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O Pulsar do Campeonato – Taça do Ribatejo – Final

(“O Templário”, 01.06.2023)
Na 45.ª final da Taça do Ribatejo (em 46 edições da competição – atendendo a que a prova de 2019-20 acabaria por ser suspensa nas meias-finais, devido à pandemia), em partida disputada no Cartaxo, uma surpreendente equipa do Torres Novas superiorizou-se ao Alcanenense, conquistando o troféu pela segunda vez no seu historial (depois da vitória averbada em 2011).
Em função da classificação dos dois clubes no campeonato (4.º lugar do Alcanenense; face ao 9.º posto do Torres Novas), a turma de Alcanena aspirava a estrear-se como vencedora da Taça a nível de seniores, depois de ter já triunfado, nesta época, em tal prova no escalão de juniores.
Com um conjunto de forte potencial, liderado por José Torcato, em que impera a juventude, o Alcanenense procurou assumir a iniciativa do jogo, que foi sendo repartido, persistindo o nulo no marcador até ao derradeiro quarto de hora – mesmo que o grupo de Torres Novas se tenha visto forçado a substituir o seu guarda-redes, Telmo Rodrigues, ao intervalo, devido a lesão.
Bastaria um golo para decidir o desfecho da final, apontado – estavam decorridos 77 minutos – por Persi Mamede (que, por curiosidade, representara a formação de Alcanena na temporada precedente), finalizando da melhor forma, com um desvio subtil, a assistência de Miguel Miguel, com a formação torrejana, muito oportuna, a beneficiar de falha da defensiva contrária.
Até ao termo do encontro o Alcanenense ensaiaria várias tentativas de chegar ainda ao empate, mas o jovem guardião da equipa de Torres Novas, António Henriques, com intervenções muito atentas, preservaria o nulo na sua baliza, garantindo assim um excelente triunfo da equipa comandada pelo tomarense Eduardo Fortes, fazendo valer a maior experiência do seu colectivo.
Contando apenas 22 participações na Taça do Ribatejo (e, somente, com quatro presenças nas meias-finais; e três em finais), o Torres Novas igualou, pois, o registo de dois troféus conquistados, até agora mantido por Águias de Alpiarça, Alferrarede, Cartaxo, Mação, Samora Correia, U. Rio Maior e U. Santarém. No palmarés da prova subsiste destacado o Fazendense, com cinco Taças, seguido por Amiense, Coruchense, Riachense e Tramagal (três triunfos cada).
Juntam-se ainda doze clubes cada um com uma Taça do Ribatejo conquistada: Abrantes FC, Azinhaga, Benavente, Ferreira do Zêzere, Ferroviários, Glória do Ribatejo, Lagartos do Sardoal, Monsanto, Ouriquense, Pego, União de Tomar e Vasco da Gama.
I Divisão Distrital – Recuperando também o palmarés do Campeonato, o U. Tomar sagrou-se Campeão Distrital da I Divisão pela 6.ª vez no seu historial, depois de ter sido já vencedor nas épocas de 1941-42, 1942-43, 1964-65, 1987-88 e 1997-98. Soma, ainda, quatro títulos de Campeão da divisão secundária (nas temporadas de 1941-42, 1942-43, 1955-56 e 1957-58).
A nível do escalão principal apenas o Torres Novas (com 9 títulos, incluindo o de 1928-29, então conquistado pelo Torres Novas F.C.), U. Operária Santarém (8) e Tramagal (7) superam o registo do emblema unionista – contando também a Ac. Santarém com seis títulos de Campeão.
Em praticamente um século de Campeonatos Distritais – cujo início data do ano de 1925 – foram já 30 os clubes Campeões, num total de 97 títulos atribuídos (não tendo sido completadas as provas das épocas de 2019-20 e 2020-21), sendo a próxima a 100.ª edição da competição.
II Divisão Distrital – Ainda com duas rondas por disputar o Forense (que, na próxima época, se estreará na I Divisão) e o Moçarriense (num rápido regresso, depois da descida no final da temporada de 2020-21) garantiram já a promoção ao principal escalão do futebol distrital.
Tendo o Forense vencido (2-0) o Tramagal, já depois de o Moçarriense ganhar (4-2), no Sábado, ao Vasco da Gama, os dois clubes – que continuam a partilhar o comando –, dispõem agora de vantagem de oito pontos face ao par que reparte o 3.º posto (Riachense e Vasco da Gama).
A formação dos Riachos foi surpreendida no Espinheiro, tendo sido derrotada por 4-3 – terceiro desaire sucessivo –, um desfecho que poderá, eventualmente, vir a revelar-se comprometedor, na medida em que o Riachense foi o primeiro concorrente a perder com o Espinheirense.
A restante vaga de promoção será disputada, para além de Riachense e Vasco da Gama, também pelo Tramagal, somente um ponto abaixo, pese embora conte já quatro derrotas consecutivas.
Antevisão – Este Sábado teremos, no Estádio Municipal Dr. Alves Vieira, em Torres Novas, a disputa da Supertaça com a mesma denominação, colocando frente-a-frente o recente Campeão Distrital, U. Tomar, e o vencedor da Taça do Ribatejo, precisamente o C. D. Torres Novas.
Numa prova cujo calendário foi, desde o ano de 2019, adaptado ao final de temporada, os torrejanos terão, nesta situação, a particularidade de beneficiar do factor casa, a equilibrar a contenda perante um grupo unionista aureolado com o título distrital, mas que, por seu lado, vem de um (breve) interregno competitivo, desde que, há duas semanas, se sagrou Campeão.
O U. Tomar participa nesta competição pela terceira vez, tendo sido desfeiteado nas duas finais disputadas, enquanto Campeão Distrital de 1998 (batido pelo Ferroviários) e após ter conquistado a Taça do Ribatejo de 2018 (perdendo com o Campeão, Mação). Ao invés, o Torres Novas, disputando a prova igualmente pela terceira vez, venceu nas duas presenças anteriores, enquanto Campeão Distrital em 2008, e na condição de vencedor da Taça do Ribatejo de 2011.
Fica ainda o registo de, nas 28 edições precedentes, o Campeão Distrital ter triunfado em 17 ocasiões; face a 11 vezes em que saiu vencedor o detentor (ou finalista da Taça do Ribatejo) – incluindo nas duas últimas Supertaças, ganhas por Coruchense (2019) e Fazendense (2022).
A II Divisão Distrital terá a 9.ª e penúltima jornada da fase final, de apuramento de Campeão e de promoção, compreendendo as seguintes partidas: Vasco da Gama-Forense; Moçarriense-Riachense; e Tramagal-Espinheirense; de que poderá resultar nova configuração da tabela, em especial a nível do terceto que disputa ainda a subida.
(Artigo publicado no jornal “O Templário”, de 1 de Junho de 2023)



