O Pulsar do Campeonato – Campeonato de Portugal – 11ª Jornada
10 Dezembro, 2023 at 11:00 am Deixe um comentário

(“O Templário”, 07.12.2023)
Uma expressão muito repetida, como canta o cantautor: três empates, três vitórias tangenciais (e o único desfecho com diferença de dois golos, com uma “explicação” consistente) na 11.ª jornada, continuam bem a dar nota do equilíbrio que perdura na série C do Campeonato de Portugal, quando, prestes a chegar-se a metade da competição, se mantém muito diminuta a distância entre os lugares “de subida” e de “descida”, agora separados por apenas cinco pontos (18 vs. 13).
Destaques – A primeira nota de destaque vai, precisamente, para o tal embate com vantagem de dois tentos (3-1), entre duas das melhores equipas da prova, com o Lusitânia a levar a melhor sobre o U. Santarém, o que proporcionou à turma açoriana ascender ao 2.º posto, enquanto os escalabitanos se posicionam, por ora, a meio da tabela, pese embora somente três pontos abaixo.
Os santarenos inauguraram o marcador à passagem da meia hora e fizeram figura de potenciais vencedores até ao último quarto de hora, altura em que ficaram reduzidos a dez unidades. Bastariam, então, dois minutos, para os visitados, na conversão de uma grande penalidade, restabelecerem a igualdade; e, tirando partido dessa dinâmica do jogo, vindo a marcar ainda mais dois golos, aos 90 e aos 94 minutos, consumando assim reviravolta nesta importante partida.
Em posição de liderança (isolada) subsiste o Alverca “B”, cujo grupo, pese embora a sua juventude, deu já clara prova de maturidade. A “surpresa” foi ter-se estreado a ganhar (1-0) em terreno alheio – depois de quatro igualdades a zero e do único desaire sofrido, na Marinha Grande –, em desafio também disputado nos Açores, ante o Fontinhas. O único tento foi averbado pouco antes do intervalo, tendo os visitantes confirmado a sua robustez defensiva, apenas com cinco golos consentidos até à data (traduzindo-se numa média inferior a “meio golo” por jogo).
Quem continua a surpreender pela positiva é o Peniche, agora 5.º classificado, somente a um ponto do trio que reparte a vice-liderança (Lusitânia, Sertanense e União 1919, este com um jogo a mais), tendo ido vencer, igualmente, mercê de um golo solitário (apontado logo aos seis minutos), a Cernache do Bonjardim. De recordar que é o mesmo Peniche que foi goleado por 7-0 em Alverca e que evitou a derrota caseira ante o U. Tomar no derradeiro lance… ao minuto 98.
O outro vencedor da ronda, triunfo alcançado “in extremis”, foi o Sertanense, também neste caso “às custas” do U. Tomar. Com exibição personalizada – recuperando bem, animicamente, do desaire de Alverca –, os nabantinos repartiram o jogo até ao minuto 45, vindo a sofrer um tento já em período de compensação, de grande penalidade. Dando boa resposta, o União restabeleceu o empate aos 10 minutos da segunda parte, num golo de grande efeito, de Hélio Ocante.
No quarto de hora final a formação da casa intensificaria a pressão, remetendo os unionistas para o seu reduto defensivo, parecendo estes vir a ser capazes de “dar conta do recado”, até que, aos 91 minutos, outra vez na sequência de um lance de bola parada (pontapé de canto), o Sertanense fixaria o resultado final de 2-1. Uma vez mais o União foi capaz de dar boa réplica, de ser competitivo, mas (tal como em Peniche) acabaria por pecar nos “detalhes”… que custam pontos.
Confirmações – Nos restantes três encontros registaram-se outras tantas igualdades, realçando-se que o União 1919 resistiu a um jogo em que teve de jogar 90 minutos em inferioridade numérica, devido a expulsão de um seu jogador logo no minuto inicial; depois de, ainda cedo, ter começado por se ver em desvantagem, chegaria ao 1-1 a fechar o primeiro tempo, resultado que o Marinhense não conseguiria alterar a seu favor até final.
Em Gouveia, a equipa local, recebendo o Benfica e Castelo Branco, adversário em teoria de maior potencial, não permitiu que a sua baliza fosse violada, mantendo-se o nulo no marcador.
