O Pulsar do Campeonato – Campeonato de Portugal – 17ª Jornada

4 Fevereiro, 2024 at 11:00 am Deixe um comentário

(“O Templário”, 01.02.2024)

Tal como sucedera nos desafios ante o Mortágua e o Fontinhas, o União, voltando a perder em casa, frente a um rival directo na luta pela manutenção, desta feita com o Gouveia (com o qual partilhava a última posição da tabela), terá comprometido seriamente os seus objectivos, numa “final” perdida, esta já em fase crucial da prova. Se tivesse conseguido vencer essas três partidas, ocuparia o 6.º lugar, e estaria em posição de relativa tranquilidade em termos pontuais…

Mas, como a realidade não é feita de “ses”, em vez de ter (nesse cenário) quatro pontos de vantagem face à zona de despromoção, o U. Tomar voltou, ao invés, a distar seis pontos da “linha de água”, retomando a situação registada há três semanas; a diferença é que, então, faltavam disputar doze jornadas, agora restam nove. O emblema nabantino não está, ainda, “condenado” à descida, mas, para alimentar a esperança, necessitaria obter, a breve prazo, dois triunfos seguidos.

Destaques – Numa jornada só com nove golos marcados – tendo nove dos 14 clubes ficado “em branco” –, houve, paradoxalmente, quatro desfechos de 2-0, entre eles o do U.Tomar-Gouveia.

Foi uma exibição irreconhecível, a do União, em contraciclo com o que vinha mostrando. Talvez resultante da conjugação do acusar da pressão da “obrigatoriedade” de ganhar, com o facto de se apresentar bastante desfalcado, privado de vários elementos que tinham sido habituais titulares (“Quim Zé”, Hélio Ocante, Patrick Igwe, ou Tiago Vieira, e com Henrique Matos no banco até ao quarto de hora final) – o que teria, em paralelo, a virtuosidade do lançamento de quatro “juniores”.

A verdade é que, desde início, os serranos assumiram a iniciativa do jogo, perante uma equipa tomarense apática, aparentemente sem capacidade de reacção. Pelo que não surpreenderia o abrir do marcador, por parte do Gouveia, logo aos 18 minutos. Para, apenas mais dez minutos volvidos, sentenciar o resultado final. Na segunda metade, o grupo unionista ainda procuraria dar alguns sinais de inconformismo, mas, efectivamente, a vitória forasteira nunca seria colocada em causa.

Nos dois “jogos-grandes” desta 17.ª ronda, o Alverca “B”, impondo-se ao Benfica e Castelo Branco por tangencial 1-0 (golo apontado ainda antes da meia hora de jogo), beneficiou da igualdade a zero registada no U. Santarém-Marinhense, para recuperar a liderança. O jovem conjunto ribatejano tem agora um ponto a mais que o Lusitânia (que empatou também) e que a turma escalabitana, passando os albicastrenses e o Marinhense a distar quatro pontos do guia.

Precisamente, o Lusitânia, em deslocação à Sertã, não conseguiu também desfazer o nulo, com o Sertanense a somar mais um precioso ponto, o que lhe permitiu consolidar o 6.º posto, pese embora mantenha ainda uma muito curta margem de segurança, de apenas três pontos, em relação à zona perigosa da tabela. Os açorianos viram, assim – tal como o U. Santarém –, quebrado o ciclo “record” de cinco triunfos consecutivos que ambos tinham em curso.

Confirmações – Os restantes três jogos inscreveram os outros três resultados de 2-0, neste caso, todos eles a favor dos clubes visitados, a confirmar o favoritismo que lhes advinha do factor casa: Mortágua, Rabo de Peixe e Fontinhas, derrotaram, respectivamente, o Peniche, o União 1919 e o V. Sernache. Uma combinação de desfechos de impacto misto para o U. Tomar, que viu, no imediato, a “linha de água” ficar mais longe, mas, em paralelo, não se distanciou dos perdedores.

De facto, com o lote de cinco emblemas da frente na disputa do apuramento para a fase final, a partir do 6.º classificado (num total de nove equipas) ninguém está imune à possibilidade de despromoção, com os concorrentes ainda bastante nivelados: Sertanense (22 pontos); União 1919 e Mortágua (21); Peniche (20 – agora já a última equipa acima da “linha de água”); Rabo de Peixe e Fontinhas (19); V. Sernache (18); Gouveia (17); e U. Tomar (14).

