a 20.ª ronda, o Fátima terá a visita do Sertanense, em posição muito precária, actual penúltimo classificado, a seis pontos do último lugar de manutenção (Sp. Pombal, 9.º na tabela), que poderá surgir motivado pela vitória obtida ante o Pêro Pinheiro, último da classificação – sendo os fatimenses, ainda assim, favoritos a ganhar.
(Artigo publicado no jornal “O Templário”, de 20 de Fevereiro de 2025)
Liga Conferência – 2024-25 – Sorteio dos 1/8 de final
Betis – V. Guimarães
Jagiellonia Białystok – Cercle Brugge
Celje – Lugano
Panathinaikos – Fiorentina
FC København – Chelsea
Molde – Legia Warsaw
Pafos – Djurgården
Borac Banja Luka – Rapid Wien
Os jogos desta eliminatória serão disputados nos dias 6 de Março (1.ª mão) e 13 de Março (2.ª mão).
O alinhamento dos 1/4 de final será o seguinte:
(1) Betis/V. Guimarães – Jagiellonia Białystok/Cercle Brugge
(2) Celje/Lugano – Panathinaikos/Fiorentina
(3) FC København/Chelsea – Molde/Legia Warsaw
(4) Pafos/Djurgården – Borac Banja Luka/Rapid Wien
Por seu lado, as meias-finais terão o seguinte alinhamento:
Vencedor (1) – Vencedor (2)
Vencedor (3) – Vencedor (4)
Liga Europa – Sorteio dos 1/8 de final
Viktoria Plzeň – Lazio
Bodø/Glimt – Olympiacos
Ajax – Eintracht Frankfurt
AZ Alkmaar – Tottenham
AS Roma – Athletic Bilbao
Fenerbahçe – Rangers
FCSB – Ol. Lyonnais
Real Sociedad – Manchester United
Os jogos desta eliminatória serão disputados nos dias 6 de Março (1.ª mão) e 13 de Março (2.ª mão).
O alinhamento dos 1/4 de final será o seguinte:
(1) Bodø/Glimt/Olympiacos – Viktoria Plzeň/Lazio
(2) AZ Alkmaar /Tottenham – Ajax/Eintracht Frankfurt
(3) Fenerbahçe/Rangers – AS Roma/Athletic Bilbao
(4) FCSB/Ol. Lyonnais – Real Sociedad/Manchester United
Por seu lado, as meias-finais terão o seguinte alinhamento:
Vencedor (2) – Vencedor (1)
Vencedor (3) – Vencedor (4)
Liga dos Campeões – Sorteio dos 1/8 de final
Paris Saint-Germain – Liverpool
Club Brugge – Aston Villa
Real Madrid – At. Madrid
PSV Eindhoven – Arsenal
Benfica – Barcelona
Borussia Dortmund – Lille
Bayern München – Bayer Leverkusen
Feyenoord – Inter
Os jogos desta eliminatória serão disputados nos dias 4 e 5 de Março (1.ª mão) e 11 e 12 de Março (2.ª mão).
