Archive for 5 Julho, 2024
EURO 2024 – 1/4 de final – Portugal – França

0-0 (3-5 g.p.)
Diogo Costa, João Cancelo (74m – Nélson Semedo), Rúben Dias, Pepe, Nuno Mendes, João Palhinha (90m – Rúben Neves), Bernardo Silva, Vitinha (119m – Matheus Nunes), Bruno Fernandes (74m – Francisco Conceição), Cristiano Ronaldo e Rafael Leão (105m – João Félix)
Mike Maignan, Jules Koundé, Dayot Upamecano, William Saliba, Theo Hernández, Aurélien Tchouaméni, N’Golo Kanté, Eduardo Camavinga (91m – Youssouf Fofana), Antoine Griezmann (67m – Ousmane Dembélé), Kylian Mbappé (105m – Bradley Barcola) e Randal Kolo Muani (86m – Marcus Thuram)
Desempate da marca de grande penalidade:
0-1 – Ousmane Dembélé
1-1 – Cristiano Ronaldo
1-2 – Youssouf Fofana
2-2 – Bernardo Silva
2-3 – Jules Koundé
João Félix rematou ao poste
2-4 – Bradley Barcola
3-4 – Nuno Mendes
3-5 – Theo Hernández
“Melhor em campo” – Ousmane Dembélé
Amarelos – João Palhinha (79m); William Saliba (84m)
Árbitro – Michael Oliver (Inglaterra)
Volksparkstadion – Hamburgo (20h00)
O desfecho acabou por ser o que, em circunstâncias normais, seria expectável, assumindo-se que a selecção francesa dispõe de um poderio colectivo superior ao da portuguesa.
A equipa nacional volta para casa mais cedo, outra vez num limbo entre uma campanha bem sucedida e um “fiasco”: pela oitava vez em nove presenças em fases finais do Europeu, Portugal termina a prova entre os oito melhores; em contraponto, nessas nove participações, só na edição anterior teve pior desempenho que o presente – que, em qualquer caso, fica bastante aquém de um título de Campeão (2016), um 2.º lugar (2004) e três vezes na 3.ª posição (1984, 2000 e 2012).
Para além das estatísticas, perdura, também, a sensação de que as exibições realizadas “souberam a pouco”, condicionadas por alguns equívocos. À excepção do jogo com a Turquia, com características particulares (uma selecção turca a jogar aberta, e a cometer erros crassos), o futebol explanado foi muito pobre, falho de soluções, quer contra a Chéquia, ou a Geórgia (o pior de todos os encontros), assim como ante a Eslovénia.
Portugal completou 364 minutos consecutivos (mais de seis horas) sem conseguir marcar! E o desafio desta noite, ante os vice-campeões do Mundo, até foi o mais bem conseguido da selecção nesta fase final.
Mesmo que as duas equipas tivessem privilegiado, em primeira instância, o baixo risco, a vitória podia ter caído para um ou para outro lado, quer nos noventa minutos, quer no prolongamento.
Mas, à medida que o tempo ia avançando, começou a instalar-se, mesmo que de forma subconsciente, a possibilidade de se recorrer, de novo, ao desempate da marca de grande penalidade. Infelizmente, sem qualquer garantia de que o resultado pudesse ser idêntico ao registado há apenas quatro dias, frente à Eslovénia.
Ou, quem arrisca a sorte, arrisca-se a ganhar e a perder: como num lançamento de “moeda ao ar”, existirá uma probabilidade de cerca de 50% de sair cara ou coroa.
Perante uma selecção francesa cuja exibição ficou também bastante aquém das expectativas – vem denotando igualmente grandes dificuldades de finalização, atingindo as meias-finais somente com três golos marcados (um de “penalty” e dois auto-golos!) – a turma portuguesa patenteou, dentro de campo, e neste embate em concreto, alguma superioridade no cômputo geral.
Foi rigorosa a defender (com Pepe em plano elevado), personalizada no meio-campo (continuando Vitinha a assumir a “batuta”), com sucessivas trocas de bola, contudo, com falta de “olhos na baliza”, ou seja, com limitada objectividade, uma pecha tradicional do futebol português a nível internacional.
Esteve em grande realce, nos primeiros vinte minutos, Rafael Leão, que fez “gato-sapato” do sector direito da França, incapaz de encontrar antídoto para travar o endiabrado ala esquerdo português. Todavia, todas as suas investidas acabariam por se revelar improfícuas. Só findo esse período a França começou a soltar-se, reequilibrando a contenda.
As duas equipas estavam, então, bem encaixadas, e, até final da primeira parte, referência especial a um remate de Theo Hernández, a colocar Diogo Costa à prova (a defender com os punhos), e ao livre de que Portugal beneficiou, aos 42 minutos, com Bruno Fernandes, desta feita, a tentar surpreender (quando todos esperavam mais uma tentativa de Cristiano Ronaldo), mas a bola a sair por alto.
