Archive for 19 Novembro, 2023
Portugal – Islândia (Europeu 2024 – Qualif.)
Portugal – Diogo Costa, João Mário Lopes (62m – Raphaël Guerreiro), Rúben Dias, Gonçalo Inácio, João Cancelo (87m – João Neves), Otávio (75m – Vítor Ferreira “Vitinha”), João Palhinha, Bruno Fernandes, Bernardo Silva (62m – Ricardo Horta), Cristiano Ronaldo e João Félix (87m – Armindo Na Bangna “Bruma”)
Hákon Rafn Valdimarsson, Hjörtur Hermannsson, Sverrir Ingason, Guðlaugur Victor Pálsson, Guðmundur Þórarinsson, Arnór Sigurðsson, Ísak Bergmann Jóhannesson (62m – Arnór Ingvi Traustason), Willum Þór Willumsson (62m – Mikael Egill Ellertsson), Jón Dagur Þorsteinsson (62m – Andri Lucas Guðjohnsen), Jóhann Guðmundsson e Alfreð Finnbogason (45m – Orri Steinn Óskarsson)
1-0 – Bruno Fernandes – 37m
2-0 – Ricardo Horta – 66m
Cartões amarelos – João Félix (84m) e João Palhinha (54m); Ísak Bergmann Jóhannesson (28m), Jón Dagur Þorsteinsson (32m), Willum Þór Willumsson (46m) e Jóhann Guðmundsson (54m)
Árbitro – Anastasios Papapetrou (Grécia)
Consumou-se o fantástico registo de dez vitórias em dez jogos desta fase de apuramento para o “EURO 2024”, com Portugal a ser, para além da única selecção que conseguiu o pleno de triunfos (um registo que o seu seleccionador, Roberto Martínez, bisa, depois de o ter alcançado já, na edição anterior, então ao serviço da Bélgica), também a equipa que mais golos marcou (total de 36, à excelente média de 3,6 golos/jogo – também um “record” nacional em fases de qualificação), e, igualmente a menos batida (apenas dois golos sofridos, ambos frente à Eslováquia)!
Quanto ao jogo, o desfecho foi precisamente igual (2-0) ao obtido no Liechstentein, mas esta foi uma partida de contornos distintos, frente a um opositor que, pese embora tenha terminado num modesto 4.º lugar, surpreendentemente relegada pelo Luxemburgo, tem alguma valia, mostrando-se organizado dentro de campo.
Num jogo disputado em ambiente de festa, com um Estádio de Alvalade predisposto a aplaudir o fantástico desempenho da selecção nacional, a equipa portuguesa realizou boa exibição, com momentos em que chegou a atingir algum brilho, com Bruno Fernandes, sempre pendular ao longo de toda esta fase de qualificação, em destaque, a pautar o jogo, bem acompanhado por Bernardo Silva e João Félix.
Ainda cedo na partida, de que, desde início, Portugal assumira o controlo, Otávio começaria por rematar à trave. De alguma forma inesperadamente, a Islândia apresentava-se algo atrevida, não se limitando a remeter-se a uma defensiva porfiada.
Mas a turma portuguesa não permitiria grandes veleidades, desbobinando o seu futebol, surgindo inúmeras vezes no último terço do terreno, criando lances de perigo.
Seria o próprio Bruno Fernandes a desbloquear o jogo, com um golo de notável execução técnica, a dar a melhor sequência a um passe “açucarado” de Bernardo Silva.
Após esse tento, colocando Portugal em vantagem, a toada do encontro não se alteraria de forma relevante, sendo o 2-0 o corolário para o domínio exercido, colocando um ponto final na missão, cumprida com imponência, da nossa selecção.
A Islândia, que, a espaços, procurara quebrar o ritmo de jogo, então já sem nada a perder, arriscaria, procurando avançar no terreno, aproximando-se da área de Diogo Costa, mas, efectivamente, sem criar qualquer soberana ocasião para marcar.
Portugal, que garantira o objectivo primordial, do apuramento, já há vários jogos – quando restavam ainda três jornadas por disputar – confirmava também outro importante objectivo, o de uma qualificação “perfeita” em termos pontuais, como nunca antes alcançara!
Com uma selecção recheada de opções de alto nível para qualquer das posições do “onze”, os dados estão lançados para uma promissora fase final.
