Archive for Novembro, 2024
Liga Conferência – 2024-25 – 4ª Jornada – Resultados e Classificação
27.11.2024 - İstanbul Başakşehir - Petrocub Hîncești 1-1 28.11.2024 - Astana - V. Guimarães 1-1 28.11.2024 - Heidenheim - Chelsea 0-2 28.11.2024 - Cercle Brugge - Heart of Midlothian 2-0 28.11.2024 - Dinamo Minsk - FC København 1-2 28.11.2024 - Noah - Víkingur Reykjavík 0-0 28.11.2024 - St. Gallen - TSC Bačka Topola 2-2 28.11.2024 - Borac Banja Luka - LASK 2-1 28.11.2024 - Molde - APOEL 0-1 28.11.2024 - Celje - Jagiellonia Białystok 3-3 28.11.2024 - Panathinaikos - HJK Helsinki 1-0 28.11.2024 - The New Saints - Djurgården 0-1 28.11.2024 - Fiorentina - Pafos 3-2 28.11.2024 - Lugano - KAA Gent 2-0 28.11.2024 - Mladá Boleslav - Betis 2-1 28.11.2024 - Olimpija Ljubljana - Larne 1-0 28.11.2024 - Omonoia - Legia Warsaw 0-3 28.11.2024 - Rapid Wien - Shamrock Rovers 1-1
Liga Europa – 2024-25 – 5ª Jornada – Resultados e Classificação
28.11.2024 - Athletic Bilbao - Elfsborg 3-0 28.11.2024 - AZ Alkmaar - Galatasaray 1-1 28.11.2024 - Beşiktaş - Maccabi Tel-Aviv 1-3 28.11.2024 - Dynamo Kyiv - Viktoria Plzeň 1-2 28.11.2024 - RFS Riga - P.A.O.K. 0-2 28.11.2024 - Qarabağ - Ol. Lyonnais 1-4 28.11.2024 - Anderlecht - FC Porto 2-2 28.11.2024 - Lazio - Ludogorets 0-0 28.11.2024 - Midtjylland - Eintracht Frankfurt 1-2 28.11.2024 - Twente - Union Saint-Gilloise 0-1 28.11.2024 - Ferencvárosi - Malmö 4-1 28.11.2024 - FCSB - Olympiacos 0-0 28.11.2024 - Manchester United - Bodø/Glimt 3-2 28.11.2024 - Nice - Rangers 1-4 28.11.2024 - Real Sociedad - Ajax 2-0 28.11.2024 - Sp. Braga - Hoffenheim 3-0 28.11.2024 - Slavia Praha - Fenerbahçe 1-2 28.11.2024 - Tottenham - AS Roma 2-2
Liga dos Campeões – 2024-25 – 5ª Jornada – Resultados e Classificação
26.11.2024 - Sparta Praha - Atlético de Madrid 0-6 26.11.2024 - Slovan Bratislava - AC Milan 2-3 26.11.2024 - Bayer Leverkusen - FC Salzburg 5-0 26.11.2024 - Young Boys - Atalanta 1-6 26.11.2024 - FC Barcelona - Stade Brestois 3-0 26.11.2024 - Bayern München - Paris Saint-Germain 1-0 26.11.2024 - Internazionale - RB Leipzig 1-0 26.11.2024 - Manchester City - Feyenoord 3-3 26.11.2024 - Sporting - Arsenal 1-5 27.11.2024 - Crvena zvezda - VfB Stuttgart 5-1 27.11.2024 - Sturm Graz - Girona 1-0 27.11.2024 - AS Monaco - Benfica 2-3 27.11.2024 - Aston Villa - Juventus 0-0 27.11.2024 - Bologna - Lille 1-2 27.11.2024 - Celtic - Club Brugge 1-1 27.11.2024 - Dinamo Zagreb - Borussia Dortmund 0-3 27.11.2024 - Liverpool - Real Madrid 2-0 27.11.2024 - PSV Eindhoven - Shakhtar Donetsk 3-2
Liga dos Campeões – 5ª Jornada – Monaco – Benfica
Monaco – Radosław Majecki, Vanderson Campos, Thilo Kehrer, Wilfried Singo, Caio Henrique (57m – Christian Mawissa), Lamine Camara (57m – Soungoutou Magassa), Denis Zakaria (90m – George Ilenikhena), Maghnes Akliouche, Alexandr Golovin, Eliesse Ben Seghir (63m – Mohammed Salisu) e Breel Embolo (63m – Folarin Balogun)
Benfica – Anatoliy Trubin, Alexander Bah, Nicolás Otamendi, Tomás Araújo, Álvaro Carreras, Florentino Luís (65m – Zeki Amdouni), Fredrik Aursnes (85m – Leandro Barreiro), Ángel Di María (90m – Benjamín Rollheiser), Orkun Kökçü, Kerem Aktürkoğlu e Evangelos “Vangelis” Pavlídis (65m – Arthur Cabral)
1-0 – Eliesse Ben Seghir – 13m
1-1 – Evangelos “Vangelis” Pavlídis – 48m
2-1 – Soungoutou Magassa – 67m
2-2 – Arthur Cabral – 84m
2-3 – Zeki Amdouni – 88m
Cartões amarelos – Denis Zakaria (41m), Thilo Kehrer (41m), Wilfried Singo (42m) e Christian Mawissa (79m); Florentino Luís (6m), Álvaro Carreras (29m) e Kerem Aktürkoğlu (42m)
Cartão vermelho – Wilfried Singo (58m)
Árbitro – Rade Obrenovič (Eslovénia)
Esta foi uma tão importante como atípica vitória do Benfica, a operar a reviravolta no marcador já nos derradeiros minutos da partida, tirando partido do facto de dispor de superioridade numérica face ao adversário, com Di María, numa das suas grandes noites, a “fabricar” os dois golos que permitiram tal sucesso.