Seria no segundo tempo que ambas as equipas estariam mais perto de marcar, já após a hora de jogo: primeiro, Portugal, com o remate de Bruno Fernandes a ser interceptado pelo guardião, e, na sequência, João Cancelo, também a rematar, em arco, ligeiramente ao lado da baliza; seguindo-se nova oportunidade, num forte “tiro” de Vitinha, outra vez com Maignan muito atento, afastando ainda para canto um toque de calcanhar de Ronaldo; de seguida, ripostando de pronto, a França, numa transição rápida de Kolo Muani, salva por um desvio providencial de Rúben Dias (em que, por pouco, a bola não se anichou no fundo das redes).
Mas o lapso de tempo em que a selecção portuguesa mais oscilou ocorreu na sequência da entrada em campo de Dembélé, de alguma forma a procurar emular, pelo flanco direito, o que Rafael Leão fizera na ala contrária. Os franceses voltaram a assustar, por intermédio de Camavinga, com a bola a sair a rasar o poste, e também do próprio Dembélé, num remate de longe. O nulo não seria desfeito, contudo.
No prolongamento, como é comum, as duas equipas de alguma forma retraíram-se, procurando jogar cada vez mais pelo seguro. Não obstante, já depois de Cristiano Ronaldo ter tido uma intervenção desastrada, em zona frontal, à entrada da pequena área, a rematar para as nuvens, e de um perigoso remate de Rafael Leão, interceptado por Upamecano, Portugal usufruiu ainda de outra boa ocasião para carimbar a vitória, mesmo ao “cair do pano”, mas o pontapé de Nuno Mendes saiu denunciado, à figura de Maignan.
Nos “penalties” saiu tudo ao contrário: a França (apostando em remates a meia altura) não falhou nenhuma das suas cinco tentativas, não tendo, desta feita, Diogo Costa, tido oportunidade de voltar a brilhar; a Portugal bastou a infelicidade de João Félix, a acertar em cheio na base do poste, para ficar pelo caminho.
EURO 2024 – 1/4 de final – Espanha – Alemanha

1-1 (2-1 a.p.)
Unai Simón, Dani Carvajal, Robin Le Normand (45m – Nacho Fernández), Aymeric Laporte, Marc Cucurella, Rodri, Fabián Ruiz (102m – Joselu), Pedri (8m – Dani Olmo), Lamine Yamal (63m – Ferran Torres), Nico Williams (80m – Mikel Merino) e Álvaro Morata (80m – Mikel Oyarzabal)
Manuel Neuer, Joshua Kimmich, Antonio Rüdiger, Jonathan Tah (80m – Thomas Müller), David Raum (57m – Maximilian Mittelstädt), Toni Kroos, Emre Can (45m – Robert Andrich), Leroy Sané (45m – Florian Wirtz), İlkay Gündoğan (57m – Niclas Füllkrug), Jamal Musiala e Kai Havertz (91m – Waldemar Anton)
1-0 – Dani Olmo – 51m
1-1 – Florian Wirtz – 89m
2-1 – Mikel Merino – 119m
“Melhor em campo” – Dani Olmo
Amarelos – Antonio Rüdiger (13m), David Raum (28m), Robert Andrich (56m), Toni Kroos (67m), Maximilian Mittelstädt (73m), Nico Schlotterbeck (89m – fora de campo), Florian Wirtz (94m) e Deniz Undav (113m – fora de campo); Robin Le Normand (30m), Ferran Torres (74m), Unai Simón (82m), Dani Carvajal (100m), Rodri (110m) e Fabián Ruiz (120m – fora de campo)
Vermelho – Dani Carvajal (120m)
Árbitro – Anthony Taylor (Inglaterra)
Stuttgart Arena – Estugarda (17h00)
Um confronto entre dois dos principais candidatos ao título que não desiludiu. Disputado a alta intensidade, e até com alguma agressividade, com a Alemanha a empregar uma abordagem dura, que custou a saída, por lesão, logo aos oito minutos, de Pedri.
A Espanha mostrou ser mais equipa, não surpreendendo que tivesse inaugurado o marcador. Depois, ficou a ideia que o seleccionador espanhol, Luis de la Fuente, poderá ter pensado em defender essa magra vantagem cedo demais, com as saídas de Lamine Yamal e Nico Williams, receando-se – quando a Alemanha, já mesmo no termo do tempo regulamentar, acabou por chegar ao empate – que não tivesse então alternativas para enfrentar o prolongamento.
Mas, por curiosidade, se os alemães tinham empatado a um minuto do final, a Espanha viria a chegar à vitória a um minuto do fim do prolongamento, num golo apontado por Mikel Merino… precisamente o substituto de Nico Williams, arredando ainda algo prematuramente da competição a equipa da casa.



