O Pulsar do Campeonato – Campeonato de Portugal – 14ª Jornada
14 Janeiro, 2024 at 11:00 am Deixe um comentário

(“O Templário”, 11.01.2024)
Uma vez mais – frente a um adversário com argumentos de outro patamar, envolvido na luta pela subida –, o União, jogando fora, foi competitivo, discutiu o jogo até final, desperdiçou, mesmo ao “cair do pano”, uma ocasião soberana para regressar dos Açores com um ponto, mas acabaria por não evitar outra derrota, a sexta consecutiva, quinta pela margem mínima neste campeonato.
Mesmo não trazendo pontos na “bagagem”, poderá o grupo unionista ter eventualmente adquirido alguma maior dose de crença, em função da exibição realizada, que possa vir ainda a potenciar.
Com a disputa da ronda inicial da segunda metade da prova, parece começar a definir-se o leque de candidatos ao apuramento para a fase final (agrupando os dois primeiros classificados de cada série), que, nesta altura, poderão reduzir-se a cinco: para além dos quatro primeiros classificados (Alverca “B”, Benfica e Castelo Branco, Lusitânia e U. Santarém), separados entre si apenas por dois pontos, também o Marinhense, pese embora este se posicione ainda três pontos mais abaixo.
Destaques – No “jogo grande” da jornada, o B. C. Branco levou a melhor sobre o Marinhense, ganhando por 2-0 (com um golo apontado em cada parte, somando terceiro triunfo sucessivo), o que possibilita aos albicastrenses preservarem o posto de vice-líderes, a um único ponto do guia (pese embora a formação de Alverca tenha um jogo em atraso).
Precisamente, o Alverca “B” terá tido maiores dificuldades que expectável, para levar de vencida, por tangencial 2-1, o União 1919, mesmo que tenha actuado como visitante – tendo, inclusivamente, começado por se ver em desvantagem ainda antes de decorrido o quarto de hora inicial, mas restabelecendo a igualdade de pronto, fixando o “placard” final à meia hora, somando quarta vitória sucessiva, frente a um rival que já não ganha há cinco jornadas.
O U. Santarém obteve o triunfo mais robusto do fim-de-semana, goleando, por 4-1, em Gouveia, no que constitui também a terceira vitória sucessiva dos escalabitanos. Paradoxalmente, foi um sucesso que chegou relativamente tarde, com o primeiro tento a ser averbado apenas aos 65 minutos, ampliado para 3-0 nos vinte minutos seguintes, após o que os donos da casa viriam a marcar o seu “ponto de honra”, antes do derradeiro golo dos forasteiros.
Destaca-se, por fim, a vitória, por tangencial 1-0, do Fontinhas, no reduto do Rabo de Peixe, com estas duas equipas açorianas, agora igualadas em pontos, precisamente separadas pela “linha de água”, para já ainda com vantagem, em termos de desempate, para a formação da ilha de S. Miguel (que regista um único triunfo nos últimos dez jogos), mas com trajectórias de sinal oposto.
Confirmações – O Lusitânia, que mantém o 3.º lugar na tabela, confirmou o favoritismo na recepção ao U. Tomar, mas ganhando por magro 1-0, mercê de um golo obtido na conversão de uma grande penalidade, ainda antes de completada a primeira meia hora de jogo. Foi também o terceiro triunfo consecutivo para os açorianos; ao mesmo tempo, o sexto desaire dos tomarenses.
Num desafio em que não foi tão evidente a supremacia que o Lusitânia exercera em Tomar, mesmo que lhe tenha cabido maior dose de iniciativa, os unionistas estiveram mesmo à beira de poder surpreender, forçando a repartição de pontos. Não aconteceu; há que “virar agulhas” para o próximo embate, canalizando para ele alguma energia positiva.
O Peniche aproveitou o factor casa, para derrotar, por 2-1, o Sertanense, somando mais três preciosos pontos, que, por enquanto, lhe conferem uma pequena “almofada” de quatro pontos sobre a zona de descida, com um bastante bom 6.º posto na classificação. A turma da Sertã marcou primeiro, logo aos dez minutos, mas não conseguiu impedir a reviravolta no marcador.