As duas equipas estariam num período de “estudo mútuo”, com o Benfica talvez um pouco mais na expectativa, quando o Monaco se colocou em vantagem, ainda antes de decorrido o primeiro quarto de hora de jogo, no que, no imediato, constituía um rude golpe nas aspirações benfiquistas.
Logo numa das suas primeiras ofensivas, depois de uma defesa incompleta de Trubin, uma troca de bola entre dois jogadores da casa, perante a passividade contrária, resultava no abrir do activo.
A intensidade de jogo aumentaria, mas, até final do primeiro tempo, o Benfica não parecia capaz de superar a organização contrária, pese embora alguma maior toada de parada e resposta, por parte de ambas as formações.
No recomeço, Embolo provocou novo calafrio, com um remate ao poste da baliza de Trubin. Não obstante, de imediato, um “golo para os apanhados” beneficiaria, desta feita, o Benfica: um defesa monegasco tentava fazer um atraso de cabeça, num lance que resultou no isolar de Pavlídis, que, com muita serenidade, empatou a contenda.
Parecia, contudo, ser “sol de pouca dura”, porque, de imediato, a turma da casa voltava a marcar, valendo à equipa portuguesa a intervenção do VAR, a invalidar o golo, sancionando posição de fora-de-jogo.
Na resposta, Bah daria a melhor sequência a um cruzamento de Di María. De uma situação de 1-2, passava-se, num ápice, a 2-1, a favor do Benfica. Ou, pelo menos, assim parecia… Só que o VAR interveio de novo, recolocando tudo na mesma: mantinha-se o 1-1.
Foi então que sucedeu o momento crucial do desafio, pouco antes da hora de jogo: Wilfried Singo, que fora já admoestado com cartão amarelo (por reclamar do facto de o árbitro não ter exibido o que seria o segundo cartão amarelo a Carreras), veria, ele próprio, o cartão pela segunda vez, agora por ter cometido falta, sendo expulso.
De forma não muito usual ao nível europeu, o Benfica viria a beneficiar significativamente desta “dualidade” arbitral: o segundo amarelo poupado a Carreras resultou num primeiro amarelo a um adversário, que viria a estar na origem da inferioridade numérica da equipa do Monaco.
Os dois treinadores moveram então as peças, qual jogo de xadrez – “Adi” Hütter tinha, aliás, acabado de fazer duas substituições no minuto imediatamente anterior à expulsão, operando outras duas, cinco minutos volvidos, totalizando seis, dadas as trocas, no Benfica, de Pavlídis e Florentino, por Arthur Cabral e Amdouni.
Não estaria, então, nas previsões gerais, o que se seguiu: a suposta aposta ofensiva do Benfica teve resultados contraproducentes, com a perda de controlo a meio-campo, e seria inclusivamente o Monaco a recolocar-se em vantagem.
Em certos lances chegou a dar então a ilusão de que seria o Benfica a jogar com menos um, tal a impotência que denotava para conseguir travar a dinâmica do adversário, em rápidas transições, muito mais assertivo na recuperação de bola.
O Benfica parecia perdido, quando Di María tirou – por duas vezes – o “coelho da cartola”: primeiro, um cruzamento tenso, teleguiado, para o cabeceamento de Arthur Cabral, a dar “nova alma” à equipa, a acreditar que seria ainda possível chegar à vitória, enquanto, ao invés, o Monaco passava a duvidar de si próprio.
Já com Leandro Barreiro em campo, tendo saído Aursnes, mais três minutos passados, o argentino voltava a fazer das suas: outra vez a centrar, a solicitar a desmarcação do oportuno Amdouni, também de cabeça, a marcar o golo do (que chegou a parecer muito improvável) triunfo.
