O Pulsar do Campeonato – 3ª Jornada
6 Outubro, 2024 at 11:00 am Deixe um comentário

(“O Templário”, 03.10.2024)
Tendo vencido, na quarta-feira da passada semana, em Coruche (1-0), e, no Domingo, no Entroncamento (3-0), o Ferreira do Zêzere segue com o pleno de três triunfos, com a particularidade de terem sido obtidos, todos eles, em terreno alheio (depois da vitória em Alpiarça, no arranque do campeonato). Comanda, agora, o campeonato, de forma destacada, apenas o Alcanenense podendo (em caso de ganhar o jogo que tem em atraso) igualar tal registo.
Destaques – Começa, portanto, por realçar-se a forma categórica como o Ferreira do Zêzere se impôs no Entroncamento, ganhando com aparente tranquilidade, confirmando cabalmente o favoritismo que lhe era atribuído: os ferreirenses inauguraram o marcador aos 25 minutos, vindo a fechar a contagem com outros dois tentos, apontados já nos últimos dez minutos da partida.
No que poderia ser considerado como jogo de maior cartaz da 3.ª ronda, o Coruchense, realizando o terceiro jogo sucessivo no seu reduto, recebia o Samora Correia, procurando rectificar os resultados negativos averbados nos dois primeiros desafios, em que fora derrotado pelo Mação e pelo Ferreira do Zêzere. Pois, as coisas voltaram a começar mal para a formação do Sorraia, que se viu em desvantagem ainda antes da meia hora. Não obstante, com excelente reacção, o Coruchense operou a reviravolta ainda antes do intervalo. No segundo tempo, mais dois golos selaram uma moralizadora goleada, por 4-1.
Outra goleada, esta por 4-0, foi o desfecho do embate entre Fazendense e At. Ouriense, impressionando a facilidade com que o grupo das Fazendas se desenvencilhou da turma de Ourém, que vinha de uma notável recuperação (de 0-2 para 2-2), ante o U. Tomar. Com este triunfo, o Fazendense – que começara com um ligeiro “passo em falso”, ao ceder um empate caseiro, precisamente ante o Samora Correia – alcandorou-se já à vice-liderança, (re)afirmando a sua candidatura aos lugares de topo.
A destacar também – mesmo que pudesse ser, de certo modo, um resultado expectável – a vitória alcançada pelo Torres Novas na deslocação a Alpiarça, ante o Águias, mercê de um solitário golo, apontado a findar a primeira metade do encontro, proporcionando aos torrejanos posicionar-se a meio da tabela. Por seu lado, os alpiarcences, com um início de campeonato de elevado grau de dificuldade (tinham defrontado, antes, o líder, Ferreira do Zêzere, e o Samora), situam-se na cauda da tabela, a par do Salvaterrense, tendo somado três desaires em outras tantas jornadas.
Surpresa – O desfecho mais inesperado registou-se no Abrantes e Benfica-Glória do Ribatejo, não tendo o até então 3.º classificado conseguido ganhar ao 11.º, saldando-se este confronto por uma igualdade a um golo. Foram, aliás, os visitantes a marcar primeiro, na parte final do primeiro tempo, não tendo os abrantinos logrado melhor do que restabelecer o empate, com cerca de vinte minutos decorridos na segunda parte. O Abrantes está agora no 5.º lugar, enquanto a turma da Glória passou a repartir a 11.ª posição com o U. Tomar.
Confirmações – Os resultados dos três restantes jogos enquadram-se no que seriam as projecções, mesmo que tenham tido incidências diferenciadas.
Começando pelo Amiense-Mação, os comandados de Marco Marques continuam a dar boa conta de si, tendo feito um dos anteriores guias, Mação, perder pontos, face ao resultado de 1-1. Também neste caso, e à semelhança do que se verificara no primeiro dia, ante o Cartaxo, o grupo dos Amiais esteve a ganhar praticamente até ao fim, tendo deixado escapar a vitória a cinco minutos do termo do prélio. O Amiense integra um trio, com Abrantes e Benfica e Cartaxo, no 5.º posto.