GRUPO J Jg V E D G Pt 1º Portugal 10 10 - - 36 - 2 30 2º Eslováquia 10 7 1 2 17 - 8 22 3º Luxemburgo 10 5 2 3 13 -19 17 4º Islândia 10 3 1 6 17 -16 10 5º Bósnia-Herzegovina 10 3 - 7 9 -20 9 6º Liechtenstein 10 - - 10 1 -28 -
10ª jornada
19.11.2023 – Bósnia-Herzegovina – Eslováquia – 1-2
19.11.2023 – Liechtenstein – Luxemburgo – 0-1
19.11.2023 – Portugal – Islândia – 2-0
O Pulsar do Campeonato – Campeonato de Portugal – 10ª Jornada

(“O Templário”, 16.11.2023)
Tal como sucede no ciclismo, quando é imprimido maior ritmo à corrida, o “pelotão” da Série C do Campeonato de Portugal começa a “esticar”, agora – atingida que foi a 10.ª jornada da prova – já com dez pontos a separar o líder do último classificado. Em paralelo, tal traduz-se, no caso do U. Tomar, que veio descaindo para a cauda de tal “pelotão”, num diferencial de sete pontos, não possibilitando, nesta altura, num raio de acção de três pontos, ir além do 8.º posto; do mal, o menos, a “linha de água” continua traçada dois escassos pontos acima… mas urge voltar a somar.
Numa ronda sem especiais surpresas a assinalar, a equipa “B” do Alverca voltou a assumir a liderança, beneficiando do desaire sofrido pelo União 1919 em Peniche. Por seu lado, emblemas como os do U. Santarém, Benfica e Castelo Branco e Marinhense vão-se chegando à frente, em mais um Domingo muito negativo para o trio açoriano, que averbou três derrotas. Aliás, nesta altura, de forma imprevista, Lusitânia e Fontinhas posicionam-se mesmo em zona de descida.
Destaques – Começa por salientar-se, pois, o triunfo do Peniche ante o União 1919, por tangencial 2-1: os visitados entraram praticamente a ganhar, marcando logo ao segundo minuto, tendo ainda os conimbricenses empatado um quarto de hora volvido; não obstante, ainda antes do intervalo, os penichenses marcaram novo tento, quebrando assim o ciclo vitorioso (4 jogos) do adversário.
No “quase derby” entre B. C. Branco e V. Sernache, os albicastrenses impuseram-se de forma categórica, ganhando por 3-0, mercê de um “hat-trick” de Ronaldo Coelho, ascendendo já à 3.ª posição, somente a dois pontos do comandante.
Contrariando as expectativas, atendendo à exibição muito afirmativa que realizara em Tomar, o Lusitânia, que soma já quatro jogos sem vencer, foi batido na Marinha Grande, pelo Marinhense, por 2-0, tendo os donos da casa confirmado o triunfo apenas no derradeiro minuto, o que lhes valeu subir até ao 6.º lugar, um único ponto abaixo de B. C. Branco, U. Santarém e Sertanense.
Anota-se, ainda, o triunfo do Sertanense na viagem à Serra da Estrela, perante o “lanterna vermelha”, Gouveia, fruto de um solitário tento, apontado à passagem dos dez minutos do segundo tempo, agravando a situação de crise dos anfitriões, sem ganhar há cinco jornadas.
Confirmações – Defrontando-se o, de novo, guia da prova, e o actual penúltimo classificado, seria lógico, à partida, que o Alverca “B” fosse favorito a somar os três pontos, frente ao U. Tomar.
Esse favoritismo acentuou-se drasticamente quando, apenas com sete minutos decorridos, os unionistas ficaram reduzidos a dez elementos, na sequência de um lance, porventura imprudente, mas que, pela zona do terreno em que ocorreu (em cima da linha divisória de meio-campo e praticamente junto à linha lateral) poderia ter sido alvo de punição menos severa.
Os tomarenses, bem organizados dentro de campo, conseguiriam suster a ofensiva contrária durante quase meia hora, acabando por sofrer o primeiro tento próximo dos 35 minutos. Porém, uma grande penalidade (a sancionar contacto com o braço), pouco depois, “mataria” qualquer resistência que pudesse ser ainda equacionada. Num muito curto período, entre os 41 e os 45 minutos, passando por fase de desnorte, o “placard” subiria, num ápice, até aos 4-0.
Fora já, até então, um desafio a obrigar a grande desgaste em termos físicos; seria, a partir daí, também de significativo desgaste em termos anímicos. Receou-se que as coisas pudessem ainda piorar, mas, com os nabantinos, de alguma forma, a recompor-se, e os visitados sentindo que já não haveria necessidade de forçar, a segunda parte não teria grande história: o Alverca só voltaria a marcar uma única vez, aos 57 minutos, para, na imediata reposição de bola ao centro, Tiago Vieira, atento ao adiantado posicionamento do guardião, fazer um remate directo para a baliza, apontando um tento (de honra) de belo efeito, fixando o marcador no 5-1 que subsistiria até final.
