O Pulsar do Campeonato – Campeonato de Portugal – 24ª Jornada
24 Março, 2024 at 11:00 am Deixe um comentário

(“O Templário”, 21.03.2024)
Uma conjugação de resultados bem favorável – ganhando o seu desafio e beneficiando do inesperado desaire caseiro do Marinhense – proporcionou ao U. Santarém garantir desde já (ainda com duas rondas por disputar) o apuramento para a fase final, de apuramento de Campeão e de promoção à Liga 3. São, aliás, já conhecidos os nomes de metade dos clubes que disputarão tal fase: U. Santarém e V. Setúbal (na Zona Sul); Amarante e S. João de Ver (Zona Norte).
Ao invés, têm também o seu destino antecipadamente traçado – baixa aos campeonatos distritais – onze dos vinte clubes a despromover nesta temporada: Portosantense, Mirandela, Ribeirão, Lamelas, Valadares Gaia, Vila Meã, V. Sernache, Gouveia, U. Tomar, Real e Imortal.
Destaques – No jogo grande da 24.ª jornada enfrentavam-se o 1.º e o 2.º classificados, respectivamente U. Santarém e Lusitânia. E a partida não terá defraudado as expectativas, intensamente disputada, e apenas decidida mesmo ao “cair do pano”.
Os açorianos cedo se colocaram em vantagem, marcando logo ao minuto cinco; mas os escalabitanos, muito confiantes, não se deixaram abalar, restabelecendo a igualdade apenas dez minutos volvidos. À passagem dos quarenta minutos o Lusitânia ficou reduzido a dez elementos, o que, necessariamente condicionou todo o decurso da segunda metade. Ainda assim, só ao minuto 94 o U. Santarém chegaria ao tento que lhe proporcionou um tão precioso quão árduo triunfo, por sofrido 2-1. O bastante para “carimbar” o primeiro objectivo da época.
Também o Sertanense deverá ter – pese embora ainda disso não possa ter a certeza matemática – somado os pontos (35) suficientes para a manutenção nos Nacionais, ao ganhar, em Tomar, por 2-0, partilhando, aliás, nesta altura, o 5.º posto da pauta classificativa com o União 1919.
Ao contrário do sucedido na semana anterior, o U. Tomar não conseguiu, desta feita, o necessário rigor defensivo, para impedir que o adversário pudesse chegar ao golo. A turma da Sertã, sempre com mais iniciativa, inaugurou o marcador por volta dos 35 minutos. No segundo tempo, os unionistas, repartindo mais o jogo, tudo tentaram para chegar ao empate, mas mostraram-se ineficazes a nível da criação de reais oportunidades de golo. Acabaria, inclusivamente, por ser o Sertanense a fixar o 2-0 final, no minuto noventa, na conversão de uma grande penalidade.
Está a pontos de se tornar um caso de estudo a desastrosa fase que o Alverca “B” atravessa, em que tudo parece correr de mal a pior: líderes isolados até à 18.ª jornada (mesmo tendo, então, um jogo a menos), os ribatejanos começaram por ter uma terrível sequência, defrontando e perdendo com os (actuais) três primeiros classificados no espaço de uma semana (entre 11 e 18 de Fevereiro, foram derrotados pelo Marinhense, Lusitânia e U. Santarém) – ao mesmo tempo que viam anulado o jogo que tinham vencido em Coimbra, devido a excesso de interrupções para substituições.
A partir daí, seguiram-se outros desaires, a princípio completamente imprevisíveis (em casa, com o Mortágua e o Sertanense), tal como a derrota em Tomar, e, de novo em Alverca, no passado Domingo, batidos ainda pelo Fontinhas, por 0-1. Ou seja, sete derrotas consecutivas, “estacionando” nos 32 pontos (que tinham chegado a ser 35, antes da anulação do jogo de Coimbra), marca que poderá não chegar para a permanência. A queda livre chegou já ao 8.º lugar!
Surpresa – Imediatamente após ter constituído a surpresa pela negativa (derrota caseira ante o Peniche), o União 1919 protagonizou a surpresa pela positiva, indo ganhar ao terreno de um candidato à subida, que mantém a 3.ª posição, o Marinhense, por 1-0, mercê de um tento apontado à passagem da meia hora de jogo, também de grande penalidade. Um deslize que só não terá sido, no imediato, mais gravoso para a turma da Marinha, dado que o Lusitânia perdeu também.