Um (feliz) desfecho que deixa o Benfica em muita boa situação para poder avançar na “Champions”, nesta época de estreia da “Liga única”.
Centenário da Associação de Futebol de Santarém (1924-2024)
3. Palmarés Distrital

No terceiro e último artigo desta pequena série, a pretexto dos 100 anos da Associação de Futebol de Santarém (“AFS”), aniversário celebrado a 19 de Novembro, o mote é o palmarés distrital.
Desde a criação do Campeonato de futebol por parte da “AFS”, no ano de 1925, em cem edições disputadas, são trinta os clubes que se sagraram vencedores da sua principal competição:
- 9 vezes – Torres Novas (incluindo-se nesta contagem o título conquistado pelo então denominado Torres Novas F.C., em 1928-29);
- 8 – U. Operária de Santarém;
- 7 – Tramagal;
- 6 – Ac. Santarém; e U. Tomar;
- 5 – “Os Leões” de Santarém; e Ferroviários;
- 4 – Cartaxo; Alcanenense; At. Riachense; U. Almeirim; e Coruchense;
- 3 – Alferrarede; Marinhais; Benavente; Samora Correia, U. Rio Maior; e Fátima;
- 2 – Rossiense; Matrena; Amiense; e Fazendense;
- 1 – Águias de Alpiarça; Abrantes FC; Monsanto; Ouriquense; At. Ouriense; Mação; U. Santarém; e Rio Maior SC.
Começou por vincar superioridade a equipa de “Os Leões” de Santarém, que ganhou os três primeiros torneios (1925 a 1927 – tendo vencido também em 1930), a que se seguiu a supremacia da U. Operária de Santarém (com seis títulos conquistados, logo entre 1928 e 1935, os cinco últimos consecutivos). O predomínio dos grupos da capital do Distrito prosseguiria, depois, com o triunfo, noutras cinco edições (entre 1936 e 1941), por parte da Académica de Santarém.
Até 1946, ano em que se registou a unificação do campeonato (até então, geralmente repartido em diferentes zonas), apenas o mencionado Torres Novas F.C., Matrena (1938) e U. Tomar (1942 e 1943) se tinham intrometido na dominância dos clubes escalabitanos, que, nessa altura, somavam já 18 títulos (U. Operária, com oito; Académica, com seis; e “Os Leões”, com quatro)!
Surgiria então, como novo vencedor, o Ferroviários, com três campeonatos conquistados até 1952. Já depois do primeiro título ganho (1950) pelo ressurgido C. D. Torres Novas – e do último de “Os Leões” (1953) – assinalam-se outros dois ciclos de cinco títulos sucessivos, primeiro por parte do emblema torrejano (de 1955 a 1959), e, de imediato, do Tramagal (de 1960 a 1964).
Num período em que o Campeão Distrital não dispunha da prerrogativa de disputar exclusivamente os Nacionais, os tramagalenses somariam ainda mais dois títulos (1966 e 1967).
De facto, até ao ano de 1968, apuravam-se os primeiros classificados (geralmente quatro) do Campeonato Distrital da Associação de Futebol de Santarém para participar, nessa mesma época, na III Divisão Nacional – tendo o U. Tomar sido o único clube a conseguir, em 1964-65, sagrar-se, numa única temporada, Campeão Distrital e Campeão Nacional da III Divisão (sendo, então, promovido à II Divisão); por curiosidade, também o Coruchense (1953-54) e “Os Leões” (1962-63) haviam sido Campeões da III Divisão, em épocas em que, no Distrital, não tinham ido além do 4.º e do 2.º lugar, respectivamente. O Tramagal viria a ser vice-campeão da III Divisão na temporada de 1966-67, garantindo também, por fim, a subida à II Divisão Nacional.
Só a partir da época de 1968-69 se iniciou novo modelo, com a promoção do Campeão Distrital (em alguns anos, também do vice-campeão, como ocorreu em 1976, 1987, 1990, 1995, 1997, 2004, 2005 e 2012) aos Nacionais (III Divisão; actualmente, ao “Campeonato de Portugal”), deixando, pois, de integrar o lote de concorrentes ao Distrital na temporada subsequente.
A partir daí, a conquista do título de Campeão como que se “democratizou”, apenas o At. Riachense tendo tido oportunidade de – para além dos triunfos de 2001 e 2013 – bisar o 1.º lugar (2009 e 2010), e isto, somente pelo facto de ter abdicado da promoção, na primeira destas épocas.