O alinhamento dos 1/4 de final será o seguinte:
(1) Paris Saint-Germain/Liverpool – Club Brugge/Aston Villa
(2) PSV Eindhoven/Arsenal – Real Madrid/At. Madrid
(3) Benfica/Barcelona – Borussia Dortmund/Lille
(4) Bayern München/Bayer Leverkusen – Feyenoord/Inter
Por seu lado, as meias-finais terão o seguinte alinhamento:
Vencedor (2) – Vencedor (1)
Vencedor (3) – Vencedor (4)
Liga Conferência – “Play-off” intercalar (2.ª mão)
2ª mão 1ª mão Total Betis - KAA Gent 0-1 3-0 3-1 Jagiellonia - TSC Bačka Topola 3-1 3-1 6-2 APOEL - Celje 0-2 2-2 2-4 Panathinaikos - Víkingur Reykj. 2-0 1-2 3-2 Heidenheim - FC København 1-2 (1-3ap) 2-1 3-4 Shamrock Rovers - Molde 0-1 (4-5gp) 1-0 1-1 Pafos - Omonoia 2-1 1-1 3-2 Ol. Ljubljana - Borac Banja Luka 0-0 0-1 0-1
Liga Europa – “Play-off” intercalar (2.ª mão)
2ª mão 1ª mão Total Viktoria Plzeň - Ferencvárosi 3-0 0-1 3-1 Bodø/Glimt - Twente 3-2 (5-2ap) 1-2 6-4 Ajax - Union Saint-Gilloise 0-2 (1-2ap) 2-0 3-2 Galatasaray - AZ Alkmaar 2-2 1-4 3-6 AS Roma - FC Porto 3-2 1-1 4-3 Anderlecht - Fenerbahçe 2-2 0-3 2-5 FCSB - P.A.O.K. 2-0 2-1 4-1 Real Sociedad - Midtjylland 5-2 2-1 7-3
Liga dos Campeões – “Play-off” intercalar (2.ª mão)
2ª mão 1ª mão Total Paris St.-Germain - St. Brestois 7-0 3-0 10-0 Atalanta - Club Brugge 1-3 1-2 2-5 Real Madrid - Manchester City 3-1 3-2 6-3 PSV Eindhoven - Juventus 2-1 (3-1ap) 1-2 4-3 Benfica - AS Monaco 3-3 1-0 4-3 Borussia Dortmund - Sporting 0-0 3-0 3-0 Bayern München - Celtic 1-1 2-1 3-2 AC Milan - Feyenoord 1-1 0-1 1-2
Liga dos Campeões – “Play-off” intercalar – Benfica – Monaco
Benfica – Anatoliy Trubin, Tomás Araújo, António Silva, Nicolás Otamendi, Álvaro Carreras, Fredrik Aursnes, Leandro Barreiro, Orkun Kökçü (87m – João Rego), Kerem Aktürkoğlu (58m – Zeki Amdouni), Andreas Schjelderup (58m – Samuel Dahl) e Evangelos “Vangelis” Pavlídis (87m – Andrea Belotti)
Monaco – Radosław Majecki, Krépin Diatta, Thilo Kehrer, Wilfried Singo, Christian Mawissa (80m – George Ilenikhena), Caio Henrique (80m – Kassoum Ouattara), Maghnes Akliouche, Lamine Camara, Eliesse Ben Seghir, Takumi Minamino (87m – Lucas Michal) e Breel Embolo (65m – Mika Biereth)
1-0 – Kerem Aktürkoğlu – 22m
1-1 – Takumi Minamino – 32m
1-2 – Eliesse Ben Seghir – 51m
2-2 – Evangelos “Vangelis” Pavlídis (pen.) – 76m
2-3 – George Ilenikhena – 81m
3-3 – Orkun Kökçü – 84m
Cartões amarelos – Leandro Barreiro (67m) e Zeki Amdouni (71m); Maghnes Akliouche (62m)
Árbitro – Glenn Nyberg (Suécia)
Tinha ficado já no ar, no final do jogo da 1.ª mão, no Monaco, a inquietação decorrente de o Benfica ter desaproveitado soberanas ocasiões para fechar definitivamente a eliminatória a seu favor. Como se viria a confirmar, a vantagem de um golo (mesmo que obtida em terreno alheio) pode ser muito ténue.
O que é facto é que – mesmo ciente de que jogar para o empate é sempre um risco significativo, que se deve procurar evitar – o Benfica evidenciou uma abordagem desastrada a este desafio da 2.ª mão, concedendo todas as vantagens – até anímicas – ao oponente.
Até à hora de jogo, a equipa benfiquista nunca conseguiu encontrar o “Norte” dentro de campo, sempre em posição de inferioridade face ao desempenho da equipa do principado, perante a intensidade e dinamismo colocado em campo pelos seus principais talentos (com destaque para Akliouche e Ben Seghir), tendo chegado mesmo a passar por momentos em que se viu “encostado às cordas” (o que se verificava, precisamente, antes das primeiras substituições operadas por Bruno Lage).