Justamente, o Cartaxo, que, ainda antes do arranque da temporada, se perfilou como candidato, obteve a sua primeira vitória, outra vez com um golo “in extremis”, na visita a Salvaterra de Magos: os cartaxeiros marcaram o tento decisivo (único da partida) ao minuto 90+7… numa altura em que, paradoxalmente, se encontravam reduzidos a nove elementos, após terem sofrido duas expulsões, aos 80 e 90+5 minutos! Esta foi a terceira derrota do Salvaterrense, depois das goleadas sofridas ante o Abrantes e Benfica e o Alcanenense.
Deixamos para o fim, precisamente, o desafio que colocou frente-a-frente as equipas de Alcanena – a única que, a par do comandante, conta por vitórias os jogos disputados (neste caso, apenas dois), posicionando-se, mesmo com um jogo a menos, no 4.º lugar da tabela – e de Tomar.
O Alcanenense, ainda sob o comando técnico de José Torcato, patenteou superioridade exibicional durante quase todo o tempo, acabando por ser natural o desfecho de 2-0 a seu favor, no que constitui a primeira derrota do U. Tomar, ainda sem ter conseguido estrear-se a ganhar. Em qualquer caso não será este desaire de molde a causar maior “alarme”, se recordarmos que, também no último embate entre os dois emblemas, há duas épocas – quando o União se sagrou Campeão – fora o conjunto de Alcanena a levar a melhor, ali tendo vencido, então, por 3-2.
Liga 3 – O U. Santarém tinha um tão aliciante quão difícil compromisso, recebendo o líder, o histórico Belenenses. Os azuis do Restelo cedo adquiriram vantagem, à passagem do quarto de hora, mas os escalabitanos ripostariam, empatando por volta dos trinta minutos. Na segunda parte, depois de o Belenenses se ter recolocado na posição de vencedor, o U. Santarém não teria já argumentos para contrariar a superioridade adversária, traduzida no 1-2 final.
O Belenenses segue destacadíssimo no comando, após a disputa da 7.ª jornada, com cinco pontos a mais que o 2.º classificado, Caldas – e já com “margem” de oito pontos face à linha que traça os quatro clubes que se apurarão para a fase final, mesmo que haja alguns concorrentes com um jogo em atraso, caso do U. Santarém, actual 6.º classificado, com sete pontos (a dois do 4.º lugar).
Campeonato de Portugal – Começam a ser de alguma forma inquietantes os sinais que o Fátima vem transmitindo, na esteira do que tem sido o desempenho geral dos emblemas do Distrito nesta competição: após cinco rondas, os fatimenses não conseguiram ainda vencer, não tendo ido além de três empates, partilhando a última posição da série com o Mortágua.
Deslocando-se à Marinha Grande, o Fátima chegou a dispor de dois tentos de vantagem, mas isto numa fase em que o seu guardião defendera já duas grandes penalidades! Depois, com o Marinhense em inferioridade numérica durante toda a segunda parte, tal não obstou a que a equipa da casa conseguisse chegar ainda à igualdade (2-2) com dois golos entre os 60 e os 80 minutos.
Antevisão – A 4.ª jornada do Distrital integra um lote de bem interessantes confrontos, desde logo o U. Tomar-Fazendense, mais um teste de elevado grau de dificuldade para os unionistas; mas, também, o Mação-Abrantes e Benfica, o Cartaxo-Alcanenense ou o Torres Novas-Coruchense.
O Ferreira do Zêzere é favorito, não obstante tenha a visita do ainda invicto Amiense. Uma nota ainda para o sempre aliciante “derby” municipal, entre Glória do Ribatejo e Salvaterrense.
Na 8.ª ronda da Liga 3, o U. Santarém viaja até aos Açores, a Angra do Heroísmo, para defrontar o Lusitânia (9.º), reeditando os embates da época passada, em que foram estes os dois emblemas promovidos na Zona Sul do Campeonato de Portugal. Nesta outra prova, na sua 6.ª jornada, o Fátima procura alcançar o primeiro triunfo, recebendo o União 1919 (actual 5.º classificado).
(Artigo publicado no jornal “O Templário”, de 3 de Outubro de 2024)
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