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O Pulsar do Campeonato – Campeonato de Portugal – 2ª Jornada

(“O Templário”, 31.08.2023)
Um total de (apenas) seis golos nos seis desafios da 2.ª jornada do Campeonato de Portugal – três dos quais numa única partida – não tendo sido desfeito o nulo inicial em três outros encontros, é um indício expressivo do valor de cada golo, nesta fase inicial da temporada, numa competição que se antecipa venha a ser disputada ponto a ponto, com escassas diferenças entre os clubes.
Pena foi que o golo apontado pelo U. Tomar não se tenha acabado por materializar em ponto(s) – o que teria sido de grande relevância, em ordem a reforçar a tranquilidade e confiança da equipa –, dado a turma nabantina ter sofrido dois tentos em Coimbra, tendo, pois, perdido na sua estreia.
Tal como sucedera na ronda inicial, voltou a ser adiado o confronto que a equipa açoriana (no caso, o Rabo de Peixe) deveria ter disputado no continente (na Sertã, ante o Sertanense), pelo que temos, nesta altura, quatro clubes com apenas um jogo realizado, o que perturba a apropriada percepção sobre o escalonamento dos diversos concorrentes.
Destaques – Com quatro empates nos seis embates disputados, o principal destaque vai para a vitória – de certa forma expectável – do Marinhense na visita a Peniche, colocando frente-a-frente os dois representantes do Distrito de Leiria. Porém, tal triunfo, pela diferença mínima, apenas seria concretizado já em período de compensação, altura em os homens da Marinha Grande marcaram o solitário golo do desafio.
A outra equipa vencedora foi o União 1919, batendo o U. Tomar também por margem tangencial, de 2-1. Os conimbricenses inauguraram o marcador aos 34 minutos, tendo os tomarenses restabelecido a igualdade aos 66 minutos. Todavia, tal situação de equilíbrio perduraria por pouco tempo, tendo os visitados chegado ao golo da vitória a um quarto de hora do final da partida.
A formação nabantina apresentou sinais positivos, em especial durante a segunda metade, acabando por ser penalizada com o segundo tento sofrido “contra a corrente”.
Confirmações – Não se poderá considerar que tenha havido grandes surpresas, pelo que as igualdades registadas nos restantes quatro desafios confirmam a tendência de forte equilíbrio.
Começando pelo confronto entre dois candidatos aos lugares da frente, Benfica e Castelo e Branco e U. Santarém neutralizaram-se, não tendo conseguido chegar ao golo.
A zero ficou também o encontro entre clubes açorianos, com o Lusitânia a estrear-se com um empate na recepção ao Fontinhas (formação que vinha de um inesperado desaire caseiro ante o outro grupo dos Açores, de Rabo de Peixe).
O nulo subsistiu até final, igualmente, na partida entre V. Sernache e a equipa “B” do Alverca.
Pelo que o único empate com golos (1-1) se registou no jogo entre Gouveia e Mortágua. Ao contrário do que sucedera na primeira ronda, desta vez as duas equipas fizeram questão de resolver a contenda logo no quarto de hora inicial: os visitantes começaram por se colocar em vantagem aos 13 minutos, mas os donos da casa retorquiram de imediato, fixando o que viria a ser o resultado final apenas dois minutos volvidos.
Após as duas jornadas já realizadas, o Marinhense isolou-se na liderança, sendo o único clube a somar o pleno de seis pontos, seguido pelo União 1919 (quatro pontos). As turmas de Rabo de Peixe e do Sertanense ganharam o único jogo que disputaram até à data, contando três pontos.
Por outro lado, são nada menos de cinco os emblemas que empataram os dois jogos que realizaram: Gouveia, Mortágua, U. Santarém, V. Sernache e Alverca “B”. Dois dos favoritos, Benfica e Castelo Branco e Fontinhas obtiveram um único ponto. Só U. Tomar e Peniche ainda não pontuaram, sendo que os penichenses são os únicos já com dois desaires averbados.
Antevisão – Na 3.ª ronda do campeonato voltaremos a ter, neste fim-de-semana, apenas seis jogos, tendo sido adiado o encontro entre Fontinhas e União 1919.
E, à semelhança das duas primeiras jornadas, assinala-se mais um embate entre clubes dos Açores, cabendo ao Rabo de Peixe receber o Lusitânia.
O U. Tomar fará o seu primeiro desafio em casa, recebendo o vizinho V. Sernache, retomando um confronto que se realizara pela última vez em Março de 2002 (então a contar para o Nacional da III Divisão), o qual findara com um empolgante e “impróprio para cardíacos” 4-4 (com a singularidade de todos os oito tentos terem sido apontados praticamente na meia hora final)!
Em cinco partidas disputadas em Tomar, entre os dois emblemas, os unionistas apenas contam uma vitória, no ano 2000, tendo, então, goleado por categórica marca de 4-0. Para além disso, duas igualdades, e outros tantos triunfos do grupo de Cernache do Bonjardim.
Realce ainda para os embates Sertanense-Marinhense e Mortágua-Benfica e Castelo Branco, de prognóstico incerto, mesmo que os visitantes pareçam ter, em princípio, superiores argumentos. Por seu lado, o U. Santarém surge como favorito, recebendo a visita do Peniche.
(Artigo publicado no jornal “O Templário”, de 31 de Agosto de 2023)