Com “mais sorte que juízo” o Benfica até teria ainda a benesse de marcar primeiro, duplicando a vantagem na eliminatória, com Aktürkoğlu, por fim, a reencontrar-se com o golo, mercê de um fantástico trabalho prévio de Pavlídis, a deambular dentro da área, nunca desistindo, fazendo “gato sapato” dos vários defesas que lhe iam surgindo ao caminho.
Até à meia hora de jogo, em três encontros (dois e um terço, vá…) com o Benfica, o Monaco “não tinha tido sorte nenhuma”: Minamino acabara de cabecear ao poste da baliza, quando, no minuto imediato, não perdoou, marcando o 1-1.
O empate que se registava ao intervalo era um resultado bem lisonjeiro para a equipa portuguesa. E as coisas não mudariam de figura no início do segundo tempo: a continuar a jogar como o tinha vindo a fazer, só “por milagre” o Benfica conseguiria apurar-se.
A confirmar essa ideia – estava bem à vista de todos –, surgiria mesmo, bem cedo, o segundo golo da turma monegasca, a colocar-se em vantagem no marcador, igualando a eliminatória, e, por coincidência, também neste caso, imediatamente depois de o mesmo Ben Seghir ter rematado com bastante perigo.
Até que o milagre se revelaria: as entradas de Amdouni e, sobretudo, de Dahl (proporcionando maior consistência no flanco esquerdo, num notável trabalho de apoio e complemento a Carreras) viriam a dar uma configuração completamente diferente ao jogo. Com o Benfica a melhorar notoriamente o desempenho, a derradeira meia hora seria “de loucos”.
Com o 2-2, em mais um golo de Pavlídis, na conversão de uma grande penalidade, a um quarto de hora do final, esperar-se-ia que o desfecho da eliminatória pudesse, de alguma forma, estar controlado.
Mas não… Apenas cinco minutos volvidos Trubin – que, na primeira parte, fizera, pelo menos, um par de defesas que salvaram outros tantos golos – deu um enorme “frango” e o Monaco voltava a superiorizar-se no marcador, passando, então, o prolongamento a ser um cenário de forte probabilidade.
Valeu à formação portuguesa o comportamento tipo “kamikaze” dos jogadores do Monaco (o que ficou patente, a espaços, em todos os três jogos, evidenciando as suas grandes fragilidades de organização defensiva) – a fazer lembrar as equipas africanas dos anos 80/90, muito dotadas tecnicamente, mas com notórias insuficiências a nível táctico – para, num último fôlego, o Benfica conseguir ainda resgatar a eliminatória, alcançando o 3-3 (dos quais, três golos apontados num intervalo de apenas oito minutos, entre os 76 e os 84!), tendo Kökçü dada a melhor finalização a uma excelente assistência de Carreras.
Que poderia, aliás, ter-se convertido ainda numa vitória benfiquista, quando, já em tempo de compensação, o árbitro assinalou o que seria a segunda grande penalidade, contudo, revertida pelo “VAR”.
O Benfica – que teve de sofrer bem mais do que deveria – bem pode ir “pôr umas velinhas a Fátima”.
O Pulsar do Campeonato – 17ª Jornada

(“O Templário”, 13.02.2025)
Recebendo um adversário em bom momento de forma – que consigo partilhava a melhor série de vitórias então em curso (cinco) –, o Ferreira do Zêzere desembaraçou-se de forma categórica do Coruchense, impondo-lhe uma inapelável goleada. Qual “rolo compressor”, com 16 vitórias em 17 jornadas (a deixar transparecer que terá sido de alguma forma incidental o desaire caseiro ante o Samora Correia), o emblema ferreirense parece lançado na senda de um inédito título.
É que, em conjugação com um desempenho muito afirmativo do comandante, os seus mais imediatos perseguidores dão indícios de claudicar, numa ronda em que as equipas que se posicionavam no 2.º, 3.º e 4.º lugares foram, todas elas, derrotadas! No caso do Fazendense (3.º), o atraso, agora de doze pontos, será já irremediável; por seu turno, o surpreendente desaire do vice-líder, Samora Correia, tem como implicação directa ter passado a distar sete pontos do guia.