O grupo de Tomar, forçado neste desafio a fazer um esforço muito desproporcionado, que, cedo se perspectivou, não resultaria em qualquer “recompensa” em termos práticos, manteve a dignidade, tendo desperdiçado ainda uma soberana oportunidade para reduzir para 2-5, já mesmo ao cair do pano. Naturalmente, o Alverca tinha tido também mais algumas ocasiões, negadas por boas intervenções do guardião, Ivo Cristo, realçando-se, por outro lado, o terceiro “hat-trick” de Rodrigo Freitas, em dez jornadas, depois dos antes apontados frente ao Gouveia e ao Peniche.
O U. Santarém, recebendo o Rabo de Peixe, voltou aos triunfos, ganhando por 2-1; depois de ter chegado a vantagem de dois golos, consentiria ainda a redução para a diferença tangencial, a cerca de um quarto de hora do fim. Os açorianos, que tinham começado a prova em grande plano, caíram já até à 9.ª posição, última acima da “linha de água”.
Abaixo dessa baliza delimitadora está, como referido, o Fontinhas, derrotado em Mortágua, que somou segundo triunfo sucessivo, depois de ter levado os três pontos de Tomar, tendo, desta feita, chegado à vitória quando faltavam parcos dois minutos para o fim da partida.
I Divisão Distrital – Pese embora pela diferença mínima (1-0), o Fátima prossegue a senda triunfal, agora já de oito jogos consecutivos, tendo batido uma irreconhecível equipa do Amiense (vice-campeã na época passada), actual penúltima classificada, sem ganhar há nove jornadas!
Também por margem tangencial (2-1) ganharam os seus dois mais imediatos perseguidores, Abrantes e Benfica e Ferreira do Zêzere, enfrentando, respectivamente, o último da tabela, Vasco da Gama (com uma série negativa em curso, de cinco derrotas), e o Salvaterrense.
Mais folgado (4-2) foi o triunfo do Fazendense face ao Mação. Foi a terceira ronda seguida de êxitos para os abrantinos e os homens das Fazendas; ao invés, os maçaenses somaram terceiro desaire em sucessão, estando já muito afastados dos lugares da frente (14 pontos face ao líder).
Registaram-se dois empates: um nulo, no Alcanenense-Coruchense; e 2-2, no Cartaxo-Torres Novas: Miguel Miguel começou por bisar, logo no quarto de hora inicial, mas os cartaxeiros viriam a conseguir restabelecer a igualdade, perto do derradeiro minuto, e numa fase em que estavam já em inferioridade numérica. O grupo torrejano, tal como o conjunto do Sorraia, ocupando o 6.º e o 7.º posto, começam também a atrasar-se, já a sete e a nove pontos do guia.
O Forense somou três importantes pontos, recebendo e batendo o Moçarriense. A grande surpresa da 10.ª jornada sucedeu em Samora Correia, onde a turma local – que se projecta possa ter dominado a partida – acabou por ver-se aturdida, perdendo por 0-1 com o At. Ouriense, que chegou à vitória ao minuto 90+8. Os samorenses baixaram ao 5.º posto, a cinco pontos do Fátima.
II Divisão Distrital – Começam por destacar-se as goleadas aplicadas pelo Pontével (4-0, face ao Rebocho) e Marinhais (5-0, ante o Benfica do Ribatejo). U. Atalaiense e Espinheirense (0-0) e Entroncamento AC e Águias de Alpiarça (1-1) neutralizaram-se, tal como Vilarense e Ortiga (2-2). O Tramagal é o líder mais destacado (quatro pontos de vantagem), dispondo a U. Atalaiense de avanço de três pontos; na outra série, Pontével e Glória do Ribatejo partilham o comando.
Antevisão – O Campeonato de Portugal sofre interregno de duas semanas, apenas sendo retomado já em Dezembro. Deverão, entretanto, realizar-se os jogos em atraso, de rondas anteriores.
No Distrital o realce vai para os embates: Mação-Ferreira do Zêzere, Salvaterrense-Fazendense, e Moçarriense-Samora Correia, para além do “clássico” Torres Novas-Alcanenense.
(Artigo publicado no jornal “O Templário”, de 16 de Novembro de 2023)