Não obstante, vários outros clubes se evidenciaram, vencendo também o campeonato por mais de uma vez em relativamente curtos intervalos de tempo, em especial nos seguintes casos: Alferrarede (1970, 1973 e 1980); Marinhais (1982, 1987 e 1990); Samora Correia (1983, 1994 e 1997); Coruchense (2015, 2017 e 2021); Alcanenense (1969 e 1974); Amiense (1971 e 1977); U. Tomar (1988 e 1998); U. Rio Maior (1992 e 2002); U. Almeirim (1993 e 2000); Fazendense (1996 e 2007); Cartaxo (2006 e 2011); e, por último, o Fátima, actual detentor do título (2016 e 2024).
Não se encontrarão disponíveis estatísticas fiáveis sobre a integralidade dos campeonatos promovidos pela “AFS”, destacando-se, com base nas pesquisas realizadas, os seguintes “rankings”, de entre cerca de uma centena de equipas que disputaram o principal escalão de futebol do Distrito:
- No que respeita a participações, o extinto Ferroviários, do Entroncamento, é líder, com, pelo menos, 60 presenças, seguindo-se os também históricos Benavente (pelo menos 56), Tramagal (51), Amiense (50), Coruchense e Alcanenense (46 cada), D. Torres Novas e U. Tomar (43 cada), Cartaxo (41) e At. Riachense (40).
- Em relação a vitórias (e, inerentemente, pontuação total), o Amiense é o comandante destacado, a rondar as sete centenas de vitórias (num pouco mais de 1.400 jogos realizados, o que constituirá também “record”), seguido por Ferroviários e Benavente (próximos de seis centenas de triunfos cada), Coruchense, Torres Novas, Riachense, Tramagal e Cartaxo (cerca de cinco centenas); U. Tomar (442) e Alcanenense (cerca de 430).
- No que concerne a golos marcados, só Amiense (mais de 2.200), Benavente (com um total acumulado de ordem similar) e Ferroviários superaram já a marca dos dois mil golos obtidos, de que Coruchense e Torres Novas se aproximarão. Por seu turno, o Benavente é o grupo com mais golos sofridos (cerca de dois mil), seguindo-se o Ferroviários (cerca de 1.800).
Virando agulha para a Taça do Ribatejo, competição introduzida pela “AFS” na temporada de 1976-77, tem em curso a disputa da 48.ª edição, constando do seu palmarés, todavia, apenas 46 troféus atribuídos, dado ter sido suspensa, nas meias-finais, a prova de 2020, devido à pandemia.
O “rei” incontestável da designada “prova rainha” é o Fazendense, com cinco Taças ganhas (2006, 2012, 2014, 2016 e 2022). Seguem-se-lhe, com três troféus conquistados, o Tramagal, At. Riachense, Amiense e Coruchense. Por seu lado, Águias de Alpiarça, Alferrarede, Samora Correia, Cartaxo, U. Rio Maior, Mação, U. Santarém, Torres Novas e Ferreira do Zêzere (actual detentor da Taça) venceram a competição por duas vezes cada. Por fim, com um título, temos: Lagartos do Sardoal, Pego, Vasco da Gama, Benavente, Ferroviários, Azinhaga, Abrantes FC, Monsanto, Ouriquense, U. Tomar e Glória do Ribatejo – num total de 25 emblemas laureados.
Foram também, entretanto, já disputadas, desde a época de 1992-93, trinta edições da “Supertaça Dr. Alves Vieira”, com o seguinte palmarés: At. Riachense, Coruchense, Fazendense e Torres Novas (3 troféus cada); Samora Correia, Ferroviários, U. Rio Maior, Alcanenense, Mação e Fátima (2 cada); Alferrarede, Abrantes FC, Monsanto, Amiense, Cartaxo e At. Ouriense (1 cada).
Num exercício teórico de “consolidação” das três competições, são os seguintes (de um total de 36 titulares) os clubes mais galardoados a nível Distrital, no seio da Associação de Futebol de Santarém:
- 14 Troféus – Torres Novas (9 Campeonatos + 2 Taças + 3 Supertaças);
- 10 – Tramagal (7+3+0), Riachense (4+3+3), Coruchense (4+3+3) e Fazendense (2+5+3);
- 8 – Operária de Santarém (8+0+0) e Ferroviários (5+1+2);
- 7 – Tomar (6+1+0), Cartaxo (4+2+1), Samora Correia (3+2+2) e U. Rio Maior (3+2+2);
- 6 – Santarém (6+0+0), Alcanenense (4+0+2), Alferrarede (3+2+1) e Amiense (2+3+1);
- 5 – “Os Leões” de Santarém (5+0+0), Fátima (3+0+2) e Mação (1+2+2).
(Artigo publicado no jornal “O Templário”, de 21 de Novembro de 2024)

O Pulsar do Campeonato – 9ª Jornada

(“O Templário”, 21.11.2024)
O líder destacado, Ferreira do Zêzere, superou com distinção mais uma prova que se colocava na sua caminhada, tendo ido vencer, com alguma naturalidade, a Mação, no que constitui já o sexto triunfo dos ferreirenses extra-muros, tendo disputado, até agora, apenas três encontros em casa.