O outro conjunto açoriano, Rabo de Peixe, somou sétimo confronto sem ganhar (após três triunfos somados nos quatro desafios iniciais), a mais longa “seca” de vitórias nesta época, de entre todos os concorrentes da Série C. Recebendo o Mortágua, o melhor que conseguiu foi anular a vantagem que os forasteiros tinham começado por alcançar, estabelecendo o resultado de 1-1.
Com Marinhense e Fontinhas com um jogo a menos, e, ao invés, União 1919 e Mortágua com um jogo a mais, o 2.º (Lusitânia) e o 8.º (Marinhense) classificados estão separados apenas por três pontos. Quanto ao U. Tomar, reparte, agora só com o Fontinhas, o último posto, ambos também a três pontos da “linha de água” (9.º lugar, ocupado pelo Rabo de Peixe)… mas que passam a quatro pontos, se considerarmos o tal jogo antecipado da 13.ª ronda, já realizado pelo Mortágua.
I Divisão Distrital – Após a 13.ª jornada, na qual somou quinto triunfo consecutivo, o Ferreira do Zêzere volta a isolar-se na liderança do Distrital, tal como sucedera já, anteriormente, à 7.ª e à 5.ª rondas. Tem, contudo, a perseguição, muito próxima, do Fátima (a um ponto) e do Abrantes e Benfica (diferencial de dois pontos), continuando o Fazendense (no 4.º posto) a quatro pontos.
Os ferreirenses cumpriram a sua missão, indo ganhar a Ourém, por 2-0, resultado com lógica, face ao desempenho dos dois emblemas (o At. Ouriense subsiste no penúltimo posto). Beneficiaram do nulo registado no Coruchense-Abrantes e Benfica, que, não só, atrasou, no imediato, os abrantinos, como deixa a formação do Sorraia (6.ª classificada) a distantes 11 pontos.
O Fátima confirmou, de forma clara, o seu favoritismo, goleando o Forense por 5-1 (depois de ter chegado a 4-0). Em destaque esteve também o Salvaterrense, que não perdoou as debilidades manifestadas pelo Vasco da Gama (um único ponto somado em 13 jogos, tendo somado a oitava derrota sucessiva, acumulando já 53 golos sofridos), obtendo uma imponente goleada, de 8-2!
Num Domingo em que os visitantes estiveram em evidência, para além do Ferreira do Zêzere, também o Fazendense (ganhando 2-1 no sempre difícil reduto da Moçarria), Mação (derrotando por 3-1 um irreconhecível Amiense) e o Samora Correia (surpreendendo, indo vencer a Torres Novas por 2-0, colocando termo à “crise” de três desaires sucessivos… ao mesmo tempo que amplia a dos torrejanos, sem ganhar há cinco jornadas) averbaram os três pontos em disputa.
Por fim, uma nota também para a segunda vitória sucessiva do Cartaxo, recebendo e batendo o Alcanenense por tangencial 1-0, desfecho importante, conferindo-lhe uma “almofada” de cinco pontos sobre a “linha de água”, zona delimitadora que separa duas equipas, nesta altura niveladas em pontos (Amiense, 13.º; e Forense, 14.º, ambos com nove pontos), um mais que o At. Ouriense, todos eles já com um grande “fosso” em relação ao “lanterna vermelha”, Vasco da Gama.
II Divisão Distrital – Disputou-se apenas a ronda (8.º) relativa à série B, com o guia, Espinheirense a denotar maiores dificuldades que o expectável, para ganhar, por 3-2, ao At. Pernes; sendo seguido por Águias de Alpiarça (2-0 frente ao último, Mindense), somente a um ponto, e pelo Entroncamento AC (categórico triunfo, por 4-1, ante a U. Atalaiense), a três pontos.
Antevisão – Na 12.ª jornada (penúltima da primeira volta) do Campeonato de Portugal, as atenções estarão centradas, em especial, nos jogos: U. Santarém-União 1919; Mortágua-Lusitânia; e Sertanense-B. C. Branco. O U. Tomar, recebendo o Fontinhas, enfrenta um desafio crucial, na perspectiva de uma desejada recuperação, para o que urge somar pontos.
O escalão principal do Distrital estará em pausa, destacando-se, na divisão secundária, as partidas: Glória do Ribatejo-Porto Alto; Pontével-Marinhais; Riachense-Espinheirense; e Caxarias-Ortiga.
(Artigo publicado no jornal “O Templário”, de 7 de Dezembro de 2023)
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