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O Pulsar do Campeonato – 12ª Jornada

(“O Templário”, 19.12.2024)
Culminando um selectivo marco histórico, alcançado em 85 temporadas de participação em competições oficiais, de índole Nacional e Distrital, o União de Tomar averbou, no passado Domingo, frente à equipa da Glória do Ribatejo – ganhando com uma retumbante goleada de 7-1 –, a 1.000.ª vitória do seu historial, nos 2.379 jogos oficiais que disputou (aprestando-se, em paralelo, a atingir igualmente as cinco centenas de empates).
Porque se trata de um evento de notável raridade, vale bem a pena fixar uma breve súmula relativa a estes 1.000 triunfos (465 em provas de âmbito nacional; e 535 em competições de cariz regional), indicando-se: o número de vitórias, por (i) competição, (ii) adversário e (iii) treinador; assim como o total de golos marcados pelos melhores goleadores, em jogos ganhos pelo União:

Destaques – Quanto ao jogo propriamente dito, e não obstante o significativo desnível do marcador, foi até pródigo em “histórias”: desde logo, o facto de ter sido a equipa da Glória – que somou a oitava derrota consecutiva, pior série registada no presente campeonato – a inaugurar o marcador, pouco depois do quarto de hora; de seguida, o U. Tomar a desperdiçar uma grande penalidade, antes de, já com meia hora de jogo, conseguir restabelecer a igualdade, para vir a consumar a reviravolta, ainda antes do intervalo. Na segunda metade, mais três golos de “rajada”, aos 55, 58 e 60 minutos, sentenciaram o desfecho da partida, confirmado aos 78 e 90 minutos.
Com a peculiaridade de Siaka Bamba e Wemerson Silva (este, totalizando agora 83 golos, a igualar Camolas como 3.º melhor marcador de sempre da história do clube) terem assinado dois “hat-tricks”, o U. Tomar obteve terceiro triunfo sucessivo no seu reduto (quinto, se contarmos os desafios da Taça), consolidando posição, mantendo o 10.º posto, mas apenas a dois pontos do 7.º.
Nos principais embates, entre os clubes do topo da tabela, o Ferreira do Zêzere reagiu da melhor forma ao desaire da semana anterior, não vacilando na deslocação a Torres Novas, onde averbou convincente vitória, por 2-0, marca que, aliás, se registava já ao intervalo, não tendo sofrido alteração, mesmo com os torrejanos reduzidos a dez unidades nos últimos quarenta minutos.
Também o Samora Correia saiu vencedor, na recepção ao Alcanenense, por tangencial 2-1, mantendo a perseguição ao líder, somente a dois pontos. Os samorenses resolveram a contenda em pouco mais de cinco minutos, com dois golos, aos 50 e 57 minutos, tendo sofrido ainda nos momentos finais, depois de os visitantes terem reduzido para a diferença mínima aos 84 minutos.
Num duelo entre os até então dois últimos (que, nas sete rondas anteriores, tinham somado um único ponto, acumulando seis desaires cada), o Águias de Alpiarça bateu, por categórico 4-0, o Salvaterrense, conseguindo sair da zona de despromoção, e “afundando” ainda mais o rival.
Surpresa – A surpresa será mais pela expressão do resultado, com que o At. Ouriense impôs ao Mação o que constitui já a quinta derrota consecutiva, num absolutamente imprevisto ciclo, para uma equipa que, a par do guia, Ferreira do Zêzere, fora a única a manter a invencibilidade nas sete primeiras jornadas. Neste embate, os golos como que surgiram aos pares: o grupo de Ourém chegou a 2-0 (12 e 17 minutos), tendo o Mação igualado o marcador com tentos aos 20 e 22 minutos; os anfitriões repuseram a vantagem (4-2) com outros dois golos, aos 33 e 34 minutos; a fechar, os maçaenses reduziram para 3-4 aos 89… e o At. Ouriense fixou o 5-3 aos 90 minutos!
Confirmações – Fazendense e Coruchense confirmaram o favoritismo que lhes era creditado, vencendo, pela mesma marca (2-0), o Cartaxo e o Abrantes e Benfica, respectivamente.
Também de alguma forma enquadrado no que seria a expectativa acabou por ser o desfecho do confronto entre Entroncamento AC e Amiense: os forasteiros começaram por colocar-se em vantagem ainda antes da meia hora, vindo, mais uma vez, a ver escapar-se dois pontos, já em tempo de compensação, tendo a turma da casa estabelecido o empate (1-1) aos 90+7 minutos.
II Divisão Distrital – O Porto Alto impôs-se na recepção ao Forense, mercê de um solitário tento, o bastante para manter o comando da sua série, três pontos acima do Pontével e Marinhais, com o grupo dos Foros de Salvaterra agora já com um atraso de quatro pontos. Realce ainda para as goleadas obtidas por QT-SC Rio Maior (6-0, na recepção ao Benfica do Ribatejo) e Moçarriense (6-1 em Santarém, frente à equipa “B” do União local).
Na Série B, o Tramagal prossegue a sua senda triunfal (6-0 em Abrantes, também ante a equipa “B” do Abrantes e Benfica), somando sétima vitória em outros tantos desafios disputados; igualmente com 21 pontos (mas em oito jogos) segue o Vilarense, que ganhou 3-2 na Ortiga.
Liga 3 – O U. Santarém surpreendeu pela positiva, tendo ido ganhar por 3-0 às Caldas, subsistindo no 6.º posto, mas encurtando distâncias: agora, só a dois pontos do 5.º, precisamente o rival que derrotou, e a quatro pontos do… Belenenses (4.º classificado, sem ganhar há sete jornadas!).
Campeonato de Portugal – O Fátima, apesar de derrotado em Arronches (vice-líder) por tangencial 1-0, manteve a 4.ª posição (em igualdade com o Mortágua), assim como o diferencial de quatro pontos sobre a “linha de água”, à entrada para a derradeira ronda da primeira volta.
Antevisão – Na 13.ª ronda do Distrital da I Divisão destaca-se o encontro entre Samora Correia e Torres Novas, com os samorenses com maior favoritismo, tal como sucede com o Ferreira do Zêzere, que joga igualmente em casa, ante o At. Ouriense, e com o Fazendense, na visita à Glória.
Por seu lado, o U. Tomar viaja até Mação, procurando tirar partido da fase difícil que o adversário vem atravessando, no derradeiro desafio do ano de 2024.
Na II Divisão, destacam-se as seguintes partidas: Forense-Marinhais e Vilarense-Riachense.
A Liga 3, tal como o Campeonato de Portugal, apenas serão retomados no início de Janeiro.
(Artigo publicado no jornal “O Templário”, de 19 de Dezembro de 2024)