A consistência que vem patenteando, semana após semana, é um forte indício da probabilidade de sucesso no cumprimento do objectivo para esta temporada, mesmo que estejamos ainda em fase relativamente prematura do campeonato.
Destaques – O Ferreira do Zêzere, com um golo praticamente a abrir (logo aos dez minutos) e outro quase a fechar (a cinco minutos do final), não deu possibilidade ao Mação – que vinha de uma goleada (0-4) sofrida em casa, ante o Alcanenense – de rectificar tal desaire com um desfecho positivo, tendo os visitantes, até agora com desempenho muito afirmativo nesta temporada, triunfado por 2-0, relegando o seu adversário para desvantagem já substancial, de dez pontos.
A este afastar de um competidor pelos lugares cimeiros, aliou-se o nulo registado no embate entre Alcanenense e Coruchense, duas formações que vêm dando muito boa conta de si nas últimas semanas (ambos tinham vencido os respectivos quatro últimos jogos), mas, que, desta feita, se neutralizaram, ampliando-se a diferença da turma de Alcanena face ao comandante para sete pontos; por seu turno, o grupo do Sorraia, penalizado pelo mau arranque, dista já onze pontos.
Pelo que, nesta altura, Fazendense e Samora Correia se perfilam como os mais directos concorrentes do guia, não obstante se posicionem cinco pontos atrás do conjunto ferreirense.
A formação das Fazendas deslocou-se ao reduto do Amiense, onde triunfou inapelavelmente, por convincente 3-0, tendo marcado no termo da primeira parte e a findar o tempo regulamentar, isto já depois de ter confirmado a vantagem, chegando aos 2-0 à entrada do último quarto de hora. O Fazendense apenas cedeu pontos no empate caseiro, precisamente ante os samorenses, e pela derrota sofrida em Coruche, somando, pois, sete triunfos nas nove rondas disputadas.
Por seu lado, o Samora Correia somou sexta vitória consecutiva, num ciclo muito positivo, ao ganhar, também em terreno alheio, na Glória do Ribatejo, por 2-1, mas com a particularidade de o tento decisivo ter sido alcançado cinco minutos para além dos noventa, em período de compensação, no que, em paralelo, constitui o quinto desaire sucessivo dos visitantes. Com desempenho muito similar ao do Fazendense, e para além da igualdade na partida entre ambos, o conjunto samorense apenas perdeu um jogo, por coincidência, também com o Coruchense.
A última nota de realce vai para a primeira vitória do Entroncamento AC no presente campeonato, na recepção ao Águias de Alpiarça (tal como a equipa da Glória, com uma série de cinco desaires), igualmente por 2-1, o que proporcionou à turma da cidade ferroviária sair da zona de despromoção, em que ficara imersa desde a 3.ª ronda, precisamente por troca com o adversário.
Surpresa – Hesitei quanto à categorização a atribuir ao desfecho da partida entre Cartaxo e Torres Novas, mas que, em qualquer caso, não deixará de constituir surpresa, mesmo que a confirmar, quer a tendência histórica do confronto entre ambos os emblemas, como a evolução recente do respectivo desempenho: os torrejanos ganharam, por tangencial 1-0, resolvendo bem cedo (estavam decorridos dez minutos) a contenda a seu favor, tal como sucedera na semana anterior.
Sucede que, por um lado, numa estatística verdadeiramente incrível, esta foi a 11.ª vez consecutiva, desde o ano de 2014, em que o Cartaxo não conseguiu, no seu reduto, ganhar ao Torres Novas, tendo-se registado quatro empates, e, agora, a 7.ª vitória dos torrejanos! Acresce, por outro, que os cartaxeiros, com trajectória irreconhecível nesta época, acumularam a quarta derrota sucessiva no presente campeonato, ao passo que os forasteiros somaram seis triunfos nas sete rondas mais recentes, o que lhes proporcionou ascender a um notável 5.º lugar na tabela.
Confirmações – Os outros dois resultados enquadram-se no que seriam as expectativas, com a vitória do Abrantes e Benfica (terceira sucessiva no campeonato) frente ao U. Tomar, e o triunfo do At. Ouriense no terreno do “lanterna vermelha”, Salvaterrense (quarto desaire sucessivo).
Em Abrantes, o União terá tido a melhor entrada em campo, desde o início da temporada, com a equipa, de forma personalizada, a assumir a iniciativa, surpreendendo o adversário. Porém, não se tendo tal materializado em golos, o tento abrantino, apontado aos 17 minutos, logo numa das suas primeiras investidas, não terá deixado de abalar a confiança dos tomarenses.