Por fim, num encontro entre “aflitos”, V. Sernache e Mortágua – actuais 13.º e 11.º classificados – repartiram os pontos, empatando a uma bola, tendo os homens da casa evitado, “in extremis”, já em período de compensação o que teria sido a quinta derrota consecutiva, somando agora seis rondas sem vencer; no caso dos visitantes, este foi o quarto encontro seguido sem ganhar.
I Divisão Distrital – A derradeira jornada (15.ª) da primeira volta revelou-se bastante atípica, não tendo nenhum dos até então sete primeiros conseguido vencer os seus confrontos! Desde logo, porque se cruzaram o 6.º (Coruchense) e 1.º (Ferreira do Zêzere), assim como o 3.º (Fátima) e 2.º (Abrantes e Benfica), em dois embates que se saldaram por empates: não foi desfeito o nulo em Coruche; tendo fatimenses e abrantinos marcado dois golos cada, com os forasteiros, que por duas vezes dispuseram de vantagem, a confirmarem credenciais de candidato.
O líder viu quebrada uma série de seis vitórias consecutivas, mas – tendo os seus dois mais imediatos perseguidores empatado entre si – acabou até por ampliar (já para oito pontos) a vantagem face ao 4.º classificado, Fazendense, outra vez surpreendido, perdendo de novo em casa (2-3) ante o Torres Novas: os torrejanos chegaram, aliás, a dispor de vantagem de 2-0, e de 3-1.
O Samora Correia (anterior 5.º classificado, tendo sido agora ultrapassado pelo Coruchense) foi batido no Cartaxo, por 3-1, por um conjunto cartaxeiro a atravessar excelente momento, tendo somado quarto triunfo sucessivo, afastando-se (já a oito pontos) da zona perigosa da tabela. Realce para segundo “hat-trick” seguido (em jogos do campeonato) do nigeriano Mathew Okoro.
Já o Mação (que ocupava o 7.º lugar, agora superado pelo Torres Novas), empatou em Ourém, a um golo, ante o At. Ouriense, vendo também interrompido um ciclo de três triunfos.
O Alcanenense impôs-se por categórico 4-0, na recepção ao Forense; tendo também o Salvaterrense (2-1, frente ao Amiense) e o Moçarriense (3-1, em casa, com o Vasco da Gama) obtido importantes vitórias, na luta pela manutenção.
Uma possível despromoção do U. Tomar teria por reflexo ditar a necessidade de descida de três clubes ao escalão secundário do futebol distrital, o que, nesta altura, se traduziria numa inesperada queda do recente vice-campeão distrital, Amiense. Na cauda da pauta classificativa, para além do “lanterna vermelha”, Vasco da Gama, que somou, em toda a primeira metade da prova, um único ponto, temos o Forense, com nove pontos, e At. Ouriense (13.º) e Amiense (14.º), ambos com doze, já a cinco pontos de distância do Moçarriense (12.º).
II Divisão Distrital – Na série mais a Sul tudo está muito “embrulhado”, com o Marinhais (3-a ao Benavente) a arrebatar a liderança, mercê do desaire do Glória do Ribatejo (0-2) ante o Paço dos Negros, com estas duas equipas a partilhar o 2.º posto, a dois pontos do líder; seguem-se, um ponto abaixo, Pontével e Porto Alto. Na Série B, o Entroncamento AC (5-0 ao At. Pernes) beneficiou do empate do Águias de Alpiarça (2-2, na recepção ao Espinheirense) para arrebatar novamente a 1.ª posição, com mais um ponto que os alpiarcenses. A Norte, o Tramagal exerce inequívoca supremacia, com o pleno de oito vitórias, sete pontos acima do Ortiga.
Antevisão – Destacam-se, na próxima ronda, as seguintes partidas: U. Santarém-B. C. Branco, Fontinhas-Lusitânia e U. Tomar-União 1919 (Campeonato de Portugal); Torres Novas-Ferreira do Zêzere, Cartaxo-Abrantes e Benfica e Fátima-Fazendense (I Divisão Distrital); Glória do Ribatejo-Pontével, Riachense-Entroncamento AC e Pego-Ortiga (II Divisão Distrital).
(Artigo publicado no jornal “O Templário”, de 11 de Janeiro de 2024)
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