Como bem evidencia o sucedido com o grupo das Fazendas – oito pontos perdidos nos três últimos jogos (!) – ninguém poderá estar imune a fases menos produtivas, mas o Ferreira só perderia este campeonato se tivesse, pelo menos, três dias maus, nas 13 partidas restantes.
Depois de, há menos de dois meses, ter atingido a histórica marca de 1.000 vitórias em jogos oficiais, o União de Tomar chegou, no passado fim-de-semana, aos 500 empates. Regista, nesta altura, um total de 1.000 vitórias, 500 empates e 885 derrotas, em 2.385 desafios disputados.
A propósito de estatísticas, aqui fica ainda uma outra, de cariz mais pessoal, sendo este o 400.º artigo sobre “O Pulsar do Campeonato”, publicado em “O Templário”, desde há doze anos e meio.
Destaques – A primeira nota de realce vai para a forma como o Ferreira do Zêzere bateu o Coruchense, grupo de muito bom potencial, mas impotente para travar a cavalgada do líder, que, com dois tentos apontados antes dos vinte minutos, praticamente sentenciou o desfecho a seu favor. Tal seria confirmado em cima do intervalo, quando a turma do Sorraia ficou, primeiro, reduzida a dez unidades, e, logo de seguida, consentindo o terceiro golo. Na etapa complementar, os ferreirenses limitaram-se a gerir, tendo fixado a contagem (um robusto 4-0) aos 70 minutos.
Em destaque esteve também o Torres Novas, embalado com a goleada aplicada ao U. Tomar, tendo, desta feita, ido ganhar às Fazendas de Almeirim, por 2-1, depois de ter chegado ao intervalo já em vantagem (1-0), que recuperaria próximo do final. Não obstante mantenham, por ora, o 6.º posto, os torrejanos têm agora o duo que reparte o 4.ª lugar (Alcanenense e Coruchense) só dois pontos acima, reduzindo-se para quatro pontos o diferencial face ao seu adversário, na 3.ª posição.
Não foi um desfecho que não pudesse ser expectável, mas, indo ao Entroncamento golear por 4-1, o Mação pode, por fim, ter sacudido a má fase que vinha atravessando (tendo acumulado sete derrotas nas nove jornadas precedentes), firmando-se na primeira metade da pauta classificativa (8.º classificado), e onde só poderá olhar para cima, dado dispor de sete pontos de avanço sobre o At. Ouriense. O conjunto da cidade ferroviária, a necessitar de pontos, ainda começou por se colocar em vantagem, logo à passagem dos dez minutos, mas os maçaenses, depois de empatarem perto da meia hora, arrancaram para a vitória, com mais três golos entre os 59 e os 78 minutos.
Surpresa – Afigura-se como bastante imprevisto o desaire sofrido pelo Samora Correia em Alpiarça, derrotado por 2-0 pelo Águias, que soma assim preciosos pontos para se afastar da zona de despromoção; com três triunfos nas seis rondas mais recentes, o grupo alpiarcense (13.º na tabela) dispõe agora de margem de segurança de sete pontos em relação à “linha de água”.
Confirmações – As restantes quatro partidas da 17.ª jornada tiveram resultados dentro da lógica, desde logo com os triunfos do Alcanenense (3-1, na recepção ao “lanterna vermelha”, Salvaterrense, tendo os donos da casa chegado a 2-0 ainda no quarto de hora inicial) e do Abrantes e Benfica (2-0, ante o Cartaxo, com os abrantinos a abrir o activo antes de completados os primeiros cinco minutos, confirmando a vitória, com o segundo tento, à beira do intervalo).
Bem mais dificuldades teve o Amiense para levar de vencida a turma da Glória do Ribatejo. Os forasteiros marcaram primeiro, a meio da primeira parte, e mantiveram-se em vantagem até aos derradeiros dez minutos, altura em que, com dois golos apontados, a formação dos Amiais conseguiria arrancar um ansiado êxito (2-1), no reencontro com as vitórias, cinco jornadas depois.
O Amiense partilha agora o 10.º posto com o U. Tomar, que, tendo a visita do At. Ouriense, repetiu, pelos mesmos números, o resultado do desafio da primeira volta (2-2 – por coincidência exactamente o desfecho averbado na véspera, pelas formações juniores dos dois emblemas).
