Liga dos Campeões – 7ª Jornada – Benfica – Barcelona
21 Janeiro, 2025 at 11:00 pm Deixe um comentário
Benfica – Anatoliy Trubin, Tomás Araújo, António Silva, Nicolás Otamendi, Álvaro Carreras, Fredrik Aursnes, Florentino Luís (61m – Leandro Barreiro), Orkun Kökçü (80m – Benjamín Rollheiser), Kerem Aktürkoğlu (71m – Alexander Bah), Andreas Schjelderup (71m – Ángel Di María) e Evangelos “Vangelis” Pavlídis (80m – Zeki Amdouni)
Barcelona – Wojciech Szczęsny, Jules Koundé (74m – Eric García), Ronald Araújo, Pau Cubarsí, Alejandro Balde (74m – Ferran Torres), Pablo Gavira “Gavi” (62m – Fermín López), Marc Casadó (62m – Frenkie de Jong), Pedro “Pedri” González, Lamine Yamal (90m+2 – Gerard Martín), Raphael “Raphinha” Belloli e Robert Lewandowski
1-0 – Evangelos “Vangelis” Pavlídis – 2m
1-1 – Robert Lewandowski (pen.) – 13m
2-1 – Evangelos “Vangelis” Pavlídis – 22m
3-1 – Evangelos “Vangelis” Pavlídis (pen.) – 30m
3-2 – Raphael “Raphinha” Belloli – 64m
4-2 – Ronald Araújo (p.b.) – 68m
4-3 – Robert Lewandowski (pen.) – 78m
4-4 – Eric García – 86m
4-5 – Raphael “Raphinha” Belloli – 90m+6
Cartões amarelos – Álvaro Carreras (76m); Pablo Gavira “Gavi” (36m), Jules Koundé (66m), Frenkie de Jong (90m+4) e Fermín López (90m+8)
Cartão vermelho – Arthur Cabral (90m+8 – no banco)
Árbitro – Danny Makkelie (Países Baixos)
O que prometia ser uma noite épica acabaria por transformar-se numa azia monumental.
Foi um jogo alucinante, caótico, vertiginoso, entusiasmante! Mesmo que as duas equipas não tenham realizado exibições de grande nível (sendo que a terceira esteve bastante pior).
Praticamente entrando em campo a ganhar, com o primeiro golo apontado antes de completado o segundo minuto de jogo – poderia, aliás, logo de seguida, ter ampliado a contagem –, e mesmo depois de, rapidamente, o Barcelona ter restabelecido a igualdade, a sensação que imperou foi a de que o Benfica iria marcar mais golos, tal a forma como conseguiu provocar e aproveitar o desacerto defensivo do adversário, com a equipa catalã a denotar algo inesperadas fragilidades.
Imediatamente após o segundo tento de Pavlídis – a aproveitar uma descoordenação entre o guardião e um defesa, que chocaram um com o outro, deixando a bola à mercê do avançado grego – , não foi uma previsão de grande risco a de que teria uma boa oportunidade para vir a alcançar o “hat-trick”; o que talvez não se pensasse era que esses três golos fossem obtidos em menos de meia hora!
O 3-1 surgiria na conversão de uma grande penalidade, por alegada falta (difícil de avaliar) de um desastrado Szczęsny sobre Aktürkoğlu. Ainda assim, mesmo antes do intervalo, o Barcelona dera já nota de que não iria baixar os braços…
Não obstante, a toada de jogo não se alteraria de modo significativo nos primeiros minutos do segundo tempo, com Aursnes a não conseguir ultrapassar o guarda-redes, ainda antes de completado o décimo minuto, no que constituiu uma soberana ocasião de o Benfica poder chegar ao 4-1.
E, como “quem não marca, sofre”, Trubin “retribuiu” a falha clamorosa que originara o segundo tento benfiquista, numa tentativa de saída de bola, que, contudo, tabelou em Raphinha, assim involuntário marcador do 3-2.