A partir daí, os anfitriões, mais seguros, como que “pegaram no jogo”, acabando por não surpreender o ampliar da contagem, à passagem dos 40 minutos, na sequência de um pontapé de canto, a aproveitar com eficácia mais uma falha de concentração dos opositores. Na segunda parte, o Abrantes optou por gerir o resultado, concedendo posse de bola aos unionistas, que, contudo, revelaram limitada objectividade.
Em Salvaterra de Magos, o At. Ouriense chegou, até com bastante maior facilidade do que seria previsível, a uma categórica vantagem de 3-0, com tentos averbados aos 20, 27 e 55 minutos. A meritória, e digna de nota, reacção dos donos da casa, com dois golos de “rajada”, pouco depois da hora de jogo, ficou aquém das necessidades do Salvaterrense, que não evitou mais uma derrota, outra vez pela diferença mínima, de 2-3, como sucedera em Torres Novas (0-1), e, pelo mesmo “placard” de 2-3, também quinze dias antes, na recepção ao Samora Correia.
II Divisão Distrital – Jogou-se apenas na Série B (Norte), com destaque para a goleada (4-0) do Tramagal na recepção ao Pego, prosseguindo os tramagalenses um percurso totalmente vitorioso nos quatro jogos já realizados. Não obstante, o guia continua a ser o Vasco da Gama (já com cinco partidas disputadas), tendo vencido o Ortiga por 4-1, dispondo de um ponto de vantagem.
Também o Caxarias e Vilarense registam – tal como o Tramagal – doze pontos (mas, à semelhança do Vasco da Gama, tendo jogado nas cinco jornadas já decorridas), depois de terem batido, respectivamente, a equipa “B” do Abrantes (3-1) e o At. Pernes (3-0).
Antevisão – No Distrital da I Divisão, que atinge a 10.ª jornada, destacam-se, principalmente, os seguintes três desafios: Ferreira do Zêzere-Alcanenense, Samora Correia-Mação e Fazendense-Abrantes e Benfica, envolvendo seis das equipas com maior potencial, nos quais, sendo os anfitriões favoritos, se projecta que os visitantes possam oferecer forte réplica.
Quanto ao U. Tomar, reencontra, três semanas depois, o Salvaterrense, procurando repetir o triunfo, que, a ocorrer, poderá revelar-se de crucial importância para o desenrolar da época.
Tendo a Série A da divisão secundária tido um breve interregno no passado fim-de-semana, o realce vai, na retoma da prova, com a 5.ª jornada, para a partida entre Porto Alto e Marinhais. Na Série B (que avança para a 6.ª ronda) as atenções estarão centradas no Riachense-Vasco da Gama.
A Liga 3 e o Campeonato de Portugal continuam em pausa, dado disputar-se a eliminatória relativa aos 1/16 avos de final da Taça de Portugal, já sem qualquer representante do Distrito.
(Artigo publicado no jornal “O Templário”, de 21 de Novembro de 2024)
Liga das Nações da UEFA – 2024/25 – Sorteio da Fase Final
Realizou-se esta manhã o sorteio da fase final da Liga das Nações da UEDA 2024/25, com o seguinte alinhamento de jogos (eliminatórias a disputar a duas mãos, agendadas para dias 20 e 23 de Março de 2025), nas suas várias vertentes:
1/4 de final
Países Baixos – Espanha
Croácia – França
Dinamarca – Portugal
Itália – Alemanha
O emparelhamento para as meias-finais, também já sorteado, será o seguinte:
Itália/Alemanha – Dinamarca/Portugal
Países Baixos/Espanha – Croácia/França
Play-off Liga A / Liga B
Turquia – Hungria
Ucrânia – Bélgica
Áustria – Sérvia
Grécia – Escócia
Play-off Liga B / Liga C
Kosovo – Islândia
Bulgária – Irlanda
Arménia – Geórgia
Eslováquia – Eslovénia
Play-off Liga C / Liga D
Gibraltar – Letónia
Malta – Luxemburgo
Liga das Nações da UEFA – 2024/25 – 6.ª Jornada
LIGA A
Grupo 1 – Croácia-Portugal – 1-1 / Polónia-Escócia – 1-2
1º Portugal, 14; 2º Croácia, 8; 3º Escócia, 7; 4º Polónia, 4
Grupo 2 – Itália-França – 1-3 / Israel-Bélgica – 1-0
1º França, 13; 2º Itália, 13; 3º Bélgica, 4; 4º Israel, 4
Grupo 3 – Hungria-Alemanha – 1-1 / Bósnia-Herzegovina-Países Baixos– 1-1
1º Alemanha; 14; 2º Países Baixos, 9; 3º Hungria, 6; 4º Bósnia-Herzegovina, 2
Grupo 4 – Espanha-Suíça – 3-2 / Sérvia-Dinamarca – 0-0
1º Espanha, 16; 2º Dinamarca, 8; 3º Sérvia, 6; 4º Suíça, 2
Qualificaram-se para os 1/4 de final, a disputar em Março de 2025: Portugal, França, Alemanha e Espanha (“cabeças-de-série”), Croácia, Itália, Países Baixos e Dinamarca.