Por curiosidade, tais três embates tiveram três trajectórias distintas: o Rabo de Peixe (à semelhança do Gouveia) estabeleceu o resultado final ainda na primeira parte; o Fontinhas, tendo-se colocado em vantagem ante o V. Sernache pouco depois dos vinte minutos, só viria a averbar o tento da confirmação já para lá do minuto 90; o Mortágua, recebendo o Peniche, apenas se conseguiria superiorizar nos derradeiros vinte minutos, marcando aos 71 e aos 85 minutos.

Taça do Ribatejo – O mínimo que se pode dizer desta eliminatória (1/8 de final), é que houve Taça! Inesperadamente, são, nada menos de três, os clubes do escalão secundário a avançar para uma fase já bastante adiantada da prova, tendo afastado três adversários da divisão principal: Marinhais, Porto Alto e Vilarense, levaram a melhor sobre Mação, Cartaxo e Samora Correia.

O principal realce vai para o Porto Alto, que foi ganhar (2-1) ao Cartaxo – possivelmente a acusar ainda o efeito da muito pesada derrota sofrida para o campeonato, na semana precedente. Os visitantes marcaram primeiro, a abrir a segunda metade, tendo consentido o empate, antes de confirmar um imprevisto triunfo, com o segundo golo, apontado ainda a vinte minutos do final.

O Marinhais saiu também vencedor, na recepção ao Mação, mercê de um solitário tento. Por seu lado, o Vilarense, chegou a vantagem de dois golos, antes de os samorenses restabelecerem a igualdade, para virem a acabar por soçobrar no desempate da marca de grande penalidade.

O mesmo sucedeu também no Amiense-At. Ouriense, que se reencontravam, imediatamente após o 3-1 registado na semana anterior, a favor dos donos da casa. Pois, desta feita, também o grupo dos Amiais chegou a dispor de vantagem de dois tentos, mas acabando por ceder a igualdade, já em cima do minuto 90, numa altura em que o conjunto de Ourém jogava em inferioridade numérica. Os oureenses viriam a ser mais eficazes da marca de grande penalidade.

Em evidência estiveram também: o Fazendense (a “devolver” o desaire caseiro sofrido ante o Torres Novas), tendo, desta feita, ido ganhar por 1-0 ao terreno dos torrejanos, actuais detentores do troféu, desde já eliminados; o Abrantes e Benfica, ganhando por 2-1 na Moçarria; assim como o Ferreira do Zêzere, goleando o Vasco da Gama por implacável 7-1.

Por fim, o Alcanenense fez valer os argumentos de clube primodivisionário, frente ao Tramagal, ganhando também por 2-1, colocando termo a uma fantástica série – até agora, ao longo de toda a época, absolutamente triunfal – dos tramagalenses, que seguiam com o pleno de dez vitórias na sua série da II Divisão Distrital (a qual lideram destacadamente), a que somavam outros quatro triunfos na presente edição da Taça do Ribatejo, prova de que ficaram, pois, agora afastados.

Antevisão – A 18.ª jornada do Campeonato de Portugal não regista qualquer confronto entre candidatos, destacando-se as saídas do comandante, Alverca “B”, a Peniche; e do Lusitânia, até Coimbra, para defrontar o União 1919. Em qualquer caso, todos os cinco primeiros classificados se perfilam com boa dose de favoritismo a somar mais três pontos, sendo que, inclusivamente, os outros três actuam nos seus terrenos: U. Santarém-Sertanense; Benfica e Castelo Branco-U. Tomar; e Marinhense-Mortágua. Restará saber se a necessidade poderá aguçar o engenho…

Na I Divisão Distrital – também na sua 18.ª ronda – não haverá, igualmente, cruzamentos entre os seis primeiros da tabela, realçando-se as deslocações do líder, Ferreira do Zêzere (ao Cartaxo), do Abrantes e Benfica (aos Foros de Salvaterra), e, sobretudo, do Fazendense (a Alcanena). Na divisão secundária, salientam-se os embates: Águias de Alpiarça-Entroncamento AC; e Pego Tramagal – com os guias das séries B e C a visitarem o reduto dos respectivos vice-líderes.

(Artigo publicado no jornal “O Templário”, de 1 de Fevereiro de 2024)

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