Duraria pouco a diferença mínima, tendo bastado apenas mais quatro minutos, para, em mais uma das muitas descidas do Benfica, pelo flanco, após cruzamento de Schjelderup – interceptado por Ronald Araújo, a “tirar o pão da boca” a Pavlídis (no que teria sido um incrível “poker”), mas desviando a bola para o fundo das suas redes –, a equipa portuguesa repor a vantagem de duas bolas.
O 4-2 subsistiria até aos 78 minutos, altura em que, porém, a configuração do jogo mudara já radicalmente: as saídas de Aktürkoğlu e de Schjelderup, supostamente para procurar refrescar o meio-campo, não resultaram de todo, tendo o Benfica perdido por completo o controlo do jogo, impotente para suster a intensidade que o Barcelona colocava então em campo, vendo-se cada vez mais impelido a acantonar-se nas imediações da sua área.
O dique acabaria por ceder na sequência de mais uma grande penalidade, também controversa, a proporcionar aos catalães, não só o reentrar no jogo, mas, como que num sistema de vasos comunicantes, e enquanto o Benfica se afundava, reforçar a confiança de que seria possível levar pontos da Luz.
Procurando fazer “das tripas coração” a formação benfiquista ainda aguentou o resultado até escassos quatro minutos do final do tempo regulamentar, quando o defesa Eric García se antecipou à defesa, para cabecear para o 4-4.
Com o jogo completamente partido, já sem táctica que resistisse, Di María, surgindo isolado frente ao guardião, teve ainda nos pés o que teria sido o 5-4, mas não logrou ludibriar Szczęsny. Tal como Aursnes, foram duas perdidas que acabariam por sair muito caras.
Numa fase inebriada do desafio, já em período de compensação, o Benfica beneficiou ainda de um livre próximo da área do Barcelona; na sequência, Leandro Barreiro isolava-se também, tendo sido tocado pelas costas por um defesa, desequilibrando-se; numa rapidíssima transição (enquanto os benfiquistas ficaram a reclamar a correspondente grande penalidade), um lançamento longo para Raphinha, completamente liberto, a correr todo o campo, pelo flanco direito, internando-se ligeiramente para o “cara-a-cara” com Trubin, ao qual não deu hipótese, culminaria com a bola a anichar-se na baliza.
No final, a verdade é que o Benfica apenas viria a perder por não ter conseguido resistir à vertigem de poder chegar ainda ao quinto golo, e acabar mesmo por ganhar um jogo que, antes, tivera “ganho”, por duas vezes, com o marcador em 3-1, e, sobretudo, 4-2, já dentro do derradeiro quarto de hora.
Este era um encontro em que o objectivo primário seria o de somar o ponto que faltava para garantir, desde logo, a continuidade na prova. Com um livre a seu favor, já com o tempo de compensação a esgotar-se, a equipa benfiquista poderia ter optado por preservar a bola, até ao apito final (que, decerto, não demoraria mais que breves segundos); mas será difícil censurar a (que se revelaria) fatal atracção por tentar o 5-4.
Numa partida com tantas falhas de parte a parte, invocar a arbitragem para justificar o insucesso poderá parecer “desculpa de mau pagador”, mas, na realidade, e no decurso de todo o jogo, Danny Makkelie esteve longe de se mostrar assertivo, aparentemente pouco convencido, ele próprio, das decisões que ia tomando, com notórias e sucessivas hesitações. Teve que ser corrigido pelo “VAR” em lances de grande penalidade (subsistindo a incerteza), sendo que, no instante derradeiro, que originaria o 5.º golo do Barcelona, ter-se-á optado por não desacreditar mais o árbitro, numa jogada susceptível de interpretação, quanto à famosa avaliação da “intensidade” do contacto.
Um árbitro que, no mínimo, tem patenteado alguma infelicidade em jogos com equipas portuguesas: para além de não ter igualmente sancionado com grande penalidade, na época anterior, no jogo do Benfica em Milão, com o Inter, um evidente contacto de Barella sobre David Neres, estivera também associado a um erro crasso, no Sérvia-Portugal, de apuramento para o Mundial de 2022, não tendo então validado um golo em que a bola notoriamente ultrapassara a linha de baliza (o que acabaria por custar à selecção nacional ter de disputar o respectivo play-off).
Foi pena.
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