Escócia, Bélgica, Hungria e Sérvia disputarão o “play-off” de manutenção/promoção com um dos 2.º classificados da Liga B (Ucrânia, Grécia, Áustria e Turquia).
Polónia, Israel, Bósnia-Herzegovina e Suíça serão despromovidos à Liga B (edição de 2026/27).
Croácia – Portugal (Liga das Nações – 6.ª Jornada)
Croácia – Dominik Livaković, Josip Šutalo, Duje Ćaleta-Car, Joško Gvardiol, Ivan Perišić (58m – Luka Sučić), Luka Modrić (78m – Nikola Moro), Mateo Kovačić (45m – Mario Pašalić), Borna Sosa (45m – Kristijan Jakić), Andrej Kramarić, Martin Baturina e Igor Matanović (63m – Ante Budimir)
Portugal – José Sá, Nélson Semedo, Tomás Araújo (63m – Tiago Djaló), Renato Veiga, João Cancelo, Otávio Monteiro (71m – Francisco Conceição), João Neves, Vítor Ferreira “Vitinha”, Nuno Mendes (80m – Diogo Dalot), João Félix e Rafael Leão (71m – Fábio Silva)
0-1 – João Félix – 33m
1-1 – Joško Gvardiol – 65m
Cartões amarelos – Renato Veiga (90m) e Fábio Silva (90m)
Árbitro – Davide Massa (Itália)
A concluir esta fase de “qualificação” da “Liga das Nações”, com o apuramento para os quartos-de-final (tal como o 1.º lugar do Grupo) já garantido desde a ronda anterior, a selecção de Portugal manteve a constância da inconstância exibicional, que tem sido o seu timbre nesta edição da prova.
Outra vez, duas partes (muito) distintas: a primeira a parecer deixar a promessa de uma possível vitória; a segunda, em que só com alguma sorte se acabou por evitar a derrota.
A equipa portuguesa entrou melhor, a dominar praticamente desde início, e criando perigo logo à passagem do quarto de hora.
Depois, com o passar do tempo, a intensidade baixou, tendo a Croácia equilibrado, pelo que o golo acabou por surgir num lance de inspiração de Vitinha, com uma assistência, ainda antes do meio-campo, a dar “meio golo” a João Félix, que, com boa execução técnica, não desperdiçou a oportunidade.
A turma croata mantinha a toada de jogo, e assustaria ainda antes do intervalo, com um remate de Kramarić a embater no poste, depois de desvio em Tomás Araújo.
A necessitar pontuar, para garantir o apuramento, a Croácia arriscou para a segunda parte, intensificando a pressão, vindo mesmo a chegar ao empate, com cerca de vinte minutos decorridos.
Faltava ainda bastante tempo, e até final, pese embora as tentativas ensaiadas por Roberto Martínez, por via das substituições operadas, seria sempre a equipa da casa a estar mais perto do golo, com o guardião José Sá a ser colocado à prova em várias ocasiões, com a bola a atingir os ferros da baliza portuguesa por mais um par de vezes.
Já em período de compensação, com a equipa portuguesa “empurrada contra as cordas”, Diogo Dalot salvaria o empate. Um final de partida que não deixou saudades, a implicar a devida reflexão sobre as suas causas.
Centenário da Associação de Futebol de Santarém (1924-2024)
2. Participação dos clubes filiados na Taça de Portugal

Neste segundo artigo evocando o Centenário da Associação de Futebol de Santarém (“AFS”) apresenta-se uma súmula das participações dos seus representantes na Taça de Portugal.
Nas 85 edições da “prova rainha”, desde a estreia na época de 1938-39, participaram na competição cerca de 750 clubes, de Norte a Sul, estendendo-se às ilhas, e, até 1974, alargando-se inclusivamente às então designadas “províncias ultramarinas”. Desse número, 40 correspondem a emblemas com filiação na “AFS”, tendo somado um total de 439 participações, ao longo de 69 temporadas, desde a presença inaugural, do Operário Vilafranquense, em 1940-41.
Tal como sucede a nível de presenças nos campeonatos nacionais, também o Torres Novas é o clube com maior número (42) de participações na Taça de Portugal, sendo, neste caso, seguido de perto pelo U. Tomar (39), Fátima e U. Santarém (38 cada). U. Almeirim (30), Alcanenense (28), Cartaxo (25) e U. Rio Maior (22) registam também mais de vinte presenças.