Foi a quinta ronda sucessiva do campeonato sem ganhar – por parte de ambas as equipas –, mas, pelo menos, conseguiu travar-se um ciclo de quatro derrotas dos tomarenses. A turma unionista marcou primeiro, à passagem do quarto de hora, permitindo o restabelecimento da igualdade pouco tempo volvido, tendo o grupo de Ourém operado a reviravolta (1-2) próximo do intervalo.
Na etapa complementar o União assumiu a iniciativa do jogo, na procura de pontuar, vindo a fixar o empate à entrada do último quarto de hora, depois de ter já desperdiçado algumas outras ocasiões de golo. Perante um adversário que denotou fragilidades defensivas, os nabantinos ficaram a dever a si próprios não ter conseguido voltar aos triunfos.
II Divisão Distrital – A Série A teve uma jornada (12.ª, primeira da segunda volta) caracterizada pelas goleadas: 6-0 do líder, Porto Alto, frente à equipa “B” do U. Santarém; 7-0, do Benavente, no terreno do Benfica do Ribatejo; e, sobretudo, pelo inusitado da situação, o 7-1 com que o Forense “despachou” o Pontével, com o qual repartia a 2.ª posição da tabela classificativa!
A turma do Porto Alto tem agora seis pontos de vantagem sobre o Forense, e já nove pontos de avanço em relação ao Pontével (que baixou ao 3.º lugar, dois pontos acima do Marinhais).
Na Série B, o Tramagal, vencedor do Mindense por 4-2, dispõe já – neste caso, no final da primeira volta da prova (13.ª ronda) – de vantagem de oito pontos face a Vasco da Gama (vitória por 4-1 na Atalaia) e Vilarense (que folgou). Realce ainda para a imprevista derrota do Riachense no Pego.
Porto Alto e Tramagal parecem, pois, bem encaminhados para o regresso à divisão maior, bastantes anos depois das respectivas últimas participações nesse escalão.
Campeonato de Portugal – O Fátima “soma e segue”: quinta vitória (1-0) sucessiva, na recepção ao Marinhense, numa jornada (18.ª) com a singular particularidade de todos os restantes (seis) encontros terem terminado empatados!
Os fatimenses partilham agora a 2.ª posição com o Arronches e Benfica, com uma margem de doze pontos face à zona de despromoção, parecendo já seguro poder tirar-se a ilação de que serão apenas dois os clubes a despromover da I à II Divisão Distrital no final desta temporada.
Antevisão – No primeiro escalão destaca-se o embate entre Samora Correia e Coruchense, duas formações a “lamber as feridas” dos desaires do último Domingo. O guia, Ferreira do Zêzere, recebe o Entroncamento AC. O U. Tomar, jogando de novo em casa, tem a visita do Alcanenense. Na segunda divisão joga-se apenas na Série B, realçando-se o confronto Tramagal-Vilarense.
No arranque da fase de manutenção da Liga 3, o U. Santarém (que parte na 2.ª posição, entre os seis concorrentes da Série 2, apenas atrás da Académica – sendo que serão despromovidos os dois últimos classificados de cada série), começa por receber, precisamente, a turma coimbrã.
No Campeonato de Portugal, o Fátima defronta também (fora de casa) uma equipa conimbricense, o União 1919, que se encontra em zona de despromoção (actual antepenúltimo classificado).
(Artigo publicado no jornal “O Templário”, de 13 de Fevereiro de 2025)
Liga Conferência – “Play-off” intercalar (1.ª mão)
13.02.2025 - KAA Gent - Betis 0-3 13.02.2025 - TSC Bačka Topola - Jagiellonia Białystok 1-3 13.02.2025 - Celje - APOEL 2-2 13.02.2025 - Víkingur Reykjavík - Panathinaikos 2-1 13.02.2025 - FC København - Heidenheim 1-2 13.02.2025 - Molde - Shamrock Rovers 0-1 13.02.2025 - Omonoia - Pafos 1-1 13.02.2025 - Borac Banja Luka - Olimpija Ljubljana 1-0