Confirmações – Na intensa luta pela manutenção, confirmou-se o favoritismo dos visitados nos restantes três encontros da jornada: Benfica e Castelo Branco, Mortágua e Peniche somaram importantes triunfos, tendo, em paralelo, ficado já sentenciado o desfecho da temporada para V. Sernache e Gouveia, enquanto o Rabo de Peixe se vê colocado em posição bastante aflitiva.
Os albicastrenses, que não ganhavam há cinco rondas, viram-se e desejaram-se para se impor por “apertada” marca de 3-2, na recepção ao Gouveia. Os serranos, que jogavam uma última cartada, ainda conseguiram operar reviravolta no marcador, de 1-0 para 1-2, aos 50 minutos. Porém, o Benfica e Castelo Branco empatou apenas dois minutos depois, acabando por vir a consumar a vitória, o que deixa o Gouveia com um intransponível atraso de dez pontos face à “linha de água”.
O Mortágua recebeu e bateu o Rabo de Peixe por 2-1, depois de ter chegado a 2-0, com o ponto de honra dos açorianos a ser obtido em período de compensação.
Por seu lado, o Peniche – praticamente entrando a ganhar, ao marcar logo ao terceiro minuto, e mesmo ficando em inferioridade aos 40 minutos – ganhou por 2-0 ao V. Sernache (que terminaria reduzido a nove unidades, com duas expulsões já “nos descontos”), clube que, agora a seis pontos do 9.º classificado, precisamente aquele rival, não poderá já superiorizar-se num eventual desempate envolvendo os penichenses, pelo que está também virtualmente despromovido.
As duas “vagas” ainda em aberto em termos de descida parecem, por agora, mais próximas dos emblemas açorianos (Rabo de Peixe, a quatro pontos do 9.º lugar; Fontinhas, a três pontos, mas com um jogo em atraso) – pelo que a situação do Peniche não é ainda, de todo, confortável, num sobressalto que se estenderá, pelo menos, ao Alverca “B”, quatro pontos acima do Fontinhas. Mortágua (34 pontos), Sertanense e União 1919 (35) deverão estar, provavelmente, já a salvo.
I Divisão Distrital – Sucedem-se, a cada jornada, as reviravoltas no topo da tabela. Após a 23.ª ronda, temos como novo “líder”, o Fátima, posição que reparte com o Abrantes e Benfica, ambos com 50 pontos, só um a mais que o Ferreira do Zêzere… tendo o Fazendense caído para 4.º.
O Fátima superou uma saída de muito elevado grau de dificuldade, ganhando em Coruche por 2-1 (bis do melhor marcador, Cristiano Aniceto), tendo chegado ao tento da vitória ao minuto 97!
Por seu lado, os ferreirenses deixaram para trás o desaire sofrido em Abrantes, impondo-se por categórica marca de 3-0 frente a um dos anteriores guias, o Fazendense (todos os golos no segundo tempo, o último já no tempo de compensação), com a turma das Fazendas, aparentemente, a oscilar, tendo somado só um ponto nos dois últimos jogos, depois de uma série de seis triunfos.
Já os abrantinos, garantiram a “óbvia” vitória no terreno do “lanterna vermelha”, Vasco da Gama (que acumula 22 derrotas em 23 jogos, 18 consecutivas), goleando, com tranquilidade, por 5-0.
Menos expectável seria outra goleada, aplicada pelo Mação ao Samora Correia, por 6-1, no que constitui a quarta derrota dos samorenses nas últimas cinco jornadas.
Do 8.º ao 15.º classificados, todos empataram (sete desses oito clubes repetiram, aliás, o desfecho de há duas semanas), tudo subsistindo inalterado a nível da disputa pela manutenção: 0-0 no “derby” Salvaterrense-Forense; 1-1 no Alcanenense-At. Ouriense; e 2-2 no Moçarriense-Cartaxo e no Amiense-Torres Novas (tendo o grupo dos Amiais recuperado de desvantagem de dois golos).
Antevisão – Na penúltima jornada do Campeonato de Portugal destacam-se os encontros: V. Sernache-Marinhense; Rabo de Peixe-Alverca “B”; Gouveia-Peniche; e Fontinhas-U. Tomar.
Na I Divisão Distrital, o quarteto da frente joga em casa, realçando-se o Fátima-Torres Novas e o Abrantes e Benfica-Mação. Arranca também, neste Domingo, a fase final do escalão secundário.
(Artigo publicado no jornal “O Templário”, de 21 de Março de 2024)
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