Tendo começado por dispor de um único representante nas primeiras nove edições em que participaram formações do Distrito (até ao ano de 1965), o “record” é de 14 equipas (na época de 1990-91), tendo-se reduzido, desde 2012, a um lote de quatro ou cinco participantes – depois de, entre 1977 e 2002 ter oscilado, na quase totalidade das temporadas, entre nove e onze.
Nas 439 participações, em 170 delas os clubes filiados não lograram superar a 1.ª eliminatória, sendo que, noutras 97, se quedaram pela 2.ª ronda. Registam-se, pela positiva, 89 participações em estágios mais adiantados do torneio, a partir dos 1/32 avos de final (num total de 55 vezes nesta fase – incluídas duas presenças na 4.ª eliminatória, na época de 1970-71).
Se restringirmos a análise a partir do patamar dos 1/16 avos de final, a amostra reduz-se, pois, a 34 presenças, sendo que a última delas ocorreu já há dez anos, por via do At. Riachense.
Dessas 34 rondas em fase mais avançada, destaca-se o U. Tomar, com cinco participações nos 1/4 de final (1969, 1970, 1973, 1974 e 1975), uma nos 1/8 de final (1976) e uma nos 1/16 avos de final (1972). Só “Os Leões” de Santarém (em 1956) conseguiram alcançar igualmente os 1/4 de final, contando ainda com outras três ocasiões (1948, 1949 e 1969) em disputa de ronda equivalente aos 1/16 avos de final. Nas cinco oportunidades dos tomarenses de poder aceder às meias-finais, viram-se arredados pelo Sporting (duas vezes), Leixões, CUF e Olhanense; tendo “Os Leões” de Santarém (depois de superarem V. Setúbal e Atlético) sido afastados pelo FC Porto.
Marcaram ainda presença nos 1/8 de final: (i) o Torres Novas, por duas vezes (1973 e 1976) – tendo os torrejanos disputado igualmente os 1/16 avos de final noutras duas ocasiões (1992 e 1995); (ii) o Fátima (1993), sendo que os fatimenses chegaram aos 1/16 avos de final noutras três vezes (2006, 2009 e 2010); para além (iii) do Operário Vilafranquense, na estreia, em 1941.
A eliminatória correspondente aos 1/16 avos de final foi também atingida por: U. Almeirim (1971, 1975 e 1986); Benavente (1977 e 1978); Cartaxo (1980 e 1987); Samora Correia (1985 e 1987); At. Riachense (1989 e 2015); Abrantes FC (2006 e 2008); e G. D. Coruchense (1955).
Nos 870 desafios realizados envolvendo equipas da “AFS” ficaram memoráveis, especialmente, as vitórias obtidas frente a adversários a militar na I Divisão: os mencionados triunfos de “Os Leões” de Santarém (1955-56) ante V. Setúbal (4-1) e Atlético (3-2); 1-0 no Marinhais-Salgueiros (1982-83); 1-0 no U. Santarém-Belenenses (1976-77); 2-1 no Cartaxo-Sp. Braga (1986-87); tendo o U. Tomar vencido o Leixões (4-2 em 1967-68; e 2-1 em 1975-76) e a CUF (1-0 em 1969-70).
O Cartaxo foi ainda o único a empatar (também em 1986-87) com o Benfica (que venceu os outros sete encontros com emblemas do Distrito). Em seis jogos frente ao Sporting, regista-se um único empate (do U. Tomar, em 1974-75). O FC Porto venceu todos os cinco desafios disputados.
Ao invés, não foi possível evitar alguns pesados desaires: 14-1 no Benfica-At. Riachense; 9-0 no V. Setúbal-U. Rio Maior, Paços de Ferreira-At. Riachense e Benfica e Castelo Branco-Amiense; 8-0 no Benfica-U. Almeirim, Sp. Espinho-Amiense, Olhanense-Fátima e Estarreja-U. Rio Maior; para além de dez derrotas por 0-7 (duas do Cartaxo, Torres Novas e do U. Tomar; uma do Amiense, Azinhaga, Matrena e “Os Leões” de Santarém).
Por outro lado, o U. Santarém regista a maior goleada a favor, tendo vencido, fora de casa, o Tabuense, por 10-0. O U. Tomar bateu o Condestável por 9-1; enquanto o Torres Novas ganhou ao Eléctrico de Ponte de Sôr por 8-0, a mesma marca obtida pelo Monsanto ante o Mirandense.
Fátima (em 93 jogos) e U. Tomar (97 jogos) são os que somam mais vitórias na prova (43 cada), seguidos por Torres Novas (35), U. Santarém (31), U. Almeirim (30) e Alcanenense (25).
No quadro em anexo apresenta-se síntese de todas as 439 participações dos clubes filiados na Associação na Taça de Portugal, indicando-se, para cada equipa, a fase atingida, época a época.
(Artigo publicado no jornal “O Templário”, de 14 de Novembro de 